Condeixa, Coimbra
31/12/2012
29/12/2012
Cartas de amor e "natalices"
Cuido eu que vou apanhar um susto ao ler as Cartas de amor de Fernando Pessoa.
1
Quem ama verdadeiramente não escreve cartas que parecem requerimentos de advogado. O amor não estuda tanto as cousas, nem trata os outros como réus que é preciso «entalar»
Quem ama verdadeiramente não escreve cartas que parecem requerimentos de advogado. O amor não estuda tanto as cousas, nem trata os outros como réus que é preciso «entalar»
Porque não é franca para commigo? Que empenho tem em fazer soffrer quem não lhe fez mal - nem a si, nem a ninguém - (...)
Reconheço que tudo isto é comico, e que a parte mais comica d'isto tudo sou eu.
(...)
1.3.1920 Fernando Pessoa
Cartas de Fernando Pessoa, (Organização, pósfacio e notas de David Mourão Ferreira). Lisboa: Edições Atica, 1978, pp. 47-48.
A Cláudia arranjou-me este livro que há muito queria comprar. Obrigada por mo ter reservado. Esta foi a prenda que ofereci a mim própria.
Carinhos que agradeço. :)
Este ano não tinha anjo na árvore, fora substituído pela estrela, mas ele veio ter comigo.
27/12/2012
Similitudes ou conectividade - AMOR
Jean-Louis Trintignant na personagem de George - do filme Amor (cortesia do Google)
Amor - um filme de Michael Heneke - ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2012.
Contracenam Trintignant e Emmanuelle Riva em dois papéis colossais.
AMOR - Tão poucas letras para descrever uma escolha.
Este filme inquietou-me e não pude deixar de o interligar com o poema: Um Abraço Fechado de Lídia Borges. Quem viu o filme entenderá esta analogia.
UM ABRAÇO FECHADO
Destronados à força
do equilíbrio a que nos habituámos
observamos absortos
a rua onde todo o movimento cessa.
Só o choro da chuva
soa frio no fundo das retinas
e nunca os horizontes interiores
se irmanaram tão justamente
à estreiteza do solar.
Poder ser ainda um abraço fechado
para te guardar, menina,
cheia de sonhos e lampejos
e gestos a brincar nos olhos
onde não se descortinavam ainda
futuros, florindo apenas em longínquos
jardins de gelo.
No regaço deserto de hoje
subitamente,
um poema se estilhaça. Em queda
mil fragmentos vão ocultar-se
num misterioso lago de torpor.
Lídia Borges
[do blogue Searas de Versos, a quem agradeço.] :)
26/12/2012
NATAL ... de partida
Há sempre um Natal em que se parte!
In memoriam
Claudionor Viana Teles Veloso
ORAÇÃO DA MÃE MENININHA
Ai! Minha mãe Minha mãe Menininha
Ai! Minha mãe Menininha do Gantois
A estrela mais linda, hein
Tá no Gantois
E o sol mais brilhante, hein
Tá no Gantois
A beleza do mundo, hein
Tá no Gantois
E a mão da doçura, hein
Tá no Gantois
O consolo da gente, ai
Tá no Gantois
E a Oxum mais bonita hein
Tá no Gantois
Olorum quem mandou essa filha de Oxum
Tomar conta da gente e de tudo cuidar
Olorum quem mandou eô ora iê iê ô
Dorival Caymmi
24/12/2012
Feliz Natal!
Senhora da Rosa (detalhes), século XV, Colégio de S. Jerónimo (?) Coimbra
A todos:
FELIZ NATAL!
FELIZ NATAL!
22/12/2012
Quebra-Nozes, uma viagem à fantasia
Quebra-Nozes foi uma história que li na infância e não sei do seu destino, com muita pena.
Cortesia do Google - Quebra Nozes
Envelopes com imagens do Quebra-Nozes, cortesia do Google
P. Ilyich Tchaikovsky estudou Direito mas a sua paixão era música.
Acabou por se dedicar à música deixando as leis.
Peter Ilyich Tchaikovsky (1840-1893), compositor russo compôs o Quebra-Nozes em 1892. Há pouco tempo a MR comemorou a efeméride assinalada no Google.
