29/11/2012

Segunda de cinco ideias...

Segunda de cinco ideias para pensar com os olhos.

2 - Nem sempre as coisas são aquilo que parecem. Nem sempre uma coisa sabe parecer aquilo que é. Materializar uma ideia reforça a própria ideia.

Somente o texto é de Paulo Condessa,  do catálogo Image Night - Exposição de Fotografia 2000. A imagem é escolhida por mim segundo as palavras que li.





Blaze 1, Emulsion on Hardboard, obra criada em 1962, pela pintora inglesa Bridget Riley Retirada daqui

27/11/2012

Uma de cinco ideias...

Margarida Cepêda, Em  frente ao espelho
(Cortesia do Google)



1. Que imagem vê quando se olha ao espelho? A pessoa que escolheu ser ou a pessoa que consegue ser? A resposta não interessa. O que interessa é fazer a pergunta.

Catálogo Image Night, Exposição de Fotografia - 2000

Paulo Condessa (texto*) a quem agradeço as cinco ideias, não usei as imagens ligadas às ditas. Todavia, gostei imenso do texto.


* Acrescentado e retificado às 18:04 h de dia 28-11-2012

24/11/2012

"povo das flores"


Óbidos

e se ele nos levasse para portugal, podíamos ver com os nossos olhos esse povo das flores, seria fantástico. o pobre do andriy ainda não ganha para isso, não tem como pagar as viagens, quanto mais para nos sustentar lá. a vida lá também é mais cara. pois é. tu achas que é mesmo possível fazer uma revolução com flores, sasha, e a nossa que foi tão* . não quero falar nisso agora.

Valter Hugo Mãe, o apocalipse dos trabalhadores. Lisboa: Quidnovi, 2009 (3ª edição), p.80.

* Ucrânia

No livro "o apocalipse dos trabalhadores", Valter Hugo Mãe descreve Portugal como sendo o país das flores, colocando esta ideia nos pais de uma personagem ucraniana que acalentavam o sonho de vir para Portugal. Ironia?  Portugal o país das flores... flores ávidas de sede de humanidade. Portugal outrora país de destino agora país de partida.
Uma querida amiga ofereceu-me este livro e a ela cabe-me agradecer: muito obrigada!:)
O livro fala de amor de uma forma crua e prosaica mas tem a beleza do amor. Daí a escolha desta ária que me sensibiliza por vários motivos.

22/11/2012

As Idades do Mar - exposição na Gulbekian

Não sei se já deixei um registo da minha paixão pelo mar... Das árvores sabem que sim. 
Do mar  vem o gosto pela aventura, pelo mistério, vem a minha nostalgia, a minha ânsia de viajar.
O mar é de todos e não é de ninguém... mesmo que os homens desenhem fronteiras. 

“O mar é uma entidade física imensa que ocupa sete partes da totalidade do globo terrestre, espaço fascinante e enigmático que propicia riquezas materiais e grandiosas divagações do espírito”
João Castel-Branco Pereira (Diretor do Museu Gulbenkian)

Joaquín Sorolla no Cartaz da Exposição 
e escultura "A Primavera, Homenagem a Jean Goujon" , 1939, de Alfred-August Janniot


Da Exposição: 
«O Museu Gulbenkian apresenta uma exposição centrada nas representações físicas e simbólicas do Mar ao longo de quatro séculos da pintura ocidental (séculos XVI-XX), por artistas como Turner, Friedrich, Ingres, Guardi, Bocklin, Constable, Lorrain, Monet, Courbet, Klee, Dufy, De Chirico, Manet ou Van Goyen, entre muitos outros. A pintura portuguesa estará representada por nomes como Amadeo, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro ou João Vaz. 
Com curadoria de João Castel-Branco Pereira, diretor do Museu Gulbenkian, a exposição desenvolve-se em seis núcleos distintos: A Idade dos Mitos; A Idade do Poder; A Idade do Trabalho; A Idade das Tormentas; A Idade Efémera; A Idade Infinita». 

