Árvore, cujo pomo, belo e brando,
natureza de leite e sangue pinta,
onde a pureza, de vergonha tinta,
está virgíneas faces imitando;
nunca da ira e do vento, que arrancando
os troncos vão, o teu injúria sinta;
nem por malícia de ar te seja extinta
a cor, que está teu fruito debuxando.
Que pois me emprestas doce e idóneo abrigo
a meu contentamento, e favoreces
com teu suave cheiro minha glória,
se não te celebrar como mereces,
cantando-te, sequer farei contigo
doce, nos casos tristes, a memória.
Luís Vaz de Camões
Linda fotografia.
ResponderEliminarBom fim de semana!
Uma bela fotografia, a acompanhar a poesia de Camões (um dia destes está esquecido) e o sempre excelente Yves Montand. Um trio perfeito!
ResponderEliminarBom domingo!
É uma canção outonal, bonita e algo pungente que Ives Montand interpreta na dolência certa de quem entende a vida, sabendo que o entendimento não é condição necessária de felicidade.
ResponderEliminarObrigada. Camões vive na nossa memória. E talvez termine connosco se não lhe acodem depressa.
O que eu gosto de Yves Montand e em particular desta balada!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Viva!
ResponderEliminarEsta publicação desperta-me uma certa nostalgia: o tempo passado e o outro que passou por nós e não esperou, nem espera. A Árvore, essa, permanece imperturbável perante o horizonte que jamais será nosso.