«The music Tchaikovsky composed for The Nutcracker is one of his best known compositions for ballet. He based his music on E.T.A. Hoffmann's fairy tale, The Nutcracker and the Mouse King. The end result was a fairy tale ballet in two acts, and it was completed in 1892. Prior to the ballet's premier, Tchaikovsky selected eight of The Nutcracker pieces and compiled them into an orchestral suite designed for concert performance. The Nutcracker Suite, Op. 71a, was first performed in March, 1892 in St. Petersburg and was an immediate success (the ballet premiered later in December, 1892)».[continua aqui*]
Cenário de Constantin Ivanov para o 1º ato de Quebra-nozes *imagem retirada do artigo assinalado.
No Gil Vicente pude ver o belíssimo bailado.
Clara - Evgeniya Bespalova, diretora da Companhia Russian Classical Ballet.
Príncipe Quebra-Nozes - Denis Karakashev.
Coreografia - Marius Petipa (1818-1910), Lev Ivanov (1834-1901)
20/12/2012
"Não É o Fim nem o Princípio", neste nosso Portugal
Após as últimas notícias sobre o orçamento e a não surpreendente resposta do Presidente da República (fiscalização do orçamento), das vendas da TAP e da RTP só me resta colocar as palavras de Manuel Pina:
“Ainda Não É o Fim nem o Princípio do Mundo Calma é Apenas um Pouco Tarde”.
Manuel António Pina numa entrevista.
18/12/2012
Um dia no Museu NMC
O Museu Nacional Machado de Castro reabriu ao público no dia 13 de dezembro. As obras a que o edifício foi sujeito tornaram este espaço muito aprazível.
Uma das minhas peças eletivas. Uma parte de um Tríptico da Paixão de Cristo, 1514-17,
Mosteiro de Santa Clara de Coimbra
«Por encomenda de D. Manuel I, Quentin Metsys executou em Antuérpia, entre 1514 e 1517, o tríptico de que se conservam os volantes. Estando o tríptico fechado, o observador deparava com a Anunciação – primeiro momento da vida terrena de Cristo – em grisalha, em tons de branco, cinza e rosa. Das cenas que encerram este ciclo falava o interior: ao centro, o Calvário; aos lados, a humilhação infligida pelos romanos (Flagelação) e pelos judeus (Ecce Homo). Os temas e as dimensões das figuras, a posição da cabeça e das mãos da Virgem, conservada em fragmento, parecem autorizar a restituição conjetural do Calvário. Já em 1931 o historiador da Arte, J. de Figueiredo, vira no pequeno quadro oval, figurando uma Virgem Dolorosa, um fragmento do painel central. Com efeito, trata-se de uma falsa oval, pois a extremidade direita é uma tira pertencente à zona inferior da orla do manto da Virgem, como facilmente se depreende do bordado fingido a ouro. Os repintes, grosseiros na cor e na pincelada, por de mais aparentes no punho esquerdo, mostram que a obra a que refere o ex-voto da prioresa, escrito nas costas da peça, mais não foi do que aproveitamento de uma parte do tríptico que um desastre – inundação ou incêndio – arruinara.» *Notas recolhidas no site do Museu Nacional Machado de Castro. Voltarei a falar neste tríptico.
Josefa de Óbidos, Maria Madalena
«Óleo sobre cobre proveniente do Convento do Louriçal. Tem sido considerada como uma das obras da juventude de Josefa d’Óbidos, hipótese atestada pela inscrição, no reverso, que identifica seu pai – Baltazar Gomes Figueira – como o proprietário deste «chapaz de cobre». Obra delicada, rica em cores, não obstante a penumbra geral, adota um vocabulário pictural que convida à penitência, primeira via para a redenção no período Proto-Barroco. Todos os elementos da obra se subordinam a essa mensagem catequética e manipulam o observador. O tema é o de uma pecadora convertida pelo dogma da fé, revelado na luz emanada pelo Crucifixo que, juntamente com a chama da candeia, banha a figura e a sua expressão, deixando na penumbra o que é secundário. Os atributos reforçam a ideia: a caveira simboliza a meditação sobre as vaidades da vida; os cilícios, como expressão do arrependimento e da penitência, são um meio para chegar à Palavra Divina, transcrita na Bíblia, sobre a qual estão colocados».*
O Cavaleiro Medieval (século XIV) retirado da Capela dos Ferreiros em Oliveira do Hospital
«O cavaleiro representa Domingos Joanes, sepultado na Capela dos Ferreiros, como testemunham os atributos militares – elmo, cota de malha, escudo de armas e espada, sapatos de bico e esporas – e heráldicos – escudo de azul, com aspa de prata acompanhada de quatro flores-de-lis de ouro – que ostenta.A exaltação dos valores militares integra-se num contexto funerário, associando o cavaleiro a uma dimensão religiosa, bem característica da espiritualidade medieval»*
A cidade entra pelo museu dentro. Na parede lateral direita está colocada
uma nota sobre a igreja que daqui se visualiza
O bar e restaurante tem uma vista muito bonita da Alta de Coimbra,
nomeadamente, da cúpula da Sé Velha e da Universidade
15/12/2012
Chove muito, mais, sempre mais..
