Jan Brueghel, o Velho, detalhe -
Still Life with a Cop, a Crown of Flowers and a bouquet,
(retirado do site assinalado na imagem: arte.sunlight.com)
A REVOLUÇÃO DAS FLORES
Correspondendo a um apelo subterrâneo há vários dias que as dálias, as
cinerárias, os gerânios e as hortências se recusam a florirem e os jasmineiros
e as violetas a exalarem o seu aroma penetrante. De entre as rosas foram as vermelhas
as primeiras a aderir. Comités de flores que se formaram espontaneamente em
todos os jardins reivindicam o direito de florir em qualquer estação do ano,
medidas eficazes contra as arbitrariedades das floristas, a extinção pura e
simples das estufas. Uma nuvem de pó cobre a cidade. Em vão a polícia controla
os portos e as fronteiras. A exportação de bolbos e sementes foi suspensa
entretanto. Na Madeira o movimento foi desencadeado pelas estrelícias. Tulipas
que viajavam de avião e se destinavam a abastecer o mercado londrino murcharam
colectivamente. No Extremo Oriente, crisântemos negros invadem as ruas de
cidades como Tóquio e Pequim. Apanhadas desprevenidas as borboletas, abelhas,
vespas e outros insectos ensaiam agora perigosos voos sobre os transeuntes. Às
dezasseis horas numa conferência de imprensa realizada no Jardim de S. Lázaro,
um grupo não identificado de flores, mas entre as quais se podia reconhecer
alguns amores-perfeitos, proclamou o estado de felicidade permanente nos
jardins.
Jorge Sousa Braga, Lisbon Revisited, Dias de Poesia (Leitura
na Casa de Fernando Pessoa 14 e 15 de Junho). Lisboa: Casa Fernando Pessoa, 2018, p. 30
Uma das músicas do Feiticeiro de Oz
Hoje é também o Dia da Arquitectura...
ResponderEliminarBeijo amigo, Ana.
João,
ResponderEliminarNão sabia, pois tinha referido a efeméride com uma foto de arquitectura.
Beijinhos muito amigos. :))
Sem flores, tire esse pedaço de cortiça que lhe cobre o rosto
ResponderEliminare assuma-se, Ana!
Não viva condicionada, sem liberdade de ser autêntica.
Tenho uma pena imensa de si... digo isto, por grande amizade.
Abraço triste.
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Majo,
EliminarDesculpe mas não percebi o seu comentário.
Beijinho.
Ana
Eu sei que percebe, Ana.
EliminarAplaudo este belo e expressivo 'post'...
Beijinho
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Sinceramente, não.:((
EliminarBeijinho.
A revelação perfeita. Veja-se que até as flores se rebelam em qualquer lugar e circunstância. Sendo assim podem abandonar tesouras e canivetes que são instrumentos impiedosos imbuídos de manias, nomeadamente de cortar coerce flores e ideias. Viva a revolução.
ResponderEliminarExcelente "post", Ana.
Bj.
Que doçura a sua imagem.
EliminarBeijinhos e bom Domingo!:))
Gostei muito, ana.
ResponderEliminarUm post muito bonito.
Beijinhos
Obrigada, Pedro.
EliminarDesejo que esteja tudo mais calmo relativamente ao clima.
Beijinho.:))
Gostei imenso de ler as palavras poéticas de Jorge Sousa Braga e que foram bem acompanhadas pelo excerto do filme de Victor Fleming, o fabuloso "Feiticeiro de Oz"!
ResponderEliminarMuito boa tarde!
Boa noite!:))
EliminarÉ um filme de culto cá de casa. :))
Obrigada.
Gosto muito do "Feiticeiro de Oz", que revejo de longe em longe.
ResponderEliminarGostei muito da originalidade da foto!
Beijinhos e bom fim-de-semana (quase, quase a chegar e prolongado!)
Isabel,
EliminarO meu fim de semana teve mais um dia pois exerci um direito que achei ser justo. :))
Beijinhos. :))
Ana adorei !!
ResponderEliminarObrigada. :))
EliminarBoa noite!
Boa publicação, adorei o texto!
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