Por e-mail recebi da Fundação Oriente a segunda imagem aqui apresentada. Não conhecia este biombo mas achei-o tão belo que fiz dele o meu postal de Natal.
Biombo de Coromandel, séculos XVII - XVIII,
China, |Colecção da Fundação Oriente
Detalhe: “Cantores anunciam o Nascimento de Jesus”
Foto: Hugo Maertens, Bruges
Num dia cansativo como o de hoje, esta canção fez-me sorrir...
No entanto a música de Natal que acho mais apropriada ao momento que vivemos é esta:
Um disco que ouvia muito, The Tea for the Tillerman celebra este ano 50 anos. Cat Stevens escolheu para o vídeo de homenagem a canção Where Do The Children Play?
É tão actual a sua mensagem! O lixo continua a acumular-se e o ambiente a deteriorar-se. As nossas crianças já não sabem brincar na rua.
Terá alguma ligação ao Eiffel e aos seus trabalhos realizados em Portugal?
EIFFEL- Vidro partido,
Edifício Chiado, Coimbra (obra do gabinete de Eiffel em Portugal?)
Talvez se possa pensar que, porque somos engenheiros, a beleza não nos preocupa ou não tentamos construir estruturas, ao mesmo tempo que elas são sólidas e duradouras, lindas?
As funções da força não são sempre as condições de harmonia não escrita?
Edifício Chiado foi«construído nos primeiros anos do século XX pela firma Nunes dos Santos & C.ª, proprietária dos Grandes Armazéns do Chiado de Lisboa, o Edifício Chiado de Coimbra "(...) é emblemático de uma época da modernização da cidade (...)" (SILVA, 2006, p. 160).
Considerado "(...) o mais bello e magestoso edifício da Lusa Atenas(...)" (Idem, ibidem), este estabelecimento comercial foi inaugurado em 25 de Abril de 1910, sendo um dos raros exemplos de arquitectura do ferro existente na cidade mondeguina.
O autor do projecto permanece desconhecido, mas sem dúvida pode apontar-se ao Edifício Chiado um relevante papel na "(...) modernização do comércio, incluindo o design das lojas, os modos de produção e distribuição, bem como as relações de trabalho." (Idem, ibidem, p. 161). Implantado numa das principais artérias da Baixa de Coimbra, o edifício apresenta uma "fachada-montra" dividida por módulos, unidos de forma elegante pela estrutura de ferro de inspiração Arte Nova. Os diferentes pisos possuem varandas completamente envidraçadas, num jogo de formas geométricas que se conjugam com os recortes de gosto romântico das ferragens.
Embora seja inegável o seu carácter único no conjunto arquitectónico da Baixa, o Edifício Chiado encontrava-se devoluto na década de 70 do século XX, tendo sido então considerada a hipótese de ser demolido; no entanto, um movimento cívico propôs a sua aquisição pela Câmara Municipal de Coimbra, que se tornou proprietária do prédio em 1980.
Em 1995, o Edifício Chiado foi objecto de uma profunda intervenção, numa obra que resultou na sua conservação e adaptação a espaço museológico, e de que se destaca a manutenção da estrutura primitiva, exterior e interior, e do carácter estético de gosto cosmopolita que sempre o caracterizaram.
Actualmente o pólo museológico do Edifício Chiado alberga a Colecção Telo de Morais, que se divide em seis núcleos, integrando mobiliário, cerâmica, escultura, salientando-se, entre outros, o conjunto de pintura portuguesa dos séculos XIX e XX.
Fotografia trabalhada para ter esta aspecto colorido em 1912.
(wikipédia)
Gorsky nasceu em Funicova Gora, na Rússia, em 1863. Formou-se em química, tendo estudado em S. Petersburgo, em Berlim e Paris. Desenvolveu técnicas para as primeiras fotografias a cores. Do resultado do seu trabalho surgiram as primeiras patentes de filmes a cores e de projecção de filmes com movimento.
Processo utilizado- fotografia de Alim Khan,1911
Gorsky tirava uma série de fotografias monocromáticas em sequência muito rápida, cada uma através de um filtro de cor diferente, vermelho, azul e verde. Ao projectar as três fotos monocromáticas com a luz da cor adequada era possível reconstruir a cena com as cores originais. Porém, não tinha mecanismos para revelar/imprimir as fotos assim obtidas.
Tolstói em Yasnaya Polyana, litografia impressa de uma fotografia de Gorsky
A magia da cor ou a preto e branco, como é melhor observar o mundo?
"A culpa foi minha, chorava ela, e era verdade, não se podia negar, mas também é certo, se isso lhe serve de consolação, que se antes de cada acto nosso nós puséssemos a prever todas as consequências dele a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.“
...