L. do D.
Chove muito, mais, sempre mais... Há como que uma […] que vai desabar no exterior negro...
Todo o amontoado irregular e montanhoso da cidade parece-me hoje uma planície, uma planície de chuva. Por onde quer que alongue os olhos tudo é cor de chuva, negro pálido.
Tenho sensações estranhas, todas elas frias. Ora me parece que a paisagem essencial é bruma, e que as casas (é que) são a bruma que a vela.
Uma espécie de anteneurose do que serei quando já não for gela-me corpo e alma. Uma como que lembrança da minha morte futura arrepia-me de dentro. Numa névoa de intuição sinto-me matéria morta, caído na chuva, gemido pelo vento. E o frio do que não sentirei morde o coração actual.
s.d. Bernardo Soares, Livro do Desassossego. (Fernando Pessoa. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982. Vol. I, .p. 79.
A encantadora voz de Mariza que me enche os olhos de chuva.
12/12/2012
12-12-12 com Botticelli
12-12-12
Desejo a todos boa fortuna com Sandro Botticelli
Sandro Botticelli,The Mystical Nativity,c.1500–1501, National Gallery in London.
Desejo a todos boa fortuna com Sandro Botticelli
Sandro Botticelli,The Mystical Nativity,c.1500–1501, National Gallery in London.
12 anjos vestidos com a cor da fé, esperança e caridade.
12 = anjos dançam no céu (Zodíaco)
3 = anjos sentados no telhado (Ar, Fogo, Água)
7 = 4 figuras à esquerda e 3 do lado direito (Planetas)
6 = anjos e pessoas (Terra)
David Bowman, Mystical Revelation by Botticelli, daqui
Retirado da wikipedia
11/12/2012
Manoel de Oliveira
Parabéns a Manoel de Oliveira que hoje fez 104 anos!
LIBERDADE
LIBERDADE
Hoje a liberdade é tida como um direito absoluto. Mas não há liberdade absoluta. A liberdade não é sequer um direito. A liberdade é um dever, um dever fortíssimo. A liberdade é o respeito pelo próximo. O Espinoza dizia: nós supomo-nos livres porque ignoramos as forças que impedem os nossos actos. De maneira que há forças que nos são estranhas, não somos nós. Eu sinto-me um joguete, uma marioneta. Sou conduzido por forças que ignoro. Eu sinto isso, eu pressinto isso.
Manoel de Oliveira, in Notícias Magazine (DN) / 2004-05-09 (do Citador)
Porque no presente é pertinente focarmos a pobreza, aqui fica uma memória de tempos difíceis.
As crianças são sempre as primeiras a sentir o peso da crise sem perceberem porquê.
Aniki-Bobó
09/12/2012
O Grande Moleiro do Céu
Finalmente vi O Moinho e a Cruz de Lech Majewski que retrata a magistral obra de Pieter Brueghel, o Velho - A Procissão para o Calvário.
Sempre sonhei entrar numa tela e este realizador permitiu-me, em parte, realizar esse sonho.
Registam-se algumas palavras / pensamentos que traçam a importância de cada objeto ou pessoa na tela de Brueghel:
- Círculo da vida;
- Árvore da vida;
- Círculo da Morte;
- O Grande Moleiro do Céu;
- Intolerância;
- Reforma Católica;
- Coisas dos homens sob os olhos de Deus.