Todas as imagens e informações foram retiradas do seguinte site:
Museu Calouste Gulbenkian
[os autores das fotografias estão identificados no referido site]

A Idade dos Mitos
Arnold Böcklin, (1827-1901). Tritão e Nereida. 1877.
Têmpera sobre papel, montado sobre painel de madeira. 44,5 x 65,5 cm. Museum Oskar Reinhart am Stadtgarten, Winterthur. (site da Fundação Calouste Gulbenkian)


A Idade do Poder
Autor não identificado. “Martírio de Santa Úrsula e das Onze Mil Virgens” do Retábulo de Santa Auta. c. 1522. Óleo sobre painel de madeira . 93 x 192,5 cm . Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa


A Idade do Trabalho
William Bradford (1823-1892). "Pescadores Junto à Costa do Labrador". Sem data. Óleo sobre tela. 52 x 82,5 cm. Coleção Carmen Thyssen-Bornemisza em depósito no Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid .

A Idade dos Tormentas
Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992). “História Trágico-Marítima ou Naufrage”. 1944. “Óleo sobre tela”. 81,5 x 100 cm., Lisboa.
( Tela já colocada no Prosimetron a 17 de Agosto de 2010)


A Idade Efémera
Claude Monet (1840-1926). “Hôtel des Roches noires. Trouville”. 1870. Óleo sobre tela. 81 x 58 cm. Paris, musée d’Orsay, doação de Jacques Laroche, 1947. Inv. RF 1947-30. Paris, Musée d’Orsay.



A Idade Infinita 
Carl Friedrich Blechen (1798-1840). "Gruta no Golfo de Nápoles". 1829. Óleo sobre tela. 37,5 x 29 cm Wallraf-Richartz Museum & Fondation Corboud, Colónia.

  

20/11/2012

Um Livro deve ser

«Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós.»
Franz Kafka ( citação retirada do Citador)



Cortesia do youtube

17/11/2012

A pujança do Outono

A pujança do Outono. 
A paleta é triunfante: o sol atravessa obliquamente o jardim e faz reviver as cores. A sintonia entre a luz e a sombra é convidativa à contemplação. 
Ouve-se a brisa suave e a folha que cai lentamente num bailado perfeito. A paisagem apela à quietude, à ordem e à harmonia.
A beleza majestosa do jardim barroco torna distante o barulho da cidade, o frenesim diário e pára os ponteiros do relógio que chamam para as orações profanas.

Jardim Botânico da Universidade de Coimbra








«Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.»
José  Saramago na contracapa do Provavelmente Alegria.


Bom dia!

16/11/2012

Solidão outonal

Solidão Outonal, 
Jardim Botânico da Universidade de Coimbra


Associei a fotografia ao filme A Elegância do Ouriço, um filme lindíssimo de Mona Achache com Josiane Balasko no papel de Renée Michel; Garance Le Guillermic no de Paloma Josse e Togo Igawa no de Kakuro Ozu. Um filme que o acaso me levou a ver e no qual o destino e acaso se interligam. Também os protagonistas estão no outono da vida ligados por uma pequena primavera.

"A lucidez torna o sucesso amargo, ao passo que a mediocridade espera sempre alguma coisa."
citação do filme


14/11/2012

Basta!

Basta!

... Da dignidade do ser humano 


"Ó Adão, não te demos nem um lugar determinado, nem um aspecto que te seja próprio, nem tarefa alguma específica, a fim de que obtenhas e possuas aquele lugar, aquele aspecto, aquela tarefa que tu seguramente desejares, tudo segundo o teu parecer e a tua decisão. A natureza bem definida dos outros seres é refreada por leis por nós prescritas. Tu, pelo contrário, não constrangido por nenhuma limitação, determiná-la-ás para ti, segundo o teu arbítrio, a cujo poder te entreguei. Coloquei-te no meio do mundo para que daí possas olhar melhor tudo o que há no mundo. Não te fizemos celeste nem terreno, nem mortal nem imortal, a fim de que tu, árbitro e soberano artífice de ti mesmo, te plasmasses e te informasses, na forma que tivesses seguramente escolhido. Poderás degenerar até aos seres que são as bestas, poderás regenerar-te até às realidades superiores que são divinas, por decisão do teu ânimo".

Giovanni Pico della Mirandola [1463-1494]: Discurso sobre a Dignidade do Homem. Lisboa: Edições 70, (Edição Bilingue),1989, pp. 49, 51 e 53.


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12/11/2012

Myra Landau, intitulei:  Misto de Alegria e Vida

Obrigada Myra por este presente!

