De onde é quase o horizonte
De onde é quase o horizonte
Sobe uma névoa ligeira
E afaga o pequeno monte
Que pára na dianteira.
E com braços de farrapo
Quase invisíveis e frios
Faz cair seu ser de trapo
Sobre os contornos macios.
Um pouco de alto medito
A névoa só com a ver.
A vida? Não acredito.
A crença? Não sei viver.
4-3-1931
. Fernando Pessoa, Poesias. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995), p.133.
Terão os gatos virado as costas ao horizonte? Não, têm sempre alternativa. Não tivessem eles sete foles! O Pessoa é como os gatos: fez-se ou, ou, ou ...
ResponderEliminarBFS.
Tão bonito este poema simples de Pessoa. E o imagine cantado por David Bowie. Da foto, julgo-a como o dia de hoje, a acinzentar, limpo de brilhos. Os gatos não me parecem descansados. Diria que mesmo com sete vidas, alguma coisa os inquieta.
ResponderEliminarLindíssimo! Bom Domingo!
ResponderEliminarA foto está gira! Os gatitos parecem prontos a atacar a comidinha!!
ResponderEliminarO poema é bonito.
Beijinhos e boa semana:)
Bowie a cantar Lennon.
ResponderEliminarSe calhar estão os dois lá no Além em dueto.
Beijinhos, boa semana
Esses gatos parecem posar para qualquer grande arquitecto ou escultor da antiguidade, tal é a sua atitude intemporal e alheia às modas.
ResponderEliminarFico sempre fascinado com a gataria.
Bjos
Os gatos só gostam de água
ResponderEliminarpelas costas
Que foto fantástica!
ResponderEliminarBeijinho e obrigada pelo "santo" ;)