05/11/2013

Da lucidez...

Giorgio De Chirico, Composição Metafísica, 1914. Vendido pela Christie's Daqui

Teremos de descer até ao fundo da lava
E sentir a frigidez da sombra que está no fundo de tudo
Teremos então num incerto vaivém
De subir e descer e do abismo ao solo solar
Da lucidez inebriante à viscosa agonia
Tecer a intermédia melodia da ascensão e da queda
Na sucessão dos instantes na sequência das palavras
Para que possamos viver no equilíbrio ténue
Como numa torre transparente mas de obscuros veios
E consagrar o luminoso mercúrio
Que liga a cinza futura e já pretérita
À ingénua insurreição da nossa inocência original


António Ramos Rosa e Robert Bréchon, Meditações Metapoéticas / Méditations Métapoétiques. Lisboa: Caminho, 2003, p. 94.

7 comentários:

  1. Ah! A lucidez, que é tão difícil. O poema tem coisas belas,o De Chirico é maravilhoso!
    Pois é:
    " o incerto vaivém
    De subir e descer e do abismo ao solo solar
    Da lucidez inebriante à viscosa agonia"
    Um beijinho

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  2. Mar Arável,
    :))

    Maria João,
    Partilho a sua ideia e De Chirico faz parte dos meus eleitos.
    Beijinho. :))

    Palladino,
    Obrigada pela visita.
    Boa noite. :))

    Boa noite, Margarida.
    Beijinho. :))

    Queridas Amigas,
    Bem verdade, como conseguir?
    Beijinhos. :))

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