Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sou a máscara.
E volto à personalidade como a um terminus de linha.
18-8-1934
Álvaro de Campos, Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993), p. 61.
Em uma Noite escura,
com ânsias em amores inflamada,
ó ditosa ventura!
saí sem ser notada,
estando minha casa sossegada.
A ocultas, e segura,
pela secreta escada, disfarçada,
ó ditosa ventura!,
a ocultas, embuçada,
estando minha casa sossegada.
Em uma Noite ditosa,
tão em segredo que ninguém me via,
nem eu nenhuma cousa,
sem outra luz e guia
senão aquela que em meu seio ardia.
Só ela me guiava
mais certa do que a luz do meio-dia,
aonde me esperava
quem eu mui bem sabia,
em parte onde ninguém aparecia.
Ó Noite que guiaste!,
ó Noite amável mais que a alvorada!,
ó Noite que juntaste
Amado com amada,
amada nesse Amado transformada!
No meu peito florido,
que inteiro para ele se guardava,
quedou adormecido
do prazer que eu lhe dava,
e a brisa no alto cedro suspirava.
Da torre a brisa amena,
quando eu a seus cabelos revolvia,
com fina mão serena
a meu colo feria,
e todos meus sentidos suspendia.
Quedei-me e me olvidei,
e o rosto inclinei sobre o do Amado:
tudo cessou, me dei,
deixando meu cuidado
por entre as açucenas olvidado.
São Jão da Cruz, Transcrito de Poesia de 26 Séculos, (Tradução de Jorge de Sena) Coimbra: Fora do Texto, 1993.
na hora de pôr a mesa, éramos cinco: o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs e eu. depois, a minha irmã mais velha casou-se. depois, a minha irmã mais nova casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje, na hora de pôr a mesa, somos cinco, menos a minha irmã mais velha que está na casa dela, menos a minha irmã mais nova que está na casa dela, menos o meu pai, menos a minha mãe viúva. cada um deles é um lugar vazio nesta mesa onde como sozinho. mas irão estar sempre aqui. na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco. enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco.
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas, Vila Nova de Famalicão. Quasi, 2007.
Desejo que passe um dia muito feliz e com muita luz, à beira-mar.
Para uma mulher vitoriosa - "Sê lanterna, sê luz...! :))
Vann Gogh- Detalhe de Noite estrelada, cortesia do google
Sê lanterna, sê luz com vidro em torno,
Sê lanterna, sê luz com vidro em torno, Porém o calor guarda. Não poderão os ventos opressivos Apagar tua luz; Nem teu calor, disperso, irá ser frio No inútil infinito
3-3-1929
Ricardo Reis, (Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994, p.139.
De uma Maria João para outra Maria João - Fantasia de Chopin
Il a mis le café Dans la tasse Il a mis le lait Dans la tasse de café Il a mis le sucre Dans le café au lait Avec le petit cuiller Il a tourné Il a bu le café au lait Et il a resposé la tasse Sans me parler Il a alumé Une cigarrette Il a fait des ronds Avec la fumée Il a mis des cendres Dans le cendrier Sans me parler Sans me regarder Il s'est levé Il a mis Son chapeau sur la tête Il a mis Son manteau de pluie Parce qu'il pleuvait Il est parti Sous la pluie Sans une parole Sans me regarder E moi j'ai pris Ma tête dans ma main E j'ai pleuré.
Jacques Prévert ( https://trapichedosoutros.blogspot.com/2012/07/dejeuner-du-matin-cafe-da-manha-de.html)
The Master of the Female Half-Lengths, active ca.1530-1540, was a Dutch Northern Renaissance painter or likely a group of painters of a workshop. The name was given in the 19th century to identify the maker or makers of a body of work consisting of 67 paintings to which since 40 more have been added.
Tenho andado ainda longe da internet, isto é, só venho pontualmente aqui, o que é um acto egoísta. Porém, houve uma alma querida que me avivou a memória, através de uma sms que só li hoje.
Daí só aparecer aqui a minha manifestação de amizade, um dia depois :((. Contudo, sabe que me lembro muitas vezes de si e do seu magnífico espaço que me vai alimentando. O oceano que corre e traz o oxigénio que preciso.
Por tudo, pela amizade, pelos livros, pela sua gentileza constante,
um beijinho de parabéns pintado a ouro renascentista, como a segunda imagem.
