26/04/2019

Árvore, cujo pomo, belo e brando


Árvore, cujo pomo, belo e brando

Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;

nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruito debuxando.

Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,

se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.

Luís Vaz de Camões


13/04/2019

O ramo

 José Alejandro Inoa Jiménez,  mural - Domingo de Ramos



O ramo de Domingo de Ramos, na minha zona, é feito com louro, oliveira e alecrim.

Um passeio pelo parque do hotel das termas da Cúria.



06/04/2019

Rio conspurcado



Tudo é encontrar qualquer coisa.

Tudo é encontrar qualquer coisa. Mesmo perder é achar o estado de ter essa coisa perdida. Nada se perde; só se encontra qualquer coisa. Há no fundo deste poço, como na fábula, a Verdade.

Sentir é buscar.
s.d.

 Fernando Pessoa, Textos Filosóficos . Vol. I.. (Estabelecidos e prefaciados por António de Pina Coelho.) Lisboa: Ática, 1968 (imp. 1993), p 228.


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