31/07/2011
30/07/2011
Antagonismos
Leonardo da Vinci, O Prazer e a Dor, Desenho
O livro custou apenas 7,49 euros.
28/07/2011
Desígnio - A Ilha
J. M. Coetzee, A Ilha, Lisboa: Dom Quixote, 2004, p. 105
Todas as ilhas nos fazem sonhar, umas mais do que outras. Coetzee leva-nos a pensar na ilha que habitamos na cidade onde vivemos.
"A Ilha" é um livro triste, viaja-se ao interior de nós mesmos, à procura...
27/07/2011
Tarde frutífera
Uma brisa fresca, numa tarde quente, junto ao espelho de água do Museu do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
Uma dádiva que recebi - Deus e o Diabo
Guerreiro Vaz, Deus e o Diabo nos provérbios portugueses, Lisboa: Editorial Notícias, 2004, p. 11
( ...) da leitura destes provérbios infere-se com facilidade a religiosidade do povo português e o seu aconchego para tudo (ou quase tudo) na palavra (de) Deus." p. 8.
25/07/2011
Alice no país das maravilhas?
Ao ler as notícias sobre o terrorismo na Noruega, houve várias perguntas que me surgiram: onde começa e acaba a humanidade? Qual é o sentido da perseguição religiosa? Porquê esta falta de respeito à vida?
O que é feito das histórias de infância, o que é feito do medo, o medo construtivo?
Não há dúvida que a história e a encenação deste jogo nos prendem mas até que ponto esta fantasia se poderá transformar em violência?
Digo-vos que em matéria de jogos há muito pior...
O ambiente político, económico e social do início do século XXI está a aproximar-se das primeiras duas/três décadas do século XX: a ultra-direita a ganhar terreno, a violência, o terrorismo, a crise económica e social. O homem é uma marioneta repetitiva...
23/07/2011
Utopia(s)
Ora numa sociedade ideal não há fome, guerra, desamor, ódio e violência. É esta utopia que defendemos.
Nutrem-se de carnes, manteiga, mel, queijo, tâmaras e legumes de diferentes espécies. Houve uma época em que não queriam matar os animais, parecendo-lhes isso uma ação bárbara, mas, ao considerarem que também é crueldade extinguir plantas que gozam de sentido e vida própria, para não morrerem de fome, concluíram que as coisas ignóbeis foram criadas para beneficiar as mais nobres. E é assim que, no presente, se alimentam de todos os animais, mas, na medida do possível, poupam os mais úteis, como os bois e os cavalos. Fazem distinção entre alimentos sãos e nocivos, e, quanto à escolha, deixam-se dirigir pelo médico. A alimentação é continuamente mudada por três vezes: primeiro, comem carne; depois, peixe; por fim, legumes. Então, recomeçam com a carne, de forma que o hábito não
enfraqueça as forças naturais. Os alimentos de fácil digestão são dados aos velhos. Estes comem três vezes ao dia e parcamente; duas vezes, a comunidade; e quatro, as crianças, segundo ordena o médico.
Em geral, vivem cem anos, sendo que não poucos também duzentos.
Notas - Li este livro no tempo da Faculdade, tenho-o mas foi mais fácil tirar estas notas do livro em pdf cujo link está assinalado.
21/07/2011
Da Beleza II e evocação conjunta
«- A criação da beleza e da pureza é um acto espiritual».
Alfred, amigo e compositor de Gustav, retorquiu:
«- Não, Gustav. Não! A beleza pertence aos sentidos».
No blogue Memórias e Imagens, Margarida Elias transcreveu a noção de beleza do arquitecto Raúl Lino, do qual retirei este pequeno trecho:
« (...) beleza é o próprio sol, e se o queremos fitar, temos de fazer uso de um vidro fumado para que não fiquemos cegos com o deslumbramento dos seus raios. (...) é apenas para nosso uso particular (...); pelo menos, quando nós conhecermos a fórmula absoluta que revela a nudez deslumbrante da ideia de beleza (...) nunca nós publicaríamos o seu retracto; pelo contrário, guardá-lo-íamos no mais recôndito escaninho da casa-forte das nossas emoções (...)». Raúl Lino (1933).