Escuto-me sonhar. 
Escuto-me sonhar. Embalo-me com o som das minhas imagens… Soletra-me em recônditas melodias (…) 
O som duma frase imageada vale tantos gestos! Uma metáfora consola de tantas coisas! 
Escuto-me… São cerimoniais em mim… 
Cortejos… Lantejoulas no meu tédio… Baile de máscaras…Assisto à minha alma com deslumbramento… 
Caleidoscópio de fragmentadas sequências, de (…) 

Pompa das sensações demasiado vividas… 
Leitos régios em castelos desertos, jóias de princesas mortas, por seteiras de castelos, enseadas avistadas; virão sem dúvida as honras e o poderio, para os mais felizes, haverá cortejos nos exílios… […] adormecidas, fios de (…) bordando sedas… 

s.d.
Bernardo Soares

 Livro do Desassossego. Vol.I. Fernando Pessoa. (Organização e fixação de inéditos de Teresa Sobral Cunha.) Coimbra: Presença, 1990, p 159.

10/11/2012

Felizes?

Felizes?
 Lisboa 2012


"You think you can just steal a man's life and expect there to be no price to pay?
 ... We all make difficult choices in life. The hard thing is to live with them." 


 A citação é  de Rory Jansen personagem do filme The Words, de Brian Klugman. Daqui 

Na idade maior,  Jeremy Irons protagoniza um antigo escritor assumindo um papel de relevo que marca o  final do filme.



Gilson do blogue Imaginário ofereceu-me o Prémio Dardos 2012 juntei ao outro que as minhas amigas ofereceram (visível do lado esquerdo do blogue). 
Agradeço a gentil oferta e partilho com todos os que têm vindo trazer os seus pensamentos. 

07/11/2012

Rising Sun

À procura do sol nascente.
Passado


Presente
Myra Landau, V [ou as nuvens de Orion]

Ah querem uma luz melhor que a do sol!
Ah querem uma luz melhor que a do sol!
Querem campos mais verdes que estes!
Querem flores mais belas que estas que vejo!
A mim este sol, estes campos, estas flores contentam-me.
Mas, se acaso me descontento,
O que quero é um sol mais sol que o sol,
O que quero é campos mais campos que estes prados,
O que quero é flores mais estas flores que estas flores —
Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!
Aquela coisa que está ali estava mais ali que ali está!
Sim, choro às vezes o corpo perfeito que não existe.
Mas o corpo perfeito é o corpo mais corpo que pode haver,
E o resto são os sonhos dos homens,
A miopia de quem vê pouco,
E o desejo de estar sentado de quem não sabe estar de pé.
Todo o cristianismo é um sonho de cadeiras.
E como a alma é aquilo que não aparece,
A alma mais perfeita é aquela que não apareça nunca —
A alma que está feita com o corpo
O absoluto corpo das coisas,
A existência absolutamente real sem sombras nem erros
A coincidência exacta (e inteira) de uma coisa consigo mesma.
12-4-1919
“Poemas Inconjuntos”. Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994. p.- 145. [Arquivo Pessoa]


05/11/2012

Febbre da Fieno / destinos - Destino

Febre do Feno é um filme de Laura Luchetti que tive oportunidade de ver no fim de semana passado. Roma serviu de cenário para a narração da história, uma história em que as diferentes personagens estão presas a um destino. 

D-E-S-T-I-N-O serviu de mote para esta postagem.

Salvador Dalí, Destino, desenho para a curta-metragem da Walt Disney, 1946, Coleção privada. 



Boca da Verdade,  cortesia do Google, 
cena do filme

«Febbre da Fieno è una Commedia [?] Sentimentale dove si intrecciano amore e destino.» 


Destino é uma palavra cujo significado não é consensual.
Dependerá de nós?
Será o fator sorte preponderante no destino?
Estará o destino ligado aos nossos progenitores?
?
?









Destino de Salvador Dalí serviu para animação de Walt Disney.
Com a cortesia do Youtube:

03/11/2012

Silêncio de M Butterfly

Silêncio numa noite onde nem a luz aquece é como descrevo o final belíssimo do filme: 
M Butterfly 

Toledo, 2011

M. Butterfly foi realizado por David Cronenberg (1993) e conta com as sublimes interpretações de Jeremy Irons no papel de René Galimard e de John Lone  no de Song Liling. 


René Galimard - There is no destiny, except the one we make for ourselves. 

Citação retirada daqui

01/11/2012

Intemporal


Panteão de Agripa, Roma




Panteão de Agripa:

Intemporal, 
misterioso,
imponente,
interpela-nos num misto de encantamento e espiritualidade.






Um concerto para 
a Maria João, do Olhar do Falcão ( e de Jade), com o meu agradecimento. :)


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