Detalhe de A Dama e o Unicórnio, Musée de Cluny,
(Conjunto de seis tapeçarias do século XV)
A Ilha
Todas as ilhas nos fazem sonhar, umas mais do que outras. Coetzee leva-nos a pensar na ilha que habitamos na cidade onde vivemos.
"A Ilha" é um livro triste, viaja-se ao interior de nós mesmos, à procura...
Do que podemos inferir que há afinal um desígnio nas nossas vidas, e, se esperarmos o suficiente, seremos compelidos a vermos esse tal desígnio revelar-se, tal como observamos um tecelão, apenas podemos ver, num relance, um emaranhado de fios; todavia se formos pacientes, começam a surgir ante o nosso olhar flores, unicórnios empinados, torres.
J. M. Coetzee, A Ilha, Lisboa: Dom Quixote, 2004, p. 105
Todas as ilhas nos fazem sonhar, umas mais do que outras. Coetzee leva-nos a pensar na ilha que habitamos na cidade onde vivemos.
"A Ilha" é um livro triste, viaja-se ao interior de nós mesmos, à procura...
Viajar ao interior de nós mesmos à procura, deveria ser libertador, e não triste.
ResponderEliminarMas é triste pensar que se vive numa ilha dentro da cidade.
um post muito bonito
Conhecer-se a si mesma, nossa mais difícil missão. Nossa missão, nossa ilha particular, as vezesdifícil, outras nem tanto.
ResponderEliminarAs tapeçarias são lindas.
Os unicornis são lindos.
5 mil beijos.
Uma imagem literária muito bonita, ana.
ResponderEliminarGostei da citação, é bonita. Bj!
ResponderEliminarIsabel,
ResponderEliminarjulgo que somos todos uma ilha dentro da cidade, da vila ou da aldeia. Às vezes somos mais que outras.
Obrigada por gostares.
Beijinhos.:)
Cozinha dos Vurdóns,
As tapeçarias são lindas e a história delas são os sentidos...
E sim, por verzes é difícil.
5 Beijinhos um para cada! :)))))
Pedro,
Ainda bem que gostou. Gostei do livro mas é melancólico.
Abraço! :)
Margarida,
:)Obrigada. O livro é interessante.
Beijinhos :)
Olá, Ana
ResponderEliminarQuando se falou de Globalização, a fase de euforia, o mundo era uma aldeia.
Mais tarde, alguém levantou uma questão prática: se todos habitamos a mesma aldeia, afinal quem são os nossos vizinhos?
Uma ilha, pela sua natureza, seria -- Em teoria, é claro -- o local mais confortável para se viver.
Sobretudo se ela estivesse isolada.
Quem rompesse as regras da socialização básica seria punido, todos tomariam conhecimento dessa ocorrência e não lhe restaria senão corrigir-se.
Para aonde fugiria ele.
Problema: e se alguém -- Um alien?! -- invadisse a ilha -- Mas alguém, dos nossos, poderia ver a sua condição transfigurada em alien para nos atacar? -- e infligisse a dor e o pesar à comunidade?
O tecelão que olha para os novelos e imagina enredos para a sua tela e nos deslumbra, será um virtuoso.
Será um Homem Bom por nos proporcionar tamanhas amenidades e tanta alegria com a sua arte.
Mas se o novelo se transformar num imenso e inesgotável arame farpado?
Bjs, Ana
JPD,
ResponderEliminarAs utopias são isso mesmo probabilidades optimizadas e categorizadas.
A escolha parte de nós.
O tecelão ameniza com a sua beleza mas os fios são tratados pelos homens a quem é dado o livre arbítrio. Na escolha há dois caminhos:
- A seda e cor;
- O arame farpado.
A dama do Unicórnio escolheu as cores, as flores e os 5 sentidos (audição, paladar, visão, olfacto e tacto) mais o seu desejo. A dama vive numa ilha.
Tem um modo sempre belo de apresentar as coisas.
ResponderEliminarIlhas somos todos, não é? na tal corrente da vida. E levamos a vida a tentar perceber por quê e o quê?
Quem somos, de onde vimos, para onde vamos?
Dizia Gide que a procura era mais interessante do que a descoberta em si...
Beijinhos
falcão
JM,
ResponderEliminarMuito obrigada pela citação de Gide.
Talvez vá à procura dele. Tudo o que diz é belo.
Beijinhos. :)