Óleo sobre tela, 65 x 97,5 cm, Stedelijk Museum De Lakenhal, Leiden
Ao ler o livro de Philip Roth, Todo-o-Mundo, lembrei-me deste auto-retrato porque o livro é uma narrativa sobre o indivíduo e o combate contra a mortalidade, ligada à história de uma família judia em Nova Iorque. O autor revela a relação íntima do sujeito com o corpo humano e as limitações da doença ao longo da vida.
Roth toca com alguma leveza e superficialidade temas profundos como, o amor, o casamento, o prazer, a família e a morte. É um livro nostálgico e com a impressão de um tempo que flui rapidamente. Ou seja os ponteiros do relógio andam vertiginosamente entre a infância e a vida adulta, num tempo linear. Li o livro num ápice mas ficou aquém das expectativas.
A associação com a tela apresentada está subjacente no tema da morte, do conhecimento (auto-conhecimento), da vaidade e das memórias que se constroem a partir de um conjunto de objectos.
A ligação com a música está patente na referência à morte e à nostalgia.
Danse Macabre de Camille Saint-Säens; piano: Thierry Huillet, violon: Clara Cernat.
Gostei muito deste auto-retrato. Não sei se já o tinha visto e gostava de saber qual é a interpretação "oficial" daqueles retratos todos.
ResponderEliminarBom dia!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTambém apreciei este retrato por estar rodeado de memórias. Intrigou-me o facto do pintor ter na mão um retrato que parece seu, mas pode não ser.
ResponderEliminarSão múltiplas histórias por desvendar.
Gostaria de conhecer a interpretação "oficial" mas o tempo só me dá para a contemplação e a ligação aos meus pensamentos.
...É uma luta com o tempo.
Bom dia, Margarida! :)
Boa tarde Ana
ResponderEliminarSe me permite, gostaria de dar o meu pequeno contributo para a interpretação "oficial" deste belíssimo quadro.
Como sabe, ele insere-se nas expressões artísticas, muito em voga nos séculos XVI e XVII, sobre a efemeridade da vida humana e a inevitabilidade da morte - as Vanitas.
O retrato que o pintor tem na mão é efectivamente o seu com a particularidade da antevisão da sua velhice. Na minha opinião, muito interessante o jogo "retrato dentro do retrato"...
Gosto muito de visitar o seu espaço.
Grata pela atenção
Virgínia
Cara Virgínia Jorge,
ResponderEliminarMuito obrigada pela sua visita e pelo contributo utilíssimo que aqui deixou.
Desejo que venha mais vezes e contrinbua para enriquecer este espaço como desta vez. Também adoro o "jogo do retrato dentro do retrato" e a antevisão da velhice.
Foi um prazer ler o seu comentário.
Boa tarde!
É dos autores americanos contemporâneos que mais aprecio.
ResponderEliminarCheguei a pensar que este ano a Academia lhe atribuiria o Nobel.
Bjs
JPD,
ResponderEliminarEste livro é um livro difícil por causa do tema. Foi consciente a minha escolha porque precisava de me inteirar da questão da morte na literatura nova iorquina mais recente.
Já há uns tempos que não lia literatura americana. Este livro deixou-me um sabor de vazio, o livro tocou-me mas ao mesmo tempo esvaziou-me. Talvez por causa do tema.
Voltarei a Roth.
Também pensei que ele iria ganhar por ter já uma série de prémios.
Obrigada pela visita.
Abraço! :)