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10/01/2016

Regresso (s)

Regresso, em pleno Inverno, ao centro dos Templários, lugar mágico, espiritual, onde o silêncio apazigua apesar da chuva bater ininterruptamente na calçada.
Sem sol, a andorinha acompanha o café com o seu voo eterno, no Paraíso: infinita Primavera.

Café Paraíso, Tomar

Igreja de Santa Maria do Olival, Tomar


Amor como em Casa

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.


Manuel António Pina, in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde".


31/10/2013

"Uma lágrima solta nos olhos da pedra"

Na base da Janela do Convento de Cristo,Tomar

Quando a estátua deixou de ser estátua
 eu vi uma lágrima solta nos olhos da pedra.

 Eufrázio Filipe do Mar Arável
[A quem peço desculpa por ter surripiado]

Um poema de Eufrázio Filipe que ligo à notícia da partida de inúmeros jovens do nosso país. Pesa na alma, dói no coração.
Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda


11/09/2012

Porquê?

Tomar, dança de corpos, 2011

E então eu chorei!
Porquê?
Porque o sol ia morrendo
a pouco e pouco, e vi
um raio verde que dizia - felicidade!
E então eu chorei.
Porquê não sei.

João Mattos e Silva, Sem contorno. Lisboa: Edições Excelsior,1968, p. 46.

Homenagem a um amigo.

30/06/2012

A poesia é indispensável

A poesia é indispensável. Se eu ao menos soubesse para quê...
Jean Cocteau
Retirei daqui A Função da Arte. Obrigada Raul.

Convento de Cristo, Tomar




Porque é que há sempre escadas?

18/12/2011

"A glória nocturna de ser grande não sendo nada!"

Quem verdadeiramente não quantifica o tempo são as pombas. Faço minhas as palavras de Bernardo Soares não somos: "nada". Quem deveras conhece a liberdade são elas...


A conversa das pombas, Praça da República, Tomar

Não se embaraçaram por as escutar.



... e do alto da majestade de todos os sonhos, ajudante de guarda-livros...
L. do D.

... e do alto da majestade de todos os sonhos, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.
Mas o contraste não me esmaga — liberta-me; e a ironia que há nele é sangue meu. O que devera humilhar-me é a minha bandeira, que desfraldo; e o riso com que deveria rir de mim, é um clarim com que saúdo e gero uma alvorada em que me faço.
A glória nocturna de ser grande não sendo nada! A majestade sombria de esplendor desconhecido... E sinto, de repente, o sublime do monge no ermo, do eremita no retiro, inteirado da substância do Cristo nas pedras e nas cavernas do afastamento do mundo.
E na mesa do meu quarto sou menos reles, empregado e anónimo, escrevo palavras como a salvação da alma e douro-me do poente impossível de montes altos vastos e longínquos da […] estranha recebida por anel de renúncia em meu dedo evangélico, jóia parada do meu desdém estático.
s.d.


Bernardo Soares, Livro do Desassossego, Vol.I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982, p. 41.

06/12/2011

(In)quietude

Convento de Cristo, Tomar
Era final da tarde,
no jardim já não havia rosas.
O banco estava vazio.
Fechei os olhos e vi no horizonte
uma estrela cadente.
Encheu-me de (in)quietude

25/07/2011

Alice no país das maravilhas?

A história que o homem "inventa" desenrola-se numa espiral. Convento de Cristo, Tomar

O terrorismo na Noruega, o mundo incompreensível em que vivemos...
Ao ler as notícias sobre o terrorismo na Noruega, houve várias perguntas que me surgiram: onde começa e acaba a humanidade? Qual é o sentido da perseguição religiosa? Porquê esta falta de respeito à vida?


Procurei perceber porquê tanta loucura e depois de ter passado por várias reflexões cheguei aqui a este videojogo: Alice no País das Maravilhas.

A violência existe porque ela rodeia-nos logo desde pequenos.
O que é feito das histórias de infância, o que é feito do medo, o medo construtivo?

Não há dúvida que a história e a encenação deste jogo nos prendem mas até que ponto esta fantasia se poderá transformar em violência?

Digo-vos que em matéria de jogos há muito pior...

O ambiente político, económico e social do início do século XXI está a aproximar-se das primeiras duas/três décadas do século XX: a ultra-direita a ganhar terreno, a violência, o terrorismo, a crise económica e social. O homem é uma marioneta repetitiva...


14/05/2011

Intermezzo

Houve um tempo em que a minha janela dava para o céu, era tão alta, tão alta que não tive tempo de crescer para nela me abeirar e descobrir o que escondia para além das nuvens de Inverno que me diziam de manhã "vamos chover", ou dos nevoeiros Outonais que a empalideciam como a um espelho de casa-de-banho depois de um duche que, ao invés de nos reflectir o corpo nu embirra num sombrio, cinzento e macilento esgar que nada transpõe, ou da luz clara, límpida e forte que me acordava nas manhãs de Verão.



Cecília Meireles, in a Arte de ser feliz



Um breve intervalo e o sol estava reflectido nestas janelas




Rua Serpa Pinto, Tomar ou antiga Rua da Corredoura





Rua Serpa Pinto, ou antiga Rua da Corredoura, Tomar




Transversal da rua Serpa Pinto, Tomar


11/05/2011

Prelúdio nos meus afazeres, o sol de Maio

O sol de Maio!

Um prelúdio entre afazeres para animar a alma como só a natureza sabe fazer.

Ao longe o castelo dos Templários, Tomar


Entre a luz e o verde, parque no rio Nabão, Tomar

O céu entre as nuvens

As lágrimas em árvore sobre o Nabão


Só...

A harmonia da água

Um Chorão entre o murmúrio e o silêncio do rio

As intermitências da água

17/03/2010

No Castelo dos Templários

Do sagrado: a Charola, (exterior)

x

Um deus mitológico?, um marinheiro? Quem és tu afinal?



Do Profano, o tempo dos homens, da lei e das medidas.



No Templo

No castelo dos templários
Uma folha rasteja ao vento
o sol bate débil
mas a pedra é resplandecente.

O silêncio
é doce e quente.
A pequenez não tem lugar
e a alma engrandece-se.

Os "justos" pecam
e lavam a sua alma
numa oração sem letra
ao som do canto.

Maria,
num sinal de reconhecimento
mira o cavaleiro recém-chegado,

aquele guarda a espada na baínha
já não se bate como outrora,
dela sai agora a rosa fraternal…

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