Os dois trechos entrelaçam-se numa noção dicotómica de beleza: a do campo das emoções, dos sentidos, e a intelectual do campo espiritual. Isto é, a particular e a universal; a primeira, pelo que depreendo, segundo Raúl Lino, deve estar resguardada no mais íntimo de nós. O arquitecto previne que o intelecto deve olhar a beleza controlando as emoções provavelmente, para na sua análise não se imiscuir o afecto. Poderá este conceito entrar em comunhão com a filosofia da sua arquitectura inconfundível, o espírito prático conservando a cultura de um povo.
Obrigada Margarida por ter atendido ao meu pedido.
«Feche os olhos e veja com a alma, se gostar ... é belo.
Ver as vezes atrapalha, as vezes define, como a beleza, ou cega ou desanuvia.» Cozinha dos Vurdóns
O comentário da Cozinha dos Vurdóns comunga dos dois sentidos do conceito e alia-se com excelência ao acima transcrito.
Hoje aproveito para focar ainda a beleza da escrita em evocação a Hemingway que nasceu a 21 de Julho de 1899. Conviveu em Paris com pintores de vanguarda: Picasso, Miró, Masson e Gris, grupo que ficou conhecido pela "Geração Perdida". O escritor apreciava arte por isso na minha homenagem dedico-lhe um prémio que ganhei num desafio de Verão: O Ratinho e a pintura de MJ Falcão do blogue O Falcão de Jade. Agradeço os três prémios que ganhei e vou guardar na galeria das minhas fotografias.
Pintura e fotografia de MJ Falcão
Advice to a son
Never trust a white man,
Never kill a Jew,
Never sign a contract,
Never rent a pew.
Don't enlist in armies;
Nor marry many wives;
Never write for magazines;
Never scratch your hives.
Always put paper on the seat
Don't believe in wars,
Keep yourself both clean and neat,
Never marry whores.
Never pay a blackmailer,
Never go to law,
Never trust a publisher,
Or you'll sleep on straw.
All your friends will leave you
All your friends will die
So lead a clean and wholesome life
And join them in the sky.
Ernest Hemingway
Da música: passado mais remoto, a beleza dos sentidos
Um passado mais recente, a beleza da alma
Grata a MJ Falcão, Margarida Elias e Cozinha dos Vurdóns e a todos que me falaram de beleza.
18/07/2011
Da Beleza
Aschenbach notou com espanto que o rapaz era de uma beleza perfeita. (...) a expressão de seriedade afável, digna de um deus, lembravam uma escultura grega do período áureo, sendo que à mais pura perfeição da forma aliava-se um encanto pessoal tão exclusivo que o observador acreditava jamais ter encontrado, quer na natureza, quer nas artes plásticas, algo que se aproximasse de um acabamento tão feliz.
(...)
Gustav Aschenbach: A criação da beleza e da pureza é um ato espiritual.
Alfred* : Não, Gustav. Não! A beleza pertence aos sentidos. Somente aos sentidos!
Gustav: Você não tem como alcançar o espírito... Você não tem como alcançar o espírito através dos sentidos. É somente através do absoluto controle dos sentidos que se pode,algum dia, alcançar sabedoria, verdade e dignidade humana.
17/07/2011
A beleza da nudez, ou o nada...
Desenho a lápis sobre papel, Museu da Faculdade de Belas Artes, da Universidade do Porto daqui
Para ser grande, sê inteiro: nada
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
14-2-1933
Ricardo Reis, Odes de Ricardo Reis Lisboa: Ática, (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.), 1994, p. 148.
16/07/2011
Luar
1796.
Luar, 1876.
Colecção privada
Neste dia mas em 1969 foi lançada a missão espacial Apollo 11.
A lua exerceu sempre fascínio sobre os homens, pintores, físicos, astrofísicos, cientistas, e o vulgo ser humano.
A tela de Corot mostra a lua e o reflexo prateado tão propício ao amor em pleno Verão.
Au claire de lune,
un oiseaux chante
une chanson d'amour.
Finalmente, mais uma evocação, Mozart estreou a sua primeira ópera, o Rapto do Serralho, no Burgtheater de Viena, em 1781.
