na hora de pôr a mesa, éramos cinco
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas, Vila Nova de Famalicão. Quasi, 2007.
Uma imagem que fala como o JLP !
ResponderEliminarBeijo amigo.
Gosto imenso desse texto do José Luís Peixoto. Emocionou-me a primeira vez que o li, porque o meu pai tinha morrido há pouco tempo.
ResponderEliminarA fotografia está espectacular!
Tu és uma pessoa muito criativa, Ana.
Beijinhos e bom fim-de-semana:))
Como diz o João, foto e palavras convergem, o candeeiro de petróleo puxa para a lembrança. O texto de José Luís Peixoto lê-se e entranha, torna-se cada um. No pôr da mesa, seremos para sempre cinco, quatro, três, seis..."enquanto um de nós viver".
ResponderEliminarGosto da natureza morta. :) E do Camané.
ResponderEliminarBom domingo!
Parabéns pela bela foto, Ana... de um bucolismo tocante.
ResponderEliminarTambém gostei da sensibilidade do poeta e de Camané.
Dias tranquilos...
Beijinhos
~~~~
Seremos sempre tantos
ResponderEliminarBj
A fotografia é linda. O poema é belo, mas o tema é triste - detesto ausências. Beijinhos!
ResponderEliminarTão bonito Tudo. 😊
ResponderEliminar