Adriaen Coorte é um pintor do barroco holandês, nasceu c. 1660 e faleceu depois de 1707.
Passa uma borboleta por diante de mim
Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move.
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.
7-5-1914
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Alberto Caeiro, “O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro . (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p. 64
GIOVANNI MOSSI, Concerto for four violins and basso continuo in G minor Op. 4 No. 12
Lindíssima a pintura, assim como o poema. Bom fim-de-semana!
ResponderEliminarMargarida,
ResponderEliminarDescobri este pintor há pouco tempo e gostei.
Obrigada e bom fim-de-semana!:)
Ana, gosto imenso da «candura analítica» de Alberto Caeiro. Sobre o tema da flor, há um outro texto, que acho lindíssimo, que é o de Almada Negreiros. Nunca me canso de o reler (e reproduzir)... ;-D
ResponderEliminarLuísa,
ResponderEliminarTambém adoro o texto do Almada Negreiros, julgo que foi o primeiro texto que postei no blogue.
Obrigada pela sua visita! :)
Eu domino muito mal o apreço que a nossa pintura merece no mundo.
ResponderEliminarPara além de Vieira da Silva, Paula Rego, Amadeo, e todos os demais,a perxepção que registo é a de que a nossa pintura tem muita dificuldade em se impor tal como a dos anos fulgurantes dos pintores Flamengos, por exemplo.
Mas é o que temos.
Bjs
JPD,
ResponderEliminarDeixou-me sem palavras, julgo que está a ser modesto.
Talvez sejam os seus critérios de exigência que o fazem falar. Mas creio que a sua sensibilidade diagnosticará de um modo diferente.
Abraço!:)