15/07/2011
"olhar-se na inteligência"
Platão in A República, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.
13/07/2011
Contemplação
A gatinha que nos adoptou e pediu asilo no passado Natal.
12/07/2011
"... que faremos nós de ti e tu de nós? "- Irene Lisboa
Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!
Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando,
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.
Amor tão cheio de Amor,
Que sensível és…
Sensível e violento, apaixonado.
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e se enfurece
e logo recai na branda impotência.
Canseira eterna!
Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes
tanto grito e pena perdida…
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor,
que faremos nós de ti
e tu de nós?
Irene Lisboa
11/07/2011
levando a vida
Ausências...II - Lorca
Óleo sobre tela, 71,8cm x 57,5cm (uma das primeiras telas do pintor, quando tinha 17 anos).
No ar deserto há uma dor de ausências
e nos meus olhos pessoas vestidas, sem nudez!
Federico García Lorca, Anjo e Duende, Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p.77.
Mendelssohn - Midsummer's Night Dream
10/07/2011
Os sonhos - A água de Camille Pissarro
Camille Pissarro,
"Chennevieres au bord de la Marne", c. 1864-65
National Gallery of Scotland, Edinburgh, UK
Jacob Camille Pissarro nasceu a 10 de Julho nas actuais Ilhas Virgens e faleceu em Paris.
A sua pintura está ligada ao impressionismo, embora esta tela não tenha ainda esse traço, ou pelo menos ainda não é muito perceptível.
A água é um dos meus elementos, o espelho do céu.
09/07/2011
padrões
08/07/2011
Há dias em que nos sentimos assim...
Diego de Rivera, Paisagem Simbólica, 1940
Colecção SFMOMA, Nova Iorque
***
Frida Khalo, Diário
"Apoio número 1 Apoio número 2
A pomba enganou-se.
Enganou-se........"
07/07/2011
Depois de comido!
06/07/2011
''Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?''
''Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?''
Frida Khalo no Diário: Eu sou a desintegração
No Diário, Um Auto- Retrato Íntimo, Frida despediu-se com a seguinte afirmação:
''Espero a partida com alegria... e espero nunca mais voltar... Frida''
O amor obsessivo de Frida por Diego de Rivera está dentro deste poema:
Poema do diário de Frida
Diego. princípio
Diego. construtor
Diego. meu bebé
Diego. meu noivo
Diego. pintor
Diego. meu amante
Diego. meu marido
Diego. meu amigo
Diego. meu pai
Diego. minha mãe
Diego. meu filho
Diego. eu
Diego. universo
Diversidade na unidade.
Porque é que lhe chamo Meu Diego?
Ele nunca foi e nem será meu.
Ele pertence a si próprio.
05/07/2011
"Tudo se passava exclusivamente na imaginação"
De repente, o Antunes viu diante de si uma cara horrível, espectral, parada, que não tirava os olhos de cima dele. Era a sua própria cara que estava no espelho. Ele e a sua imagem eram como duas esculturas de pedra voltadas uma para a outra.
04/07/2011
Rainha Santa Isabel sob os céus de Coimbra
Leão X beatificou-a através de um Breve em 1516 ( reinado de D. Manuel I). Viria a ser canonizada no pontificado do Papa Urbano VIII, em 1625 (reinado de D. Filipe IV).
Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, morreu a 4 de Julho de 1336.
A Rainha observa a cidade de Coimbra que a comemora no dia 4 de Julho com as festas da cidade.
Báculo e bordão de peregrina, Século XIV (1º quartel) usado na peregrinação a Santigao de Compostela pela Rainha Santa Isabel (MNMC)
Museu Machado de Castro, Coimbra
03/07/2011
Brain...
A música do filme é de Marcelo Zavros e é belíssima.
As decisões pessoais e sociais estão repletas de incertezas e têm impacto na sobrevivência de forma directa ou indirecta”. (p. 100)* *A.R. Damásio. O Erro de Descartes. Mem-Martins. Publicações Europa-América, 2003, pp. 17 e 100.
Marcelo Zavros - Meet Walter Black
02/07/2011
Tentativas...
01/07/2011
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