31/10/2015

Leituras

Henri Matisse, Detalhe,  A  Blusa Romena, 1940             


A tela de Matisse aqui representada foi a mentora do livro de António Mega Ferreira e um detalhe dela
faz parte da capa do mesmo.
Musee National d'Arte Moderne, Centro Georges Pompidou,  Paris
(http://www.artchive.com/artchive/M/matisse/matisse_rumanian_blouse.jpg.html)

A blusa romena é uma explosão de cor na forma ampla, generosa, excessiva, de um corpo de mulher, cujo rosto se rasga, parecia-me então, num sorriso luminoso. ( p.42)
***
A História, assim mesmo: só os humanos a escrevem com letra grande, porque a investem de uma carga intemporal e metafísica que que ela não tem, pura e simplesmente porque não existe enquanto tal. Que outro vazio se esconde por detrás desta desmedida ambição de fazer História através da pequena história de acidentes e casualidades que é o destino de cada um?


António Mega Ferreira, A Blusa Romena. Lisboa: Sextante, 2008, p.45-46.



29/10/2015

casa portuguesa

Casa portuguesa, Óbidos



Numa casa portuguesa fica bem
pão e vinho sobre a mesa.
Quando à porta humildemente bate alguém,
senta-se à mesa co'a gente.
Fica bem essa fraqueza, fica bem,
que o povo nunca a desmente.
A alegria da pobreza
está nesta grande riqueza
de dar, e ficar contente.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!

No conforto pobrezinho do meu lar,
há fartura de carinho.
A cortina da janela e o luar,
mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar
uma existéncia singela...
É só amor, pão e vinho
e um caldo verde, verdinho
a fumegar na tijela.

Quatro paredes caiadas,
um cheirinho á alecrim,
um cacho de uvas doiradas,
duas rosas num jardim,
um São José de azulejo
sob um sol de primavera,
uma promessa de beijos
dois braços à minha espera...
É uma casa portuguesa, com certeza!
É, com certeza, uma casa portuguesa!


Reinaldo Ferreira (filho)

Poema eternizado por Amália Rodrigues e outros fadistas.

Porque é um dos fados que menos gosto, apesar da excelente letra, optei pela Serenata de Carlos Paredes.



Para celebrar os 35 anos de carreira de Rui Veloso aqui fica Paredes e Rui Veloso em Porto Sentido.
Claro, é para o João Menéres para a sua rubrica "Porto Meu".

Publicada hoje num breve intervalo após o comentário do Rogério. Sim, as letras do Carlos Tê são maravilhosas. Foquei Reinaldo Ferreira porque me pareceu que casava melhor com a fotografia. 

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
És cascata, são-joanina
Erigida sobre o monte
No meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
Da Ribeira até à Foz
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
Dum rosto e cantaria
Que nos oculta o mistério
Dessa luz bela e sombria

[refrão]

Ver-te assim abandonada
Nesse timbre pardacento
Nesse teu jeito fechado
De quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
Em cada regresso a casa
Rever-te nessa altivez
De milhafre ferido na asa

Carlos Tê


(1992)

27/10/2015

Um olhar... à janela

Um olhar... à janela
Cruzam-se na rua sem se conhecer,
olham-se, sorriem, nada dizem.
Apenas um olhar à janela pode dizer tudo.

***
O que nos diz esta  noiva judia de Rembrandt?

Rembrandt, "The Girl in a Picture Frame" (Jewish Bride), 1641,
The Royal Castle in Warsaw
File:Rembrandt Girl in a Picture Frame.jpg




25/10/2015

Time Flies

O tempo voa, estamos outra vez a atrasar os relógios, a manipular o tempo.
Contudo, ele ri-se de nós, porque apesar dos ponteiros andarem para trás o tempo biológico avança.


Estação de Caminho de Ferro, Atocha, Madrid

Duy Huynh. Time Flies with Strings Attached,

Duy Huynh. Time Flies with Strings Attached


Tempo

O tempo é um velho corvo
de olhos turvos, cinzentos.
Bebe a luz destes dias só dum sorvo
como as corujas o azeite
dos lampadários bentos.

E nós sorrimos,
pássaros mortos
no fundo dum paul
dormimos.

Só lá do alto do poleiro azul
o sol doirado e verde,
o fulvo papagaio
(estou bêbedo de luz,
caio ou não caio?)
nos lembra a dor do tempo que se perde.

