Ao sabor da chuva veio-me à memória um livro que li em 2001, quando foi publicado pela D. Quixote, As Velas Ardem Até Ao Fim, de Sandór Marái. Estive para o levar para a Hungria para reler durante a minha estadia naquelas paragens. Não o levei. A chuva, a melancolia, as constantes perguntas sobre o que é a vida levaram-me ontem, ao seu encontro, numa tarde de Domingo.
Qual é o significado da vida?
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A chuva bate oblíqua na minha janela...
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Cry Me a River. [Nota - a vida é como um rio que corre]
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«Eros está no fundo de todos os afectos, de todas as relações humanas. (...) Li e reli Platão também várias vezes, porque na escola ainda não o tinha percebido. A amizade, pensava eu - e tu, que andaste mais perto pelo mundo fora, certamente sabes mais e melhor que eu, aqui na minha solidão campestre - , é a relação humana mais nobre que pode haver entre os seres humanos. É curioso, os animais conhecem-na também. Existe amizade, altruismo, solidariedade entre os animais».
p.81
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«Pensas também que o significado da vida não seja outro senão a paixão, que um dia invade o nosso coração, a nossa alma e o nosso corpo, e depois arde para sempre até à morte? Aconteça o que acontecer? E que se nós vivemos essa paixão, talvez não tenhamos vivido em vão? É assim tão profunda, tão maldosa, tão grandiosa e desumana a paixão?... E talvez não se dirija a uma pessoa em concreto, mas apenas ao desejo do mesmo? ... Essa é a pergunta. Ou dirige-se a uma pessoa em concreto, desde sempre e para sempre à única e mesma pessoa misteriosa, que pode ser boa ou má, mas cujas acções e qualidades não influenciam a intensidade da paixão que nos une a ela?»
p.152
ee as velas arderam até ao fim...
Sándor Márai, As Velas Ardem Até Ao Fim, Lisboa: D. Quixote, 2001, p.81 e 152.
Gostei muito, da pintura e do texto. Bom Domingo!
ResponderEliminarMargarida,
ResponderEliminarMuito obrigada. Li este livro já há muito tempo mas lembrava-me da sua essência. Fui procurá-la e reli partes do livro.
Bom feriado! :)
Uma boa memória
ResponderEliminarGrato por rever esta chuva
com relâmpagos
Mar Arável,
ResponderEliminarEsta chuva era azul e agora vejo relâmpagos,
antes não via.
Obrigada!:)
Gostei muito de Monet e da cancao que escolheu ;-) Nunca tinha ouvido pela Mariza (pelo menos que me lembre) e foi uma boa descoberta ;-)
ResponderEliminarObrigada por este post tao relaxante e belo!
Bjs!
Olá Sandra,
ResponderEliminarMuito obrigada. Que bom ter passado por aqui.
Fico feliz por ter contribuído de uma forma tranquilizante.
As suas palavras foram queridas!
Bjs:)
A chuva que maravilha! Monet e a chuva sobre o mar e o promontório (?)... Conhecia outro da mesma série, mas sem chuva.
ResponderEliminarEstranha versão do "cry me a river"!
Para mim a Dinah Washington é espantosa nesta canção.
Mas a Mariza (que conheço mal) tem uma bela voz.
Abraço