Amadeo Modigliani nasceu a 12 de Julho de 1884, em Livorno, Itália. Os retratos de mulheres são, na sua paleta, de uma cor e beleza muito próprias. O traço é inconfundível. Podemos dizer que ele é igual a si mesmo! Esta é a ideia que me ficam das suas telas e a minha forma de o homenagear.
Amadeo Modigliani, Nú Sentado, 1916
Óleo sobre tela, 92.4 x 59.8 cm. Courtauld Institute Galleries, London, UK.
AMOR
Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!
Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando,
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.
Amor tão cheio de Amor,
Que sensível és…
Sensível e violento, apaixonado.
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e se enfurece
e logo recai na branda impotência.
Canseira eterna!
Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes
tanto grito e pena perdida…
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor,
que faremos nós de ti
e tu de nós?
Irene Lisboa
Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!
Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando,
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.
Amor tão cheio de Amor,
Que sensível és…
Sensível e violento, apaixonado.
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e se enfurece
e logo recai na branda impotência.
Canseira eterna!
Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes
tanto grito e pena perdida…
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor,
que faremos nós de ti
e tu de nós?
Irene Lisboa
http://youtu.be/mqZ2gMqeST0...
ResponderEliminarpara ti Ana!
existem pessoas que não gostaram deste filme...eu gostei!
Eu gosto muito de Modigliani.
Beijinhos
Blue
Uma mistura feliz e bela - a pintura de Modigliani e a poesia de Irene Lisboa.
ResponderEliminarSó hoje vi as duas maravihas, os dois grandes artistas que nos ofereceu. Bem haja!
ResponderEliminarAna, ia esquecendo dizer-lhe que Modigliani pertencia a uma família de judeus de Livorno, muito provavelmente sefarditas, ou seja, originários de Portugal ou Espanha, vindos na leva dos judeus expulsos entre 1492 e 1496.
ResponderEliminarNem todos foram para a Holanda... muitos fixaram-se em Itália, Livorno, Ferrara, Venezia...
E até na Turquia, dando origem ao dialecto ladino, que conseguirá ler com muita facilidade...
E o que nós perdemos com essa expulsão! Quase tanto -ou mais- do que ganhou a Holanda, país resultado do encontro entre os sefarditas e os protestantes...
Vou espreitar Blue.
ResponderEliminarMuito obrigada!
Bjs. :)
Pedro Coimbra,
Obrigada. :)
Manuel Poppe,
Muito obrigada pela informação. As cores que utiliza tem muito a ver com a Itália e o país quente e ocre.
:)