Carlos de Oliveira, in 'Colheita Perdida'
(Citador)


22/10/2015

Portal

Portal: para outra dimensão?
Castelo de Ourém, Ourém

Portal

Em ângulo recto perfeito
ou imperfeito
esculpiu 
o escultor 
um portal 
que atravessa o horizonte
em honra de
Cronos

*******

Não sei rotular a música dos Tiger Lillies. Será música de cabaré? Dark music? Alternativa?  Gosto do ar decadente e  esta canção que foca todo os meses do ano casei-a com o meu portal

20/10/2015

Gemido de Outono

Gemido de Outono,
Museu Picasso, Antibes 
Escultura de Arman


Voz de Outono

Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nú e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima soidão,

Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel
deveza, Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!

Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,

(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!» —


Antero de Quental, in "Sonetos" (Citador)

17/10/2015

Solidão no dia da erradicação da pobreza

Em Portalegre os idosos e as crianças associaram-se na Praça da República para levantar a voz sobre a erradicação da pobreza. Foram entrevistados vários idosos que vivem no limiar da pobreza ou mesmo em pobreza, com o dinheiro contado e com a ajuda da Misericórdia. É este o país em que vivemos, é caso para dizer que este país não é para velhos nem para jovens, para quem é afinal?
Para uma população activa, que desconta os seus impostos a pensar nos mais velhos e no futuro mas ... sem futuro? 

Na Gulbenkian este Senhor mereceu o meu olhar. 
Partilha o que tem e na sua solidão há apenas a harmonia com a Natureza que o rodeia.


O Dia Internacional da Erradicação da Pobreza celebra-se dia 17 de Outubro.

Piano Casta Diva Ária de Norma de Bellini

16/10/2015

Para a Maria João

Um beijinho de parabéns, muitos anos de vida 
e um dia muito feliz em Veneza!

Para recordar as Maias de Portalegre

Uma flor apanhada antes de cair na água (Botticelli)

Sandro Botticelli, The Birth of Venus, detail flower (1486)
Florence Uffizi - google Art Project

Privada de internet, até ao momento, só agora posso deixar a minha lembrança: um poema de um escritor que viveu na sua terra - Portalegre, uma cidade luminosa. A escolha tem que ver com a Maria João que já viveu em vários países, conheceu várias culturas e é uma pessoa muito humana e muito culta.

Sabedoria

Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando
Deus quiser.

Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.

Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar. . .
E venha a morte quando Deus quiser.

Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.

José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'


( retirado do site Citador)


14/10/2015

"Do teu secreto cofre de memórias"...

Exposição comemorativa do centenário do pintor Luís Dourdil 
em Coimbra, no Museu Municipal Edifício Chiado, desde Setembro até 11 de Outubro passado.

Aqui fica um apontamento das cores e da sensibilidade do pintor que nasceu em Coimbra em 1914 e faleceu em Lisboa em 1989.

Luís, Dourdil, Peixeira sentada, c. 1960


A Peixeira Sentada, c. 1960  e o Abraço de 1973.

Luís Dourdil, Mulheres de Alfama, s/ data, carvão


Todos temos um cofre secreto de memórias que a um dado momento gostaríamos de abrir.


Poema de Lagoa Henriques em homenagem ao pintor Luis Dourdil:

DO TEU ÁLBUM DE LEMBRANÇAS
DO TEU FICHEIRO DE IMAGENS
DO TEU SECRETO COFRE
DE MEMÓRIAS
DOURDIL,NERVOSA E
REFLECTIDAMENTE
QUEBRA O SILÊNCIO

TRAZES UMA MÃO CHEIA
DE LUZ SOMBRIA
LARANJA PRATEADA
DE RUMORES CORPOS
SENSUAMENTE DECEPADOS
(CORPOS SÓ ANCAS)
NUVENS DE
MADRUGADA
PRESAS NO MOVIMENTO
ABANDONADO
DOS BOTES DAS FRAGATAS
DAS TRAINEIRAS
CORPOS DE SOL
CORPOS DE SAL

A PINTURA DOS AVENTAIS
DAS BLUSAS
DAS SAIAS
DOS LENÇOS
DAS PEÚGAS
DE ALGODÃO
DOS OLEADOS DAS CANASTRAS
DOS GRITOS
DOS SEGREDOS
E DOS BEIJOS
DO NASCER DO CRESCER E DO MORRER

A ALFAMA ONDE MORAM
AS TUAS VARINAS
PEIXEIRAS
COMO TU DIZES
SÃO ELAS PRÓPRIAS
FEITAS DE BAIRRO
ALICERCE MOVENTE
ARQUITECTURA SEM PAREDES
PORTAS E JANELAS DE TERNURA.