O filme tem uma excelente fotografia, parece que a película assume a tela e a engrandece. Os diferentes planos e sobreposições das personagens dão a noção de perspetiva criada pelos pintores. A iluminação toma o lugar do claro escuro e da gradação de cores - sfumato.
Registam-se algumas palavras / pensamentos que traçam a importância de cada objeto ou pessoa na tela de Brueghel:
- Círculo da vida;
- Árvore da vida;
- Círculo da Morte;
- O Grande Moleiro do Céu;
- Intolerância;
- Reforma Católica;
- Coisas dos homens sob os olhos de Deus.
O filme tem uma excelente fotografia, parece que a película assume a tela e a engrandece. Os diferentes planos e sobreposições das personagens dão a noção de perspetiva criada pelos pintores. A iluminação toma o lugar do claro escuro e da gradação de cores - sfumato.
Pieter Brueghel, O Velho, A Procissão para o Calvário (Christ Carrying the Cross)1564.
Kunsthistorisches Museum, Vienna Daqui
Detalhe: "O Grande Moleiro do Céu aquele que mói o pão da vida e do destino" (do filme)
Detalhe 3 - O círculo da morte
Calvário
« (...) obra-prima de Pieter Bruegel, retrata a história da Paixão de Cristo passada na Flandres durante a brutal ocupação espanhola no ano de 1564, o mesmo ano em que Bruegel criou o quadro. De entre as mais de 500 figuras que preenchem a notável tela de Bruegel, O Moinho e a Cruz foca-se numa dúzia de personagens cujas histórias se revelam e entrelaçam numa paisagem panorâmica povoada por aldeões e cavaleiros. Entre eles, estão também o próprio Bruegel (interpretado por Rutger Hauer), o seu amigo e coleccionador de arte Nicholas Jonghelinck (Michael York), e a Virgem Maria (Charlotte Rampling).»
Retirado doYoutube.
07/12/2012
"De um traço nasce a arquitetura"
Estava a ouvir Radiohead, mais propriamente, No Surprise, quando soube da morte de Oscar Niemeyer, um arquiteto cuja obra me apraz.
Flores em díptico para o arquiteto que inventava curvas pensando na mulher.
"De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte."
- "Conversa de arquiteto" - página 9, Oscar Niemeyer - Revan, 1993 - 54 páginas,
"A gente tem é que sonhar, senão as coisas não acontecem".
Na revista Caros Amigos, conforme citado em "Teoría & debate: revista trimestral do Partido dos Trabalhadores", Volume 19, Edições 64-68, Partido dos Trabalhadores (Brazil) - 2005
Daqui
05/12/2012
O livro e a alma
Jonathan Wolstenholme is a British artist and illustrator best known for his amazingly detailed works deriving from a love of old books. Daqui.
The Wise Books
Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte.
Ruiz Zafon, A Sombra do Vento. Lisboa: D. Quixote, 2009 (17 ª edição, tradução de J. Teixeira de Aguilar), p. 14.
Obrigada Cláudia por me ter feito chegar às mãos este título de Zafon que ainda não tinha lido. Estou a adorar!:)
E por falar de livros gostaria muito de ir ao Porto à
Obrigada Cláudia por me ter feito chegar às mãos este título de Zafon que ainda não tinha lido. Estou a adorar!:)
Retirado do Youtube
03/12/2012
"quatro letras"
Imagem retirada do site da Fnac
O livro de Sophia de Mello Breyner Andresen (textos inéditos) e do neto Pedro Sousa Tavares (que os apresenta): Os Ciganos é lindíssimo pois faz a ponte entre os gadjó e os ciganos ou povo Rom.
Escolhi o trecho que em seguida apresento para dedicar às minhas amigas da Cozinha dos Vurdóns que têm desempenhado um papel muito importante na conquista dos direitos do povo Rom.
O rapaz começou a afastar a caruma do chão, até deixar descoberto um retângulo de terra limpa. Depois pegou num galho seco e escreveu quatro letras: G,E,L,A.
- O que é isso? - perguntou a rapariga.- Isto é o teu nome. Se me estás a ensinar o que sabes creio que também posso fazer o mesmo.Contarás tu as histórias do teu povo.
