Será um lampião?
Igreja de S. Roque, Lisboa
Não sei se será um lampião mas é como tal que o quero ver, depois de um dia agradável como o de hoje.
Fotografia de David el Gato
Oil on canvas. The Museum of Modern Arts, New York, USA
Malcolm Lowry, Debaixo do Vulcão, Lisboa: Relógio de Água, 2007, p.127-128
Obrigada Manuel Poppe!
Sobre a Palavra
Entre a folha branca e o gume do olhar
a boca envelhece
Sobre a palavra
a noite aproxima-se da chama
Assim se morre dizias tu
Assim se morre dizia o vento acariciando-te a cintura
Na porosa fronteira do silêncio
a mão ilumina a terra inacabada
Interminavelmente
Eugénio de Andrade, in "Véspera da Água" (citador)
The Limbo Cupola Paintings in the Senate Library (1841-1846, Paris, Palais du Luxembourg)
Detalhe Dante
Detalhe, Gregos famosos.
Eugène Delacroix nasceu a 26 de Abril de 1798 em Saint-Maurice, França . Foi um pintor romântico. Escolhi para representar o pintor a tela Flowers e a cúpula do Palais du Luxembourg onde Dante é uma das personagens.
A democracia concretizou-se em Portugal. Hoje o que resta dela?
Uma lágrima porque a democracia está em risco.
Retirei a imagem do blogue We Have Kaos in the Garden. Gostei da abordagem gráfica uma espécie de manga no design português.
Não quero que o cravo murche e que o seu cheiro desapareça...
Lembro quatro versos de Sophia de Mello Breyner Andresen
25 DE ABRIL
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in O Nome das Coisas, 1977
Enviado para a pt-net por A. Gomes (np40ba@mail.telepac.pt)
Quero mais madrugadas assim onde o tempo não adormeça!
Talvez ter uma casa no Sol nascente,
onde o cravo não se torne numa miragem!
Acrescentei às 18 horas e 48 m
* Um fado que o meu pai gostava muito porque amava demais a sua mãe.
O Ardinita, Linhares Barbosa, Jaime Santos.
Os Infantes D. Fernando e sua mulher, D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do futuro rei D. Manuel I, primeiros duques de Beja, fundaram o convento de Nossa senhora da Conceição na segunda metade do século XV. A arquitectura do convento insere-se no gótico e manuelino. Foi habitado por freiras das mais nobres famílias de Portugal. Mariana Alcoforado viveu nele a grande paixão pelo cavaleiro de Chantilly, imortalizado nas famosas Cartas Portuguesas
Bach - Matthaus Passion - 39. Aria A - Erbarme dich
*Escolhi Atena por causa da cultura, poderá ser Afrodite, a fonte não indica. Àlterado às 17:36h.
Colecção particular
Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção , outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase que não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era de mais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
Almada Negreiros, A INVENÇÃO DO DIA CLARO, LIRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, LISBOA, P. 95
Joan Miró, Ceci est la couleur de mes rêves, 1925,
Met © SABAM Belgium 2009
O pássaro / estrela e o voo sobre azul é o meu sonho, o céu é o desejo de liberdade!
x De pura geometrização ela rasga do solo e em exercício continuado dança como uma bailarina. A esfera gigante, ou o mundo, é pequeno perante a frescura e alegria que brota...
para de repente nos aparecer como um espelho que inverte a imagem sem truques fantasiosos, ali tranquila, quase parada, a água tenta impôr o silêncio.
Mas vertiginosamente chama-nos para interagir com ela. Do edifício minimalista cai num trajecto em semi-circulo que envolve quem se atreve a passar por baixo. Na passagem todos vimos a água a transformar-se num túnel em forma de luz. O som, esse é o equivalente a uma fuga de Bach!
- Vem brincar, chama ela, vem, passa por mim e sorri. Apanhados os jovens brincam com a água. Uns têm medo de lhe tocar, outros pelo contrário, tocam-lhe, molham-se e água vencedora ri-se dos mais incautos. A dança nem sempre é uniforme e os cristais espalham-se no nosso campo de visão.
E, finalmente, surge o edifício que torna a água uma escultura minimalista. As pedras cinzentas e o pequeno lago apenas existem para realçar o branco e azul da água e para revelar que os três elementos: Água, Terra e Ar se interpenetram no nosso olhar.
História do castelo de Marvão ver aqui
Tenho umas fotografias recentes de Marvão que me foram oferecidas podem vê-las no Olhar do Falcão. Obrigada!:)
"A aproximação a Marvão é cenário quase irreal, com a nave de pedra, lá no alto, a surgir após considerável número de castanheiros. Depois de o automóvel galgar o morro, em estrada quase em espiral, esperavam-me ruas quase medievais. Mas, calcorreada a calçada, o destino só podia ser um: o castelo. Era um fim de tarde, quase lusco-fusco, altura do dia em que as pedras parecem ganhar vida própria. É como se as vibrações dos antigos habitantes também ali estivessem, a fazer-nos companhia. No alto das muralhas a vista espraia-se, em movimento circundante. Tudo tão longe e tão perto, à distância de um clique que proporcione a comunhão. As cotovias elevam-se cada vez mais no ar, em busca dos últimos raios de sol..."
AC (Interioridades)
A quem agradeço a beleza das palavras!
Domingo de Ramos, cheiro a alecrim e a amêndoas.
René Magritte, La Corde Sensible
The bird singing
in a tree
a leitura de um poema de Robert Frost, depois de ter visto um que o Luís colocou no Prosimetron e de JJ (Substante) me ter dado uma referência,
encontrei :
A MINOR BIRD
I have wished a bird would fly away, / And not sing by my house all day; / Have clapped my hands at him from the door / When it seemed as if I could bear no more. / The fault must partly have been in me. / The bird was not to blame for his key. / And of course there must be something wrong / In wanting to silence any song.
Escultura (1859-1872) de Pietro Magni, Piazza della Scala, Milão
Teve uma vida conturbada viveu em Florença, Milão, Roma, Bolonha e Veneza e depois partiu definitivamente para França vindo a perecer a 2 de Maio. de 1519, em Amboise numa casa presenteada pelo rei Francisco I.
Museu Cívico de Pádua
À procura do Universo nascem os heróis. Não é Olimpo, nem tão pouco a polis que preocupa quem viaja numa nave-estação confinada a anos-luz da Terra, num espaço finito, numa infinitude negra com muitos pontos, estrelas, poeiras e silêncio...
Em que medida é que importa a guerra, a fome, o poder e as intrigas dos homens? Que sentido faz isto tudo?
Distante e em constante procura o que pensarão os argonautas? O que procuram: o velo de ouro? O início ou o fim de tudo? Um ponto de fuga, como os pintores e os músicos?
Não sei o que os argonautas procuram mas estes também levam consigo Orfeu, e foi precisamente este Orfeu que louvou o primeiro homem a conquistar o espaço: Yuri Gagarin, uma delícia.*
René Magritte, Porta (para mim da porta até ao Céu)
daqui
* Vi pela primeira vez o dueto Cady Coleman e Ian Anderson no Jornal de Letras.