AS TUAS SENHORAS NUAS
DE SENTIMENTOS
VESTIDAS DE HUMANIDADE
DE GESTOS
VERDADEIROS
AUTÊNTICOS
NATURAIS
DE GESTOS-DE GESTOS
OS GESTOS DA TUA PINTURA
OS GRITOS MODULADOS DO
TEU DESENHO NO CÉU CLARO
FORTEMENTE ILUMINADO
DA BEIRA-RIO

DA BEIRA-TEJO
DO RIO Á BEIRA
DA RIBEIRA DE LISBOA.

DEPOIS AS TUAS MÃOS
MÁGICAMENTE
MÁGICA DE CIÊNCIA
E DE SABER- DE- OFÍCIO
DESDOBRAM O
SORTILÉGIO
DO ACONTECER.
MÉTAFISICA DO QUOTIDIANO
BRAÇADAS DE TERNURA
ANÓNIMA
QUE RÁPIDAMENTE
ORGANIZAS
NO LINHO PREPARADO
NA PAREDE NA PÁGINA
QUE DESFOLHAS.

-OUTONO SALGADO
MORDIDO DE SOL
INVERNO ILUMINADO
PRIMAVERA
DE MÃOS E ROSTOS
DE PALAVRAS
DE SILÊNCIOS, DE BEIJOS
DE GRITOS SUFOCADOS
DE HÉLICES
DE REDES, DE GAIVOTAS
DE PORTAS, DE REMOS

DE PEIXES

DE SOMBRAS FRATERNAS
NOS CORPOS QUE SE TOCAM
CONVIVÊNCIA INADIÁVEL
QUE DESLUMBRADO
AGARRAS E REGISTAS
E RESPONDES.

E RESPONDES,REPITO
NESSA SEGUNDA CASA
ONDE CONVIVES COM ESSA OUTRA FAMÍLIA
QUE TU AMAS TANTO
COMO A PRIMEIRA
QUE É A TUA MULHER E O TEU FILHO
ESSA OUTRA FAMÍLIA
QUE É O CHIADO E A BRASILEIRA
AS LIVRARIAS
OS AMIGOS A RUA
DO ALECRIM,QUE DESCES
DESLUMBRADO A PENSAR
NO ENCONTRO FELIZ
INDIMENSIONAL ABSOLUTO
COM O TEU SOL O TEU RIO
RIO DE PEIXES E DE CORPOS

BRUMA SENSUALÍSSIMA
DE PERFIS SEGREDADOS
QUE RISCAS
ENERGICAMENTE
NUMA CARÍCIA
MEMORIZADA
TERRIVELMENTE ÍNTIMA
DUMA DOLOROSA ALEGRIA
ALEGRIA QUE CONSTRÓIS
PACIENTE
E EXALTADO
RESPONDENDO
AO PORQUÊ?
AO PORQUÊ?
DA ÁRVORE GENEOLÓGICA DA VIDA

Lisboa, 12 de junho de 1975
Escultor prof. Lagoa Henriques  (https://pt-br.facebook.com/luisdourdil/posts/10152950673013251)




11/10/2015

Às vezes não temos palavras

para agradecer a beleza que nos vem parar às mãos.
Obrigada!

Sentenças para a 
Ensinança e Doutrina 
Do 
Príncipe D. Sebastião

Edição do Banco Pinto & Sotto Mayor no âmbito, em Lisboa, da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura. Exemplar nº 2144 
Fac-Símile do manuscrito inédito da Casa Cadaval  introdução do Prof. Doutor Luís de Matos


Ho que hé nosso corpo sem alma, isso mesmo hé,  a cidade sem ley.
Tullio Cicero, 

(fls 30)

O infante D. Sebastião futuro rei.


Para o João esta ária da ópera D. Sebastião de Donizetti,
Deserto in Terra

08/10/2015

"E a magia do azul..."

