29/03/2011

As minhas visitas IV


Vou no quarto post sobre As Minhas Visitas, o silêncio continua a romper-se, os sorrisos a transmitir-se as sensações e conhecimentos a dilatar-se. De cada um retirei o seu olhar no que me tocou particularmente. Espero que perdoem a minha ousadia. São quatro homens com vivências díspares (penso eu), cada pessoa é singular mas algo os une: a escrita e a humanidade que colocam através da pena e o papel. Falo de Manuel Poppe, AC, JPD e Mar Arável.



Agarra o Instante!


(De Manuel Poppe optei por esta escolha porque ando a ler os seus livros e colocarei alguns posts)


Fotografia de Manuel Poppe



O tempo come as horas...


"Ao morrer, cada um de nós deve dizer à Morte:


Deixe-me estar ainda um bocadinho. Esquecia-me por completo de viver..."


António Patrício, in Words..., Serão Inquieto, 1920



Interioridades


O Calor das Mãos


António Tapadinhas, Azul, azul


"... A pouco e pouco insinua-se a textura do barro, e o choro mistura-se com o riso. Aumenta a dimensão do olhar. A percepção do barro amaina o vento, mas não faz desaparecer a inquietude. São tantas as estrelas perante um pedaço de argila...! É então que se sente o desabrochar da flor, rompendo a ténue fronteira da solidão. As estrelas continuam longe, mas há um calor novo que renova o sentido das coisas. O calor das tuas mãos.


O Guizo e o Gato


Ciclotomia 2.


"(...) Este Verão, na praia, surpreendi-me a fechar na mão toda a areia que ela pudesse conter. Afinal, a vida é como este punhado de grãos de areia. Cada, um momento, um instante, uma alegria, uma angústia, uma desalento, uma tristeza. E, no entanto, se abrir a mão, assim, a maior parte dos grãos esvaiu-se. Desapareceu. É certo que eu senti um formigueiro na mão. Mas... A gente teme tanto os formigueiros. São tão maus prognósticos... E se tudo isso se tivesse passado no interior de uma ampulheta gigante? Quem me dera que o istmo, entre os dois balões, fosse insuficientemente apertado para eu poder passar, cair na almofada de areia que até ali me suportara e, alguém, até um animal de estimação, sei lá, virasse aquele contador de tempo para que se repetisse o efémero... Sísifo a exaurir na sua escalada.(...)"


Mar Arável


COMO TE VEJO


Ainda não aprenderam


os meus olhos


a verem-te como és


mas apenas como te vejo


Publicado no "Que fizeste das nossas flores"


Agradeço a partilha da beleza, das palavras e imagens.


ana

10 comentários:

  1. Boa noite, Ana.

    Quero dizer-te que considero esta iniciativa de edição dos textos que te marcaram, agrupando os autores, de uma generosidade inexcedível.

    A ÚNICA MANEIRA DE RETRIBUIR É COLOCAR O TEU BLOGUE NO TOPO DESTA LISTA DE «NOMEADOS»

    Todos os textos que tenha editado e que os teus comentários que te têm merecido foram sempre vistos como mais um desafio e um extraordinário alento para continuar a escrever fazendo com aplicação de todos os meus recursos.

    Irei ler as restantes edições desta série para deixar um comentário.

    Beijinho.

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  2. JPD,
    Muito obrigada pelas palavras e pela nomeação.:)
    Gosto muito da originalidade da sua escrita pois prima pela diferença!
    Beijinho.

    MJ Falcão,
    Muito obrigada por me escutar!
    Beijinho. :)

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  3. Sou assídua nos três últimos blogues e subscrevo inteiramente estas nomeações. Não há dúvida de que AC, JPD e Mar Arável primam pela palavra escrita, diferente na sua forma, similar na sua grande qualidade.
    Uma boa noite, Ana.

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  4. Ana, que dizer?
    Obrigado pela referência, ainda por cima com tão ilustre companhia.
    Fiquei contente, é claro!

    Beijo :)

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  5. Ana,

    Que coisa espantosa Ana!
    Nem imaginas o despertar....:)

    Um beijinho grande

    Blue

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  6. AC,
    Não tem que dizer nada a sua escrita é belíssima!
    Beijo. :)

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  7. Blue,
    Fico contente com o despertar.
    Um grande beijinho. :)

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  8. Mar Arável,
    O seu sopro é sempre fresco e jovial. :)

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