03/03/2011

Do vazio...

Do vazio... sobre uma leitura do livro de Maria Gabriela Llansol.
Do rio a serenidade.
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Break-up of the ice on the Seine, near Bennecourt' c. 1892-93
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Museu de Liverpool, Londres

Eu leio assim este livro:

há três coisas que me metem medo: a primeira, a segunda e a terceira.
A primeira chama-se vazio provocado, a segunda é o dito vazio continuado, e a terceira é também chamada o vazio vislumbrado.
A. Borges, Jodoigne, 4 de Janeiro de 1977 - Prefácio

«Fiquei a noite na margem do rio porque em mais nenhum sítio adormeço com tanta serenidade.»

Maria Gabriela Llansol, O Livro das Comunidades seguido de Apontamentos sobre a Escola da Rua de Namur, Lisboa: Relógio de Água, 1999, p.21. (prefácio de A. Borges)

First days of spring- Noah and the Whale

7 comentários:

  1. Gostei muito de tudo, mas especialmente do Monet e do texto de Borges. Bj!

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  2. margarida,
    Estamos em sintonia.
    Bjs! :)

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  3. PUDIM DE PÃO DA MAYLÊ

    lembramos de você e do seu sempre Monet.

    5 bjs

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  4. Para as minhas novas amigas "Cozinha dos Vurdóns" expressando a minha gratidão.

    5 Beijinhos.

    :)

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  5. Notas avulsas sobre vazios

    Geometricamente, vazio, poderá ser uma, circunferência, um triângulo, um trapézio, qualquer figura geométrica que seja percebida pela sua própria geometria (Desculpa a redundância) onde não interior nem exterior.
    É certo que assim corro o risco de ensaiar um fio de navalha inverosímil.
    Mas vazio, numa primeira abordagem, seria uma tangibilidade sem conteúdo.
    E a gente precisa tanto disso.

    Os vazios
    Provocado
    Continuado
    Vislumbrado
    constituiriam um cerco, um labirinto sem fio, a selva sem os miolinhos de pão espalhados pelo chão.
    Constrangidos desta maneira, que tipo de relacionamento seria possivel?
    Mas há um vazio que poderá ser considerado como uma benesse: terminar uma obra, sentir um esgotamento, todas as emoções removidas para a obra.
    Eis um exemplo de bom vazio...

    Bjs, Ana
    Lançaste um belo desafio para reflectir.

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  6. Belissimo post! O quadro do Monet liga muito bem com a citacao. Rio...serenidade...descanso...creio que ao chegar a serenidade, o vazio se vai...:-)
    A serenidade de uma alma cheia e plena...
    Bjs!

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  7. JPD,
    Muito obrigada pelas suas reflexões pertinentes. Gostei dos vazios geométricos.
    Concordo que os vazios
    provocados,
    continuados e vislumbrados
    constituiriam um labirinto sem o fio de Ariadne.
    O vazio depois da obra feita tem umm sabor diferente, bom, mas falta sempre algo para colmatar esse vazio que deixa a finalização da obra.


    Sandra,
    Julgo que sim, que a serenidade acaba com o vazio.
    Achei intrigante o prefácio mas ainda agora iniciei a leitura, veremos qual será a sua relação com a escrita de Maria Gabriela Llansol

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