Sophia de Mello Breyner Andresen e Pedro Sousa Tavares. Os Ciganos, Porto: Porto Editora, p. 54. (Ilustrações de Danuta Wojciechowska)
A ilustradora Danuta Wojciechowska foi distinguida com menções especiais do «Prémio Nacional de Ilustração:
pelas ilustrações do livro “Fala-Bicho”, de Violeta Figueiredo, Editorial Caminho;
pelas ilustrações do livro “O Limpa-Palavras e outros poemas”, de Álvaro Magalhães, ASA; pelas ilustrações do livro “O Gato e o Escuro”, de Mia Couto, Editorial Caminho;
pelas ilustrações do livro “Mouschi o Gato de Anne Frank” de José Jorge Letria, ASA.
Em 2002 foi seleccionada pela THE WHITE RAVENS – A Selection of International Children´s and Youth Literature, com o livro “O Gato e o Escuro”, de Mia Couto, Editorial Caminho. For Young People. Em 2003 foi seleccionada para a Exposição Internacional de Ilustradores da Feira do Livro Infantil de Bolonha.
Foi seleccionada como candidata nacional ao prémio Hans Christian Andersen 2004, atribuído pelo IBBY – International Board oF Books. »
Etiquetas:
Cozinha dos Vurdóns,
Ilustração,
Livraria Lumière,
Livros,
lutas e direitos fundamentais,
Paco de Lucia,
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
01/12/2012
"Onde começa e acaba a sua humanidade ..."
Aristides de Sousa Mendes - Cônsul de Bordéus, um filme de Francisco Manso e João Correa, belíssimo em palavras, ações e fotografia.
- Onde começa e acaba a sua humanidade senhor cônsul? (Rabino)
- Sabe o que acontece se desobedecer a uma ordem direta de Salazar, não sabe? (Embaixador)
- Sei, mas também sei o que acontece se lhe obedecer. (Aristide de Sousa Mendes)
Do filme.
29/11/2012
Segunda de cinco ideias...
Segunda de cinco ideias para pensar com os olhos.
2 - Nem sempre as coisas são aquilo que parecem. Nem sempre uma coisa sabe parecer aquilo que é. Materializar uma ideia reforça a própria ideia.
Somente o texto é de Paulo Condessa, do catálogo Image Night - Exposição de Fotografia 2000. A imagem é escolhida por mim segundo as palavras que li.
Blaze 1, Emulsion on Hardboard, obra criada em 1962, pela pintora inglesa Bridget Riley
Retirada daqui
27/11/2012
Uma de cinco ideias...
Margarida Cepêda, Em frente ao espelho
(Cortesia do Google)
(Cortesia do Google)
1. Que imagem vê quando se olha ao espelho? A pessoa que escolheu ser ou a pessoa que consegue ser? A resposta não interessa. O que interessa é fazer a pergunta.
Catálogo Image Night, Exposição de Fotografia - 2000
Paulo Condessa (texto*) a quem agradeço as cinco ideias, não usei as imagens ligadas às ditas. Todavia, gostei imenso do texto.
* Acrescentado e retificado às 18:04 h de dia 28-11-2012
24/11/2012
"povo das flores"
Óbidos
e se ele nos levasse para portugal, podíamos ver com os nossos olhos esse povo das flores, seria fantástico. o pobre do andriy ainda não ganha para isso, não tem como pagar as viagens, quanto mais para nos sustentar lá. a vida lá também é mais cara. pois é. tu achas que é mesmo possível fazer uma revolução com flores, sasha, e a nossa que foi tão* . não quero falar nisso agora.
Valter Hugo Mãe, o apocalipse dos trabalhadores. Lisboa: Quidnovi, 2009 (3ª edição), p.80.
* Ucrânia
No livro "o apocalipse dos trabalhadores", Valter Hugo Mãe descreve Portugal como sendo o país das flores, colocando esta ideia nos pais de uma personagem ucraniana que acalentavam o sonho de vir para Portugal. Ironia? Portugal o país das flores... flores ávidas de sede de humanidade. Portugal outrora país de destino agora país de partida.
Uma querida amiga ofereceu-me este livro e a ela cabe-me agradecer: muito obrigada!:)
O livro fala de amor de uma forma crua e prosaica mas tem a beleza do amor. Daí a escolha desta ária que me sensibiliza por vários motivos.