Still Life with a Cop, a Crown of Flowers and a bouquet,
(retirado do site assinalado na imagem: arte.sunlight.com)
A REVOLUÇÃO DAS FLORES
Correspondendo a um apelo subterrâneo há vários dias que as dálias, as
cinerárias, os gerânios e as hortências se recusam a florirem e os jasmineiros
e as violetas a exalarem o seu aroma penetrante. De entre as rosas foram as vermelhas
as primeiras a aderir. Comités de flores que se formaram espontaneamente em
todos os jardins reivindicam o direito de florir em qualquer estação do ano,
medidas eficazes contra as arbitrariedades das floristas, a extinção pura e
simples das estufas. Uma nuvem de pó cobre a cidade. Em vão a polícia controla
os portos e as fronteiras. A exportação de bolbos e sementes foi suspensa
entretanto. Na Madeira o movimento foi desencadeado pelas estrelícias. Tulipas
que viajavam de avião e se destinavam a abastecer o mercado londrino murcharam
colectivamente. No Extremo Oriente, crisântemos negros invadem as ruas de
cidades como Tóquio e Pequim. Apanhadas desprevenidas as borboletas, abelhas,
vespas e outros insectos ensaiam agora perigosos voos sobre os transeuntes. Às
dezasseis horas numa conferência de imprensa realizada no Jardim de S. Lázaro,
um grupo não identificado de flores, mas entre as quais se podia reconhecer
alguns amores-perfeitos, proclamou o estado de felicidade permanente nos
jardins.
Jorge Sousa Braga, Lisbon Revisited, Dias de Poesia (Leitura
na Casa de Fernando Pessoa 14 e 15 de Junho). Lisboa:Casa Fernando Pessoa, 2018, p. 30
(...) estou a ficar enfeitiçada por este sossego, os caminhos de pedras brancas com plátanos, trepadeiras, de folhas verdes e vermelhas, o pinhal de Camarido, as casas fechadas, compostas, em frente ao mar, o sol e a sua estradade luz e de sons nas águas quase paradas. Penso que hei-de acabar a vida numa cabana ao pé do mar. E sempre a praia me pareceu melhor no outono.
Carta a Jacinto Prado Coelho, 1 de outubro 1971.
Viajar com...
Maria Ondina Braga, Coleção: Viajar com... Os Caminhos da Literatura, Texto de Isabel Mateus. Braga: Opera Omnia, Cultura do Norte, 2012, p. 22.
Adquiri este livro na Livraria Lumière. Obrigada Cláudia por me dar a conhecer esta colecção.
O Fogo um dos elementos químicos estudados desde sempre, o fogo que aquece, solda, contribui para a evolução do Homem, também, destrói a Natureza, Casas, Vidas, destrói Memórias.
Uma simples reacção química faz desaparecer 200 anos e séculos de História guardados.
A História que para alguns é tão pouco valorizada, como se comprova nas notícias com a falta de preocupação pela segurança dos edifícios históricos, ou fiscalização sobre a mesma.
Eis, pois, que desaparece assim a cultura de dois povos, de um povo, de vários e múltiplos povos e identidades.
As Memórias, a Cultura, pouco importam no imediato. Só quando são irrecuperáveis é que se tornam valiosas.
O dinheiro é para investir de acordo com a "moda" do modelo económico em voga, experiências... interesses... investimento no imediato, no que lucra com horizonte definido.
O mesmo se passa com a Educação, a cultura Clássica está a morrer aos poucos, não interessa porque é difícil, não provoca efeitos estatísticos de acordo com o que se quer provar. Não arde com o fogo, arde com mudanças de secretaria.
Lamento não ter visitado este museu. Tinha-o na lista para uma futura viagem que ainda não se tinha proporcionado. Jamais o conhecerei.
Se nada estava digitalizado em lugar seguro, também não pode ser um dia enviado para o Universo, uma quimera que o Homem alimenta.
As férias são aproveitadas para ler, descansar e reencontrar os amigos, neste caso a Isabel.
Há muito que prometia ir visitá-la, o momento chegou e a minha amiga proporcionou um dia muito agradável onde o riso, a conversa e a cultura tiveram lugar.
Obrigada, Isabel!
Castelo Branco - A Torre do Relógio
Um dos caminhos que calcorreámos foi para o Centro Cultural de Castelo Branco que tinha uma exposição sobre ilustração e ilustradores - VIII Bienal Internacional de Ilustração para a Infância. Ali havia beleza, originalidade quer dos trabalhos apresentados, quer da forma como estavam expostos aos olhares dos visitantes.
Gostei de muitas ilustrações, aqui deixo uma pequena mostra.
Ilustradores Italianos
Ilustrador belga
Ilustradora portuguesa
Exposição de Ingrid Godon, ilustradora belga, com uma mostra de 100 trabalhos.
“A fotografia é uma lição de amor e ódio ao mesmo tempo. É uma metralhadora, mas também é o divã do analista. Uma interrogação e uma afirmação, um sim e um não ao mesmo tempo. Mas é sobretudo um beijo muito cálido.”
A toponímia marca as memórias de um povo, regista aqueles cuja obra ajudou a modificar o mundo e a entendê-lo melhor. Eis a minha homenagem a um nome que por ter influenciado gerações fica assim eternizado, não só pela obra, mas pelas mãos de outros homens que o evocaram.
