L. do D.
Chove muito, mais, sempre mais... Há como que uma […] que vai desabar no exterior negro...
Todo o amontoado irregular e montanhoso da cidade parece-me hoje uma planície, uma planície de chuva. Por onde quer que alongue os olhos tudo é cor de chuva, negro pálido.
Tenho sensações estranhas, todas elas frias. Ora me parece que a paisagem essencial é bruma, e que as casas (é que) são a bruma que a vela.
Uma espécie de anteneurose do que serei quando já não for gela-me corpo e alma. Uma como que lembrança da minha morte futura arrepia-me de dentro. Numa névoa de intuição sinto-me matéria morta, caído na chuva, gemido pelo vento. E o frio do que não sentirei morde o coração actual.
s.d. Bernardo Soares, Livro do Desassossego. (Fernando Pessoa. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982. Vol. I, .p. 79.
A encantadora voz de Mariza que me enche os olhos de chuva.
Formoso
ResponderEliminarmas não Seguro
Este não será o quadro que mais gosto de Van Gogh mas gosto de Mariza.
ResponderEliminarAh!, Ana, gosto muito da sua nova foto. Lindíssima.
Este Van Gogh parece um azulejo. Muito bonito.
ResponderEliminarAqui também tem chovido muito.
Bjs!
Este Van Gogh parece um azulejo. Muito bonito.
ResponderEliminarAqui também tem chovido muito.
Bjs!
serà azulejo ou sei là que, mas era um Genio! e Fernado Pessoa outro!
ResponderEliminarbeijos querida Ana e obrigada pelos comentarios!
aqui frio e chuva e eu de mau humor!!
ResponderEliminarÉ fantástico!
Este "Livro do Desassossego" agarra-se à pele e marca.
Um beijo
Não gosto de chuva, embora saiba que é necessária. Nos dias em que chove muito lembro-me da Arca de Noé. Nos dias muitos escuros sinto-me próximo do reino de Mordor, no Senhor dos Anéis. Enfim, pensamentos menos negros que os de Fernando Pessoa, mas nem por isso mais alegres. Bjs e bom Domingo!
ResponderEliminarO quadro é sublime! Até a chuva ali é diferente, chuva azul, não admira que a Ana tenha gostado... Gosto muito também do texto do B.S. Ele escrevia muito bem TUDO!
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana! Vão chegar as férias, disse o Snoopy!
Por aqui é mais nevoeiro e humidade, ana.
ResponderEliminarLindo o quadro.
E linda a música cantada pela Mariza
Beijinho e votos de boa semana
Puma,
ResponderEliminarC'est vrai! :(
Catarina,
Muito obrigada, foi tirada no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.
Beijinho. :)
Sandra,
Julgo que a primeira vez que vi esta tela foi no Memórias e Imagens, depois fui ver a um calhamaço que me ofereceram sobre Van Gogh e lá estava.
É incrível como apesar da chuva o dia é claro, não é?
Beijinhos.
Myra,
Desejo que hoje o seu dia seja claro e com a luz de Van Gogh.
Margarida,
É bem verdade o que afirma. Que sensação descrita mais gira!:)
Beijinhos.
Que bom que vão chegar as férias! :)
Beijinhos.
Pedro,
Beijinhos e boa semana!:)
Lígia,
ResponderEliminarThe last but not the least!
Saltei-a sem querer. É um facto agarra-se à pele.
Beijinho.
ResponderEliminarObrigada pelas palavras no "Searas"
Vim trazer-lhe o poema:
Destronados à força
do equilíbrio a que nos habituámos
observamos absortos
a rua onde todo o movimento
cessa. Só o choro da chuva
soa frio no fundo das retinas
e nunca os horizontes interiores
se irmanaram tão justamente
à estreiteza do solar.
Poder ser ainda um abraço fechado
para te guardar, menina,
cheia de sonhos e lampejos
e gestos a brincar nos olhos
onde não se descortinavam ainda
futuros, florindo apenas em longínquos
jardins de gelo.
No regaço deserto de hoje
subitamente,
um poema se estilhaça. Em queda
mil fragmentos vão ocultar-se
num misterioso lago de torpor.
Lídia Borges
Um beijo
FELIZ NATAL!
Obrigada, Lídia!
ResponderEliminarIrei colocá-lo um dia destes.
Beijinho e FELIZ NATAL! :)