22/11/2012
As Idades do Mar - exposição na Gulbekian
Não sei se já deixei um registo da minha paixão pelo mar... Das árvores sabem que sim.
Do mar vem o gosto pela aventura, pelo mistério, vem a minha nostalgia, a minha ânsia de viajar.
“O mar é uma entidade física imensa que ocupa sete partes da totalidade do globo terrestre, espaço fascinante e enigmático que propicia riquezas materiais e grandiosas divagações do espírito”
Do mar vem o gosto pela aventura, pelo mistério, vem a minha nostalgia, a minha ânsia de viajar.
O mar é de todos e não é de ninguém... mesmo que os homens desenhem fronteiras.
“O mar é uma entidade física imensa que ocupa sete partes da totalidade do globo terrestre, espaço fascinante e enigmático que propicia riquezas materiais e grandiosas divagações do espírito”
João Castel-Branco Pereira (Diretor do Museu Gulbenkian)
Joaquín Sorolla no Cartaz da Exposição
e escultura "A Primavera, Homenagem a Jean Goujon" , 1939, de Alfred-August Janniot
Da Exposição:
«O Museu Gulbenkian apresenta uma exposição centrada nas representações físicas e simbólicas do Mar ao longo de quatro séculos da pintura ocidental (séculos XVI-XX), por artistas como Turner, Friedrich, Ingres, Guardi, Bocklin, Constable, Lorrain, Monet, Courbet, Klee, Dufy, De Chirico, Manet ou Van Goyen, entre muitos outros. A pintura portuguesa estará representada por nomes como Amadeo, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro ou João Vaz.
Com curadoria de João Castel-Branco Pereira, diretor do Museu Gulbenkian, a exposição desenvolve-se em seis núcleos distintos: A Idade dos Mitos; A Idade do Poder; A Idade do Trabalho; A Idade das Tormentas; A Idade Efémera; A Idade Infinita».
Todas as imagens e informações foram retiradas do seguinte site:
Museu Calouste Gulbenkian
[os autores das fotografias estão identificados no referido site]
[os autores das fotografias estão identificados no referido site]
A Idade dos Mitos
Arnold Böcklin, (1827-1901). Tritão e Nereida. 1877.
Têmpera sobre papel, montado sobre painel de madeira. 44,5 x 65,5 cm. Museum Oskar Reinhart am Stadtgarten, Winterthur. (site da Fundação Calouste Gulbenkian)
Têmpera sobre papel, montado sobre painel de madeira. 44,5 x 65,5 cm. Museum Oskar Reinhart am Stadtgarten, Winterthur. (site da Fundação Calouste Gulbenkian)
A Idade do Poder
Autor não identificado. “Martírio de Santa Úrsula e das Onze Mil Virgens” do Retábulo de Santa Auta. c. 1522. Óleo sobre painel de madeira . 93 x 192,5 cm . Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Autor não identificado. “Martírio de Santa Úrsula e das Onze Mil Virgens” do Retábulo de Santa Auta. c. 1522. Óleo sobre painel de madeira . 93 x 192,5 cm . Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
A Idade do Trabalho
William Bradford (1823-1892). "Pescadores Junto à Costa do Labrador". Sem data. Óleo sobre tela. 52 x 82,5 cm. Coleção Carmen Thyssen-Bornemisza em depósito no Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid .
William Bradford (1823-1892). "Pescadores Junto à Costa do Labrador". Sem data. Óleo sobre tela. 52 x 82,5 cm. Coleção Carmen Thyssen-Bornemisza em depósito no Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid .
A Idade dos Tormentas
Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992). “História Trágico-Marítima ou Naufrage”. 1944. “Óleo sobre tela”. 81,5 x 100 cm., Lisboa.
( Tela já colocada no Prosimetron a 17 de Agosto de 2010)
A Idade Efémera
Claude Monet (1840-1926). “Hôtel des Roches noires. Trouville”. 1870. Óleo sobre tela. 81 x 58 cm. Paris, musée d’Orsay, doação de Jacques Laroche, 1947. Inv. RF 1947-30. Paris, Musée d’Orsay.