(livro dos conselhos)
- Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.
- É desta massa que nós somos feitos, metade de indiferença e metade de ruindade.
- Quantos cegos serão precisos para fazer uma cegueira.
- Se queres ser cego, sê-lo-ás.
- O medo cega.
- O medo cega... são palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.
- Alguns irão odiar-te por veres, não creias que a cegueira nos tornou melhores, Também não nos tornou piores.
- A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança.
- Água mole em brasa viva tanto dá até que apaga, a rima que a ponha outro.
- A força e a natureza das circunstâncias influem muito no léxico.
- Mas quando a aflição aperta, quando o corpo se nos desmanda de dor e angústia, então é que se vê o animalzinho que somos.
- Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.
- É que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos.
- Costuma-se até dizer que não há cegueiras, mas cegos, quando a experiência dos tempos não tem feito outra coisa que dizer-nos que não há cegos, mas cegueiras.
- Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.
José.Saramago, Ensaio sobre a cegueira. Companhia das Letras. (24º impressão), 2002.
Dans une taverne du vieux Londres Où se retrouvaient des étrangers Nos voix criblées de joie montaient de l'ombre Et nous écoutions nos cœurs chanter C'était le temps des fleurs On ignorait la peur Les lendemains avaient un goût de miel Ton bras prenait mon bras Ta voix suivait ma voix On était jeunes et l'on croyait au ciel La, la, la (On était jeunes et l'on croyait au ciel)
Et puis sont venus les jours de brume Avec des bruits étranges et des pleurs Combien j'ai passé de nuits sans lune A chercher la taverne dans mon cœur Tout comme au temps des fleurs Où l'on vivait sans peur Où chaque jour avait un goût de miel Ton bras prenait mon bras Ta voix suivait ma voix On était jeunes et l'on croyait au ciel La, la, la (On était jeunes et l'on croyait au ciel)
Je m'imaginais chassant la brume Je croyais pouvoir remonter le temps Et je m'inventais des clairs de lune Où tous deux nous chantions comme avant C'était le temps des fleurs On ignorait la peur Les lendemains avaient un goût de miel Ton bras prenait mon bras Ta voix suivait ma voix On était jeunes et l'on croyait au ciel La, la, la (On était jeunes et l'on croyait au ciel)
Et ce soir je suis devant la porte De la taverne où tu ne viendras plus Et la chanson que la nuit m'apporte Mon cœur déjà ne la reconnaît plus C'était le temps des fleurs On ignorait la peur Les lendemains avait un goût de miel Ton bras prenait mon bras Ta voix suivait ma voix On était jeunes et l'on croyait au ciel La la la (On était jeunes et l'on croyait au ciel)
Talvez porque estou assoberbada de trabalho e confinada a este isolamento obrigatório, não tenho muitas palavras para lhe dizer, a não ser que nunca me vou esquecer dos olhos de alguns miúdos interessados na sua história de vida. E que vida!
Avizinha-se o dia da mulher (8 de Março), deixo também a homenagem a todas as mulheres, através de D. Isabel que substituiu a mãe, após a sua morte, à frente da Casa das Rendas até se casar com o duque D. Filipe III da Borgonha.
Parece que foi uma mulher de estado e além disso muito culta.
... deixo um dos meus últimos hobbies com o desejo de
um dia muito feliz e muitos parabéns!
Ainda está por finalizar o hall de entrada (escadas), o escritório e alguns detalhes na cozinha. A iluminação também ainda não está montada . Bem com faltam uns objectos ... mas a seu tempo. Foi tudo feito por mim excepto os sofás, a casa de banho e as cadeiras. Ah e as meninas e gatos.
Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu em Coimbra a 11 de Janeiro de 1948. Notabilizou-se como poeta, pintor, editor e animador cultural português. Morreu em 1997.
Al Berto, dois auto-retratos, Centro de Arte de Sines
HOJE É DIA DE COISAS SIMPLES hoje é dia de coisas simples (Ai de mim! Que desgraça! O creme de terra não voltará a aparecer!) coisas simples como ir contigo ao restaurante ler o horóscopo e os pequenos escândalos folhear revistas pornográficas e demorarmo-nos dentro da banheira na ladeia pouco há a fazer falaremos do tempo com os olhos presos dentro das chávenas inventaremos palavras cruzadas na areia... jogos e murmúrios de dedos por baixo da mesa beberemos café sorriremos à pessoas e às coisas caminharemos lado a lado os ombros tocando-se (se estivesses aqui!) em silêncio olharíamos a foz do rio é o brincar agitado do sol nas mãos das crianças descalças hoje