A. H. Oliveira Marques nasceu em 1933 e faleceu em 2007
A inscrição do nome de A. H. Oliveira Marques na toponímia de Lisboa
testemunha o valor que atribuímos ao papel da memória como elemento
essencial à construção de uma identidade sólida, à formação da cidadania
e de um sentido de comunidade.
O reconhecimento público e a homenagem ao historiador A. H. Oliveira
Marques, ao promover o reavivamento das origens e protagonistas
da nossa história coletiva, simbolizam a importância da consciência do
passado como forte elo de ligação ao presente e ao futuro. *
Lisboa, junho de 2017
Catarina Vaz Pinto
Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa
A preto e branco para prestar homenagem a todos os fotógrafos do passado que contribuíram para que o dia 19 fosse o dia Mundial da Fotografia.
Sou apenas uma curiosa e gosto de tentar olhar as coisas de forma diferente, "if I could have"!
E para assinalar o dia 19 de Agosto- Dia Mundial da Fotografia,
deixo um filme que estreou em 2008, baseado na história real de Maria Larsson, a primeira e uma das maiores fotógrafas suecas, que vivia em Gotemburgo no início de 1900. O filme foi dirigido por Jan Troell, com Maria Heiskanen e Mikael Persbrandt.
Algumas escolhas. Falta aqui uma que também, adoro -
"You Make Me Feel (Like A Natural Woman)"
Aretha Franklin, 1942-2018
(...) Baby, baby, baby, this is just to say How much I'm gonna miss you, But believe, while I'm away... That I didn't mean to hurt you Don't you know that I'd rather hurt myself? (I'd hurt myself, I'd hurt myself...)
«Naqueles primeiros anos do Internet, colei um epigrama na minha secretária: Um livro é um espelho. Se um burro se mira, não é um apóstolo que se reflecte. Afrase foi escrita há dois séculos por um espirituoso alemão chamado Lichtenberg, mas suponho que se aplica muito bem, hoje em dia. ao ecrã de um computador.» [Cliff Janeway, livreiro]
John Dunning, A Promessa do Livreiro. (Tradução: Fernanda Semedo). Lisboa. Editorial Estampa,2007, p.61
John Dunning foi vencedor do prémio Nero Wolfe para literatura policial. Estou a gostar bastante deste detetive livreiro que procura livros raros de Richard Burton.
Paira na noite calma O silêncio da brisa... Acontece-me à alma Qualquer coisa imprecisa...
Uma porta entreaberta... Um sorriso em descrença... Uma ânsia que não acerta Com aquilo em que pensa.
Sonha, duvida, elevo-a Até quem me suponho E a sua voz de névoa Roça pelo meu sonho...
24-7-1916
Fernando Pessoa, Novas Poesias Inéditas. (Direcção, recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro Sereno.) Lisboa: Ática, 1973 (4ª ed. 1993), p. 31.
Um Verão com um começo nipónico, Ishiguro segue-se a Mishima. Gostei do romance com sabor histórico.
O romancista Kazuo Ishiguro na sua casa, em Londres, logo após o anúncio do Nobel - Alastair Grant / AP Fotografia tirada daqui
Imagem do livro retirada da net da Wook
A preocupação de um artista é captar a beleza onde quer que a encontre. Mas, por mais hábil que seja, terá sempre muito pouca influência no tipo de questões que falas*. De facto, se a Okada-Shingen é a tal como a descreves, então parece-me que estás equivocada nos seus propósitos. Parece fundar-se em expectativas ingénuas sobre o poder da arte.
Kazuo Ishiguro. Um Artista do Mundo Flutuante. (Trad. Rui Pires Cabral). Lisboa: Gradiva, 2018, p. 207, (1ª ed. em Portugal 2018, título de 1986).
Sea Sorrow, 2017, documentário dirigido por Vanessa Redgrave, foca a crise actual dos migrantes e faz um paralelismo com a angustiante vida dos que migraram por causa dos horrores da guerra ao longo dos tempos. Mais, enuncia os Direitos do Homem, algo que no século XXI ainda não se conseguiu atingir.
Um documentário que vi recentemente na íntegra e que aconselho a verem.
Leituras de Verão - comecei as leituras de Verão com um livro de contos de Mishima no qual desvenda a alma humana e a dificuldade em lidar com a dor de uma grande perda. É um livro profundo e bonito.
“A vida humana é finita mas eu gostaria de viver para sempre”, escreveu Mishima na manhã antes da sua morte, citação retirada do The Guardian.
Mishima suicidou-se segundo o ritual seppuku, conhecido no ocidente por haraquíri (1970).
La mort… nous affecte plus profondément
sous le règne pompeux de l’été.