A Idade Infinita
Carl Friedrich Blechen (1798-1840). "Gruta no Golfo de Nápoles". 1829. Óleo sobre tela. 37,5 x 29 cm Wallraf-Richartz Museum & Fondation Corboud, Colónia.
Claude Monet (1840-1926). “Hôtel des Roches noires. Trouville”. 1870. Óleo sobre tela. 81 x 58 cm. Paris, musée d’Orsay, doação de Jacques Laroche, 1947. Inv. RF 1947-30. Paris, Musée d’Orsay.
A Idade Infinita
Carl Friedrich Blechen (1798-1840). "Gruta no Golfo de Nápoles". 1829. Óleo sobre tela. 37,5 x 29 cm Wallraf-Richartz Museum & Fondation Corboud, Colónia.
20/11/2012
Um Livro deve ser
«Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós.»
Franz Kafka ( citação retirada do Citador)
Cortesia do youtube
17/11/2012
A pujança do Outono
A pujança do Outono.
A paleta é triunfante: o sol atravessa obliquamente o jardim e faz reviver as cores. A sintonia entre a luz e a sombra é convidativa à contemplação.
Ouve-se a brisa suave e a folha que cai lentamente num bailado perfeito. A paisagem apela à quietude, à ordem e à harmonia.
A beleza majestosa do jardim barroco torna distante o barulho da cidade, o frenesim diário e pára os ponteiros do relógio que chamam para as orações profanas.
Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
«Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.»
José Saramago na contracapa do Provavelmente Alegria.
Bom dia!
16/11/2012
Solidão outonal
Solidão Outonal,
Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
Associei a fotografia ao filme A Elegância do Ouriço, um filme lindíssimo de Mona Achache com Josiane Balasko no papel de Renée Michel; Garance Le Guillermic no de Paloma Josse e Togo Igawa no de Kakuro Ozu. Um filme que o acaso me levou a ver e no qual o destino e acaso se interligam. Também os protagonistas estão no outono da vida ligados por uma pequena primavera.
"A lucidez torna o sucesso amargo, ao passo que a mediocridade espera sempre alguma coisa."
citação do filme
citação do filme
14/11/2012
Basta!
Basta!
... Da dignidade do ser humano
"Ó
Adão, não te demos nem um lugar determinado, nem um aspecto que te seja
próprio, nem tarefa alguma específica, a fim de que obtenhas e possuas aquele
lugar, aquele aspecto, aquela tarefa que tu seguramente desejares, tudo
segundo o teu parecer e a tua decisão. A natureza bem definida dos outros
seres é refreada por leis por nós prescritas. Tu, pelo contrário, não
constrangido por nenhuma limitação, determiná-la-ás para ti, segundo o teu
arbítrio, a cujo poder te entreguei. Coloquei-te no meio do mundo para que daí
possas olhar melhor tudo o que há no mundo. Não te fizemos celeste nem
terreno, nem mortal nem imortal, a fim de que tu, árbitro e soberano artífice de
ti mesmo, te plasmasses e te informasses, na forma que tivesses seguramente
escolhido. Poderás degenerar até aos seres que são as bestas, poderás
regenerar-te até às realidades superiores que são divinas, por decisão do teu
ânimo".
Giovanni Pico della Mirandola [1463-1494]: Discurso sobre a Dignidade do Homem. Lisboa: Edições 70, (Edição Bilingue),1989, pp. 49, 51 e 53.
Giovanni Pico della Mirandola [1463-1494]: Discurso sobre a Dignidade do Homem. Lisboa: Edições 70, (Edição Bilingue),1989, pp. 49, 51 e 53.
>
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Arquivo
-
▼
2012
(193)
-
▼
dezembro
(16)
- "A flor perfeita e rara"...
- Cartas de amor e "natalices"
- Similitudes ou conectividade - AMOR
- NATAL ... de partida
- Feliz Natal!
- Quebra-Nozes, uma viagem à fantasia
- "Não É o Fim nem o Princípio", neste nosso Portugal
- Um dia no Museu NMC
- Chove muito, mais, sempre mais..
- 12-12-12 com Botticelli
- Manoel de Oliveira
- O Grande Moleiro do Céu
- "De um traço nasce a arquitetura"
- O livro e a alma
- "quatro letras"
- "Onde começa e acaba a sua humanidade ..."
-
▼
dezembro
(16)