Marc Chagall, Adam e Eve chassés du paradis, 1961,

Musée National Méssage Biblique, Marc Chagall Nice

No princípio era o azul

No princípio era o azul
sem marcas nem fronteira
tudo fluía sem regra ou maneira
num imenso manto de tule

Reza um escrito muito antigo
quando ainda escrita não havia
que no dia que se fez dia
criou Deus a Eva cor de trigo

E a magia do azul fez-se em dois
sublimando diferente o céu do mar
e fixou Deus a ordem primeira: amar
Só então surgiu Adão, depois



Agostinho daqui ( O Mundo é Grande)


06/10/2015

Um livro de arte para uma amiga

Para a Cláudia um livro de arte que arranjei na FNAC em Nice,

para que se maravilhe e tenha um dia especial.

A capa fecha-se com três laços de cetim

abre-se e dentro contem um caderno de capa dura donde se tira o livro que se pode ver e que tem as pinturas Sobre a Rota de de Tôkaidô

O caderno fininho simples apresenta o livro e é realizado por Nelly Dellay

O caderno cozido, e mais elaborado, contem as 53 pinturas ou estações (+ 2 início e término) com as paisagens vislumbradas na viagem.

1 station: À Tôkyô, ce pont mène à la route du Tôkaidô; quatre  porteurs nus present le pas pour faire traverser deux litières, des voyageurs se croisent. À droie une tour de guet pour surveiller les incendies si frequents. Éditeur Tsutaya, 1848-1854


12 station Une passerelle de bois  conduit vers un village au milieu des arbres en fleurs; deux grands pins laissent percevoir le Fuji immaculé.  Éditeur Tsutaya, 1848-1854


Na caixa está o facsímile, em harmónio. 

Abre-se o livro com as telas que nos espantam.

36 station Goyou Six porteurs...                 35 station À droite , au milieu des pins s'élèvent les tours                    de l'imposant château... 

7ª station Fujisawa ... un temple Shogo Koji                 8ª station Hiratsuka deux barques...

E ainda,

uma obra especial  que fala sobre a amizade e da qual fizeram uma animação:
O Principezinho, uma história intemporal, estreia amanhã (7 de Outubro 2015) em França.
A animação é realizada por  Mark Osborne.

Um dia Feliz!:))

05/10/2015

5 de Outubro!

Uma data que faz parte da nossa História.
O meu respeito para com todos os monárquicos e para com o regime que fez nascer Portugal. O Tratado de Zamora ocorreu na data 5 de Outubro, de 1143, o que muito honra todos os portugueses.
Sou republicana. Dia 5 de Outubro era feriado e evocava a implantação da República a 5 de Outubro de 1910. Desde pequena que esta data era vista como um acontecimento importante na História de Portugal. Ficava-se em casa e assistia-se às comemorações ou participava-se nelas.

Monumento no Príncipe Real
Inscrição na pedra:
"A França Borges, do seu trabalho herculeo nasceu a Republica, consagremos o luctador" 

Durante o Estado Novo o feriado foi mantido e havia comemorações (com discrição). Abaixo veja-se no link o documento do MUD (1946) sobre as comemorações.

Em 2015 o Presidente da República, pela primeira vez, em democracia, não estará presente nas comemorações. Lamento que o representante de todos os portugueses assim tenha escolhido e manifestado a sua intenção aos meios de comunicação. 

Gostaria de mostrar o documento mas não tive tempo de pedir autorização por isso reencaminho para o link onde se pode consultar.
Arquivos da Fundação Mário Soares
(1946), "5 de Outubro - Circular da Comissão Distrital de Lisboa do MUD", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_147658 (2015-10-4)

António França Borges nasceu a 10 de Janeiro de 1871 e faleceu em 1915


03/10/2015

"A moralidade..."

Em direcção aos céus,
quilha
ou vela?


13/12/49

A moralidade informa a experiência e não o inverso. Eu sou a minha história, no entanto, no desejo moral de compreender o meu passado, para ser completamente auto-consciente tornei-me precisamente aquilo que a minha história demonstra que não sou - livre.

Susan Sontag, Renascer Diários e Apontamentos 1947-1963. Lisboa: Quetzal, 2010, p. 72.


Um Senhor para Gaudí: um homem prodigioso. Lamento que as novas construções sejam baseadas na sua obra e não façam sobressair o melhor que há de si nelas.

Arquivo