12/11/2013

Faróis distantes


Faróis distantes,
Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que consequências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes...

30-4-1926
Álvaro de Campos,  PoesiasLisboa: Ática, 1944 (imp. 1993), p. 26.

10 comentários:

  1. Se não dissesses, não identifica !

    Belo conjunto, Ana !
    Gostei mesmo !

    Um beijo.

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  2. Que poesia mais linda.

    gostei muito de conhecer.

    bjs nossos

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  3. Ao ver a fotografia é inevitável recordar o farol da guia, monumento classificado pela UNESCO, o primeiro farol a Oriente.
    Beijinho

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  4. Indispensáveis, os faróis.
    Longe, perto, que importa.
    O nosso Álvaro de Campos sabe do que fala.

    Beijinho.

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  5. bonita musica e lindo farol...
    como sempre são as suas postagens

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  6. Sempre adorei faróis! por isso gostei muito do teu post! o nosso F.P. tem sempre belos poemas de incerteza e etc e tem certa nostalgia de que gosto.
    A música é muito boa! Beijinhos e "bons faróis"!

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  7. A todos muito obrigada.
    Beijinho.
    :))

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