20/11/2010

Uma janela iluminava-a...

É com prazer que folheio esta história: A Rapariga com o Brinco de Pérola, de Tracy Chevalier. Cada página recorda a película, a sensibilidade e a beleza que se desenrolam perante os nossos olhos. Surge a visão de uma rapariga simples, Griet, que observa a pintura e o mistério que o seu mestre representa.
Neste quadro a vaidade é perceptível a partir do espelho que reflecte a Mulher com o Colar de Pérolas.

xJohannes Vermeer,Woman with a Pearl Necklace, 1662-1664
x

Staatliche Museen, Berlin



[A tela] Representava uma mulher de pé diante de uma mesa, de perfil, voltada para um espelho na parede. Tinha um manto sumptuoso de cetim amarelo debruado a arminho branco, e uma elegante fita vermelha de cinco pontas no cabelo. Uma janela iluminava-a da esquerda, e a luz incdia-lhe na face e delineava a curva delicada da testa e do nariz. Estava a pôr um colar de pérolas ao pescoço, a puxar as fitas para cima, com a mão no ar. Fascinada com a sua própria imagem no espelho, não parecia consciente de que alguém a olhava. (...)
Senti vontade de pôr aquele manto e as pérolas. Senti vontade de conhecer o homem que pintava assim aquela mulher.

Tracy Chevalier, Rapariga com Brinco de Pérola,Lisboa: Quetzal, 2008, p.40.

J. S. Bach - Prelude and Fugue n.1 in C Major BWV 846 (WTC I)

13 comentários:

  1. Esta é uma janela belíssima, bem ao estilo e luminosidade inconfundíveis de Vermeer, que pessoalmente muito aprecio. Parabéns por esta escolha e pela das palavras que a acompanham. E muito obrigada pelo incentivo deixado :)

    Um abraço e os votos de um excelente fim-de-semana!

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  2. Margarida,
    Bom fim-de-semana!

    R,
    Um abraço e votos de excelente fim-de-semana!

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  3. Fiquei com elevadas expectativas em relação ao livro, Ana! Parece permitir alguns exercícios interessantes. Espero que a leitura continue estimulante.

    Bom fim-de-semana!

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  4. A Tachen é uma editora de arte que se destaca por consxtruir catálogos de arte fascinantes e a preços muito acessíveis.

    Quando filme de «A Rapariga Com o Brinco de Pérola» estreou em Lisboa eu já conhecia a obra de Vermeer através de uma daquelas edições.
    A curiosidade residia no tratamento dado no filme.
    Gostei imenso.

    Bjs, Ana

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  5. Sara,
    O livro é fascinante, é um exercício permanente entre a tela e as personagens, a leitura e a sensiblidade captadas. O filme segue fielmente o livro, pelo menos do que me lembro! É pena a tradução não ser das melhores.
    Bom fim-de-semana!

    JPD,
    A Tachen é uma editora fantástica, desde que começou a publicar livros em Portugal que sou uma compradora compulsiva.
    Por variadas razões, já conhecia Vermeer antes do filme e do livro. Aliás, procurei o livro depois do filme mas só agora é que se proporcionou a sua leitura. A montanha de livros aumenta e eu cada vez tenho menos tempo. Ando a fazer uma maratona para não perder algumas leituras.
    Também partilho do gosto que assinala.
    Bjs, JPD

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  6. Ana, conheço da Tracy Chevalier mais dois livros e um deles, «The Lady and the Unicorn», segue aproximadamente o mesmo «roteiro» deste de que fala, inspirando-se num conjunto de tapeçarias expostas no Musée National du Moyen Age de Paris. Embora tenha gostado imenso do A Rapariga com o Brinco de Pérola, achei talvez o outro mais original… seguramente mais ousado! ;-D São romances que se lêem muito bem.

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  7. Vermeer, nunca me canso de o admirar. Os seus textos são inteligentes e sensíveis, o que não me admira. E, depois, a música de Bach... que é tudo. Absolutamente tudo.
    Bem haja.
    Um beijo.

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  8. Luísa,
    Já vi "The Lady and the Unicorn" e fiquei com curiosidade. Estive mesmo para o comprar mas depois pensei: ai a minha pilha de livros!!
    Vou seguir o seu conselho e vou lê-lo.:)

    Manuel Poppe,
    Muito obrigada pelas suas palavras gentis, pois, estimulam e tornam-nos mais exigentes connosco próprios.
    Por isso, eu é que devo dizer:
    - Bem-haja!:)

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  9. Gostava que existisse uma máquina do tempo, que nos possibilitasse a viagem a tudo o que gostariamos de conhecer e ver...e sentir...;)
    Que bom seria uma viagem ilimitada...

    Um beijo

    Blue

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  10. Blue,
    Utiliza sempre as palavras certas. Uma viagem ilimitada era o que precisava neste momento quer seja até Vermeer, quer seja até Botticelli!

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  11. A luz de Vermeer e unica! E uma delicadeza que nos inunda a alma de luz

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  12. Absolutamente, Sandra.
    O livro é lindo.
    Vermeer aparece no filme de forma extraordinária, ainda que seja ficcionado.
    Adoro a sua luz e sombra!
    bjs :)

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