27/11/2013

Sinal vermelho

A economia deve ser gerida pelo Direito e a política pela ética
Ramalho Eanes, 25-11-2013.

Sinal vermelho para os nossos governantes (Lisboa, 2012)

O fado de ser português...

Traça a reta e a curva

Traça a reta e a curva, 
a quebrada e a sinuosa
Tudo é preciso. De tudo viverás.

Cuida com exatidão da perpendicular
e das paralelas perfeitas.
Com apurado rigor.
Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo,
traçarás perspectivas, projetarás estruturas.
Número, ritmo, distância, dimensão.
Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória.

Construirás os labirintos impermanentes
que sucessivamente habitarás.

Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.

Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente, um pouco mais.

Cecília Meireles in Poesia Brasileira do Século XX, Dos Modernistas à Actualidade
(seleção, introdução e notas Jorge Henrique Bastos). Lisboa: Antígona [daqui]

Uma versão do Lamento de Dido [Purcell]

10 comentários:

  1. Penso que são daltónicos, um pouco surdos, até, logo....

    Beijinho.

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  2. Muito oportuno no dia em que o TC toma uma decisão inesperada e o OE é a provado :((
    Beijinho, ana

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  3. Gostei de tudo, concordo com Ramalho Eanes e gostei do poema. Beijinhos e boa Quarta-feira!

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  4. Há muito que o nosso governo ignorou o sinal vermelho e está em permanente transgressão, mas quem paga a multa, somos todos nós.

    Um beijinho

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  5. Os sinais vermelhos deviam ser estímulos para avançar

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  6. Não querendo mencionar o lado político, visto ser um acérrimo opositor a este governo e às suas condutas a(i)morais, quero no entanto salientar esta versão da fantástica ária de Dido e Aeneas, a qual me faz parar com tudo o que esteja a fazer.
    A versão, cantada pelo malogrado Jeffrey Buckley (teve uma vida tão curta como Purcell), é estranha e não faz jus à melodia, sobretudo nas notas mais elevadas, as quais sobressaem e ganham vigor quando interpretadas por um soprano.
    Mas fico agradavelmente surpreendido por ouvi-lo numa área de canto que não era a sua, onde, afinal, os seus blues eram notáveis
    Manel

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  7. João,
    Vermelho para o governo. O sinal de proibição em virar à esquerda não é para ligar. Era a única foto com um sinal vermelho que tinha.
    Beijinho. :))

    GL,
    Surdos, daltónicos e cegos. :))
    Beijinho.

    Obrigada Pedro,
    Bom fim de semana. :))
    Beijinho.

    Margarida,
    Apesar de não ser admiradora de Eanes, ele esteve muito bem na sua análise.
    Beijinho. :))

    Isabel,
    É verdade, nós é que pagamos como sempre...
    Beijinho. :))

    Mar Arável,
    Tem razão mas o verde vai demorar a arrancar.
    Beijinho. :))

    Manuel,
    Congratulo-me pela sua visita.
    Também partilho a acérrima oposição a este governo e a imoralidade da sua conduta governativa.
    Quanto a Jeffrey Buckley, surpreendeu-me esta versão. Registei-a porque já tenho colocado muitas vezes esta ária interpretada por diversos sopranos. Corro o risco de muitas repetições mas adoro-a. Jeff tinha/tem uma voz peculiar que me agrada. Nunca tinha relacionado as duas vivências: Purcell e Jeff, confesso que achei fabulosa a sua conectividade.
    Abraço grato. :))

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  8. Linda a Lamentação de Dido! E o sinal de trânsito é "grande"! Eu deixei-me disso: troppe frustrazioni!
    Beijinhos e good luck!

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