Baudelaire
Les Paradis Artificiels
"A praia de A., próxima da extremidade sul da península de Izu, ainda
está intacta. Lá pode‑se tomar banho. É certo que o fundo do mar é
desigual e cheio de calhaus e que as ondas são fortes, mas a água é
limpa e a terra entra pelo mar num suave declive, tendo no conjunto
excelentes condições para se nadar. Sobretudo por estar afastada, a praia
de A. não sofre nem do barulho nem da sujidade das estâncias balneares
mais próximas de Tóquio. Fica a duas horas de autocarro de Itō.
(...)
As crianças cansaram‑se do castelo de areia. Desataram a correr
para que a água jorrasse das poças à beira das ondas. Acordada do
pequeno e tranquilo universo pessoal para o qual tinha resvalado,
Yasue correu atrás delas.
Mas não estavam a fazer nada que fosse perigoso. Tinham medo do
bramido das ondas. Havia um pequeno redemoinho para lá da rebentação. Kiyoo e Keiko de mão dada, com água até à cintura e os olhos
brilhantes, faziam frente à água, sentindo a areia mexer debaixo dos pés
nus.
— Parece que alguém nos está a puxar — disse Kiyoo à irmã.
Yasue aproximou‑se deles e proibiu‑os de irem mais longe.
Mostrou‑lhes Katsuo, não o deviam deixar sozinho, deviam ir brincar
com ele. Mas não lhe prestaram atenção. Estavam de pé, de mãos
dadas, felizes, e olhavam‑se sorrindo. Tinham um segredo: a areia que
sentiam mexer debaixo dos pés."
Yiuko Mishima, Morte em Pleno Verão. Torres Vedras:Editorial Estampa, dezembro de 2006p.11 e 12.
7-11-1915
“Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). p. 83.
Larghetto & Andante Molto
Ah, ch'infelice sempre
Me vuol Dorilla ingrata,
Ah sempre piú spietata,
Mi stringe à lagrimar.
Per me non v'è ristoro
Per me non v'è speme.
E il fier martoro e le mie pene
Solo la morte può consolar.
Counter-tenor: Andreas Scholl
Ensemble 415
dir.: Chiara Banchini
http://www.harmoniamundi.com/home?vie...
Painting: Portrait of a Young Girl by Pietro Antonio Rotari
A minha escolha para homenagear Pomar recaiu na ilustração de D. Quixote de la Mancha... talvez porque há pouco tempo esta obra esteve presente numa discussão.
Esta imagem foi retirada da Biblioteca Nacional Digital. Fez parte de uma exposição que infelizmente não visitei, Ilustradores de Dom Quixote,realizada para comemorar o IV centenário da publicação de Don Quijote de la Mancha, obra editada, em 1605, em Madrid e, logo a seguir, ainda no mesmo ano, em Lisboa. A Biblioteca Nacional associou-se à comemoração da efeméride com a exposição: ver aqui.
Júlio Pomar, Ilustração
Mudar o mundo, meu amigo Sancho, não é loucura, não é utopia, é justiça!
Se penso, existo; se falo, existo para os outros, com os outros.
A necessidade é o lugar do encontro. Procuro os outros para me lembrar que existo. E existo, porque os outros me reconhecem como seu igual. Por isso, a minha vida é parte de outras vidas, como um sorriso é parte de uma alegria breve.
Breve é a vida e o seu rasto. A posteridade é apenas a memória acesa de uma vela efémera. Para que a memória não se apague, temos que nos dar uns aos outros, como elos de uma corrente ou pedras de uma catedral.
A necessidade de sobrevivência é o pão da fraternidade.
O futuro é uma construção colectiva.
António Arnaut, in 'As Noites Afluentes'
( Retirado do citador)
Para o pai do SNS (Serviço Nacional de Saúde), o Dr. António Arnaut, que ouvi algumas vezes em palestras, deixo este Requiem.
Aproveito para agradecer a todos a Vossa presença amiga.
O livro que comecei a ler compreende uma viagem a Roma, a Brasília, à Sicília, à Cróacia e o regresso. Comprei-o por causa do tema e do título: Não se Encontra o que se Procura. O livro é de Miguel Sousa Tavares. Andei uns tempos zangada com este escritor mas gostei deste título...
Se pudesse ter uma vida paralela, gostaria de ter a vida de um caracol, carregando comigo a casa e plantando-a onde houvesse sol e silêncio, onde houvesse mar e espaço, onde houvesse tempo e distância. Onde houvesse essa improvável e louca hipótese de ser feliz fora do mundo. ( na badana do livro) Miguel Sousa Tavares, Não se Encontra o que se Procura. Clube do Autor, SA, 2014.
A fotografia é um nonsense, mas é o Velho Mundo a contrapôr-se ao Novo Mundo...