13/06/2010

Se Numa Noite de Inverno Um Viajante

A transitoriedade de um momento, viver não é isso afinal?
Voar...Voar...
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«Aperta o cinto. O avião está a aterrar. Voar é o contrário de viajar: atravessas uma descontinuidade do espaço, desapareces no vazio, aceitas não estar em parte alguma durante uns momentos que são também uma espécie de vazio no tempo; depois reapareces, num lugar e num instante sem relação com o onde e com o quando em que tinhas desaparecido. Entretanto o que é que fazes? Como ocupas esta tua ausência em relação ao mundo e do mundo em relação a ti?»
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Italo Calvino, Se Numa Noite de Inverno um Viajante, Lisboa: Vega, s.d. p. 193 (trad. Maria de Lurdes Sirgado Ganho e José de Vasconcelos)

2 comentários:

  1. O excerto fez-me lembrar um título de uma obra de Agustina Bessa Luís: "Os Espaços em Branco" :)
    Nunca li Italo Calvino, embora tenha andado tentada, há vários anos, com o "As cidades Invisíveis". Ainda não houve tempo...
    Boa semana para si, Ana!

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