«Em 2003, os bancos alimentares apoiavam 189.152 pessoas, número que subiu para 418.881 em 2012 (+114%), adiantam os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares (FPBA) divulgados à agência Lusa, a propósito de campanha de recolha de alimentos em supermercados, que decorre no próximo fim de semana.»
Jornal i
No próximo fim de semana vai haver recolha de alimentos nas grandes superfícies. O ano anterior apesar da crise chegar a todos houve um contributo assinalável. Os portugueses são generosos. Aqui fica a notícia.
Bartolome Esteban Murillo, Thomas of Villanova giving alms to the poors 1678 ,
Museo de Bellas Artes de Sevilha
Oswaldo Guayasamin (1919 - 1999) - Manos de Hambre (Hands of Hunger).
Não basta abrir a janela
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
4-1923
Alberto Caeiro “Poemas Inconjuntos” (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
p. 75.
1ª publ. in “Poemas Inconjuntos”. In Athena, nº 5. Lisboa: Fev. 1925.
O teu poder de associar a um tema, qualquer que seja, uma pintura, uma poesia e uma música deixam-me sempre admirado !
ResponderEliminarObrigado pelo ALERTA !
Um beijo, Ana.
Essa generosidade pode ser o caminho mais curto para que a sociedade civil desresponsabilize o Estado Social e se instale a caridade organizada.
ResponderEliminarA generosidade ampliada "...um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."
Diz-nos o poeta, e acerta
A fome é o mais vil e abjecto de todos os fenómenos, ana :(
ResponderEliminarBeijinho e votos de BFDS!
Ana, o número de pessoas com dificuldades económicas disparou!!
ResponderEliminarÉ assustador...
Mas nada se faz para inverter o sentido; bem pelo contrário!!
Isso ainda é mais assustador, pois como podem ser tão insensíveis?!
Um beijinho.:))
Triste e aflitiva, a situação em que se encontram muitas famílias. E noto que não é só em Portugal. Por cá, os bancos alimentares também estão a ajudar mais famílias e na nossa última visita a Aachen, na Alemanha, agora pelo meu aniversário, vimos muitos pedintes e até pessoas a catar no lixo. O meu marido até me chamou a atenção para uma senhora, que estando a catar no lixo, não queria aceitar o dinheiro que outra tentava dar-lhe, mas, que por fim, lá concordou. Ficámos, por isso, com a ideia que seria uma pessoa em recente situação de pobreza. Foi triste de ver. Tudo isto me deixa apreensiva.
ResponderEliminarBom fim-de-semana e um beijinho, Ana!
Uma maravilha de poema. Bjns!
ResponderEliminarE devo acrescentar que a generosidade dos portugueses ainda é uma boa qualidade que devemos preservar. Na escola do meu filho estão a promover uma campanha do género para o Centro social da freguesia e acho que é uma bela iniciativa. Bjns!
ResponderEliminarTens toda a razão, Ana, e é de arrepiar o que se ouve. O nosso caeiro também tinha razão:"Com filosofia não há árvores" -eu diria também: não há comida!
ResponderEliminarSei de histórias que não conto porque tenho vergonha de as saber! Indigno-me todos os dias.
Por isso, adorei o que escreveste: tudo certo e, para finalizar, em beleza, "Voir un ami pleurer", coisa mais triste!
E hoje sei de amigos que podem estar a chorar!
Um beijo grande
A todos agradeço a visita e deixo os votos de um bom domingo.
ResponderEliminarBeijinho grato.
sabes Guaysamin fez um retrato meu que esta com minha filha!!!em 1960 e fez tbem do meu marido qu esta no Museu de arte Moderna no Mexico DF!
ResponderEliminareqto ao Jacques Brel, ADORO ELE!!!