20/10/2015

Gemido de Outono

Gemido de Outono,
Museu Picasso, Antibes 
Escultura de Arman


Voz de Outono

Ouve tu, meu cansado coração,
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nú e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima soidão,

Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel
deveza, Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!

Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,

(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!» —


Antero de Quental, in "Sonetos" (Citador)

16 comentários:

  1. Em duas exposições minhas, escolhi as Quatro Estações como música de fundo.
    Foi uma surpresa para todos is visitantes !
    Não era costume...
    Inovei muita coisa nesse aspecto, sabes ?
    Hei-de descobrir o pintor que usa elementos parecidos nas suas telas !!!
    Mas já estou cansado a esta hora e não me lembro.
    Talvez amanhã...
    Esta obra do Picasso é fantástica !
    E o Antero de Quental faz as honras da casa ao Vivaldi.
    Tenho várias versões das ditas.

    Um beijo e obrigado por mais uma postagem com o nível a que nos habituaste.

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    1. João,
      Obrigada.
      Uma boa escolha. Gosto imenso das "Quatro Estações".
      Peço desculpa por ter induzido em erro na etiqueta coloquei Picasso porque a escultura está na casa onde morou Picasso e depois mais tarde em sua homenagem foi feito o Museu Picasso.
      A escultura é de facto de Arman (Armand Pierre Fernandez). Esqueci-me de colocar mas tenho uma fotografia comprovativa.
      Beijinho. :))

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  2. O Outono é uma estação fantástica em Macau - menos calor, humidade mais baixa, temperaturas muito agradáveis, dias bonitos.
    Beijinhos

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    1. Deve ser bom visitar Macau nesta altura. :))
      Beijinhos.

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  3. Ana, com uma fotografia destas, um belo poema de Antero de Quental, e uma música sublime,
    só pode ser um excelente dia este!

    Beijinhos.:))

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    1. Obrigada, Cláudia.
      Um dia proveitoso e feliz. :))
      Beijinho.

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  4. Belo poema e interessante escultura de Picasso (não conhecia). Não simpatizo com o Outono (com excepção para as castanhas assadas, o São Martinho e as árvores vestidas de vermelho e amarelo). Beijinhos!

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    1. Margarida,
      Peço desculpa por ter induzido em erro, na etiqueta coloquei Picasso porque a escultura está na casa onde morou Picasso e depois mais tarde em sua homenagem foi feito o Museu Picasso.
      A escultura é de Arman (Armand Pierre Fernandez). Esqueci-me de colocar mas tenho uma fotografia comprovativa.
      Partilho da mesma opinião, adoro as castanhas e as árvores com a paleta de cores diversa.
      Beijinhos.:))

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  5. Já me recordei, Ana !
    Queria referir-me a ARMAN ( Armand ), nascido em Nice, no ano de 1928.
    Um misto de instalações e pintura...
    Cheguei a fotografar algumas obras dele aqui no Porto.

    Um beijo amigo.

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    1. João,
      E esta escultura/instalação é de Arman; como acima referi tinha-me esquecido de colocar. Na etiqueta pus Museu Picasso para não induzir em erro.
      Ainda há esculturas dele no Porto?
      Um beijo amigo.

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    2. Quando fotografei ( tenho 6x7cm em arquivo...), foi para a extinta Galeria Nasoni.
      Não sei se ficou alguma coisa dele aqui no Porto.
      Bjs.

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    3. Obrigada, João.
      Beijinho.:))

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  6. ~~~
    ~ Elementos muito belos, embora a «Voz de Outono»
    seja também um gemido, porém, demasiado triste...



    ~Um dia de Outono diferente: tenho estado todo o dia
    escutando um temporal que tudo agita furiosamente...

    ~~~ Beijinhos cansados. ~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Majo,
      Desejo que o temporal tenha passado.
      Beijinho.:))

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  7. Uma escultura muito agradável e sugestiva pela mensagem que os braços das guitarras erguidos ao céu transmitem. Muito bem colados estão o soneto e o tema musical. Tudo em perfeita harmonia, como de costume.
    Bj

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  8. Outonos que gemem, estilhaços de indecifráveis fronteiras, balanços incompletos, despedidas - sem sal nem pimenta - com chás de incontáveis aromas, amarrados, discretamente, num só desígnio...

    Um beijinho, Ana :)

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