30/09/2010
29/09/2010
Nem as flores...
A Janela
Galeria Nacional Hungara, Buda, Budapeste, Hungria
28/09/2010
No fundo da arca restam as memórias.
27/09/2010
Panegírico ao mar ...
26/09/2010
A mesa de Domingo!
Digitalizei do livro Josefa de Óbidos, de Carla Alferes Pinto, inserido na colecção
Pintores Portugueses
"Entendei que até mesmo na cozinha, entre caçarolas, anda o Senhor"
x x
Santa Teresa d'Ávila [Livro das Fundações, 1573-1582, capítulo V, parágrafo 9]
in
Clara Alferes Pinto, Josefa de Óbidos, Pintores portugueses, Matosinhos, Quindnovi, 2010, p. 79
25/09/2010
Vinheta 15 - Um país que eu gostava de ter
"Queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti um mar de uma rosa de espuma"
Mário Cesariny
Fado Malhoa
Óleo sobre tela, 1,51m x 1, 86 m, Museu da Cidade, Lisboa, Portugal
Fado Malhoa, Amália Rodrigues
Poema de José Galhardo, música de Frederico Valério
FADO MALHOA
Alguém que Deus já lá tem
Pintor consagrado,
Que foi bem grande
E nos fez já ser do passado,
Pintou numa tela
Com arte e com vida
A trova mais bela
Da terra mais querida.
Subiu a um quarto que viu
A luz do petróleo
E fez o mais português
Dos quadros a óleo
Um Zé de Samarra
Com a amante a seu lado
Com os dedos agarra
Percorre a guitarra
E ali vê-se o fado.
Dali vos digo que ouvi
A voz que se esmera
Dançando o Faia banal
Cantando a Severa
Aquilo é bairrista
Aquilo é Lisboa
Aquilo é fadista
Aquilo é de artista
E aquilo é Malhoa.
24/09/2010
Oxigénio
Mário Vitória nasceu em Coimbra em 1983. Licenciou-se na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Durante o percurso académico realizou estudos intermédios em Lyon (França), Bolonha (Itália) e Sheffield (Inglaterra). É Mestre em Práticas e Teorias do Desenho, com a dissertação: "Riso e violência nas práticas artísticas do desenho".
23/09/2010
Se deste Outono...
Edward Cucuel, Tea in the Park
SE DESTE OUTONO
Se deste outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.
Eugénio de Andrade, Obra Poética de Eugénio de Andrade
http://nescritas.nletras.com/eandrade/
Gidon Kremer - Vivaldi's Four Seasons - Autumn (II. )Adagio
22/09/2010
No país da liberdade!...na cidade da luz...
Liberté, Egalité, Fraternité
Paris, França
Pintar a vida...
x
Óleo sobre tela , 136 x 129,5 cm, Galeria Nacional Hungara, Buda, Hungria
Isto não vem a propósito de nada.
27-6-1930
Bernardo Soares, Livro do Desassossego por .Vol.I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982, p. 132.
21/09/2010
Suspensos...o voo ou a queda?
...a queda!
20/09/2010
Francisco Ribeiro com Mário Cesariny
O navio de espelhos
não navega cavalga
Seu mar é a floresta
que lhe serve de nível
Ao crepúsculo espelha
sol e lua nos flancos
Por isso o tempo gosta
de deitar-se com ele
Os armadores não amam
a sua rota clara
(Vista do movimento
dir-se-ia que pára)
Quando chega à cidade
nenhum cais o abriga
O seu porão não traz nada
nada leva à partida
Vozes e ar pesado
é tudo o que transporta
(E no mastro espelhado
uma espécie de porta)
Seus dez mil capitães
têm o mesmo rosto
A mesma cinta escura
o mesmo grau e posto
Quando um se revolta
há dez mil insurrectos
(Como os olhos da mosca
reflectem os objectos)
E quando um deles ala
o corpo sobre os mastros
e escruta o mar do fundo
Toda a nave cavalga
(como no espaço os astros)
Do princípio do mundo
até ao fim do mundo
Poema e voz de Mário Cesariny
Música de Rodrigo Leão (cd - Os Poetas)
Saudade - Ortega y Gasset
Tate Collection, London
"Privação, vazio, dor, desejo de completude, são modalidades de toda e qualquer saudade. E por ser privação, foi - é passado vivido no presente".
José Ortega Y Gasset, Saudade, notas de trabalho,Lisboa: Setecaminhos, 2005, p.11. (trad. Maria J. Tavares)
"Henry Wallis is one of the most forceful examples of social realism in Pre-Raphaelite art. Thomas Chatterton (1752-70) was an 18th Century poet, a Romantic figure whose melancholy temperament and early suicide captured the imagination of numerous artists and writers. "
19/09/2010
José Gomes Ferreira - porque é que este sonho...
Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?
Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida.
José Gomes Ferreira
Retirado da net in Tormentas
17/09/2010
Vinheta 14 - Outono, John Everett Millais!
Manchester Art Gallery, Grã-Bretanha
"Tears, Idle Tears"
Tears, idle tears, I know not what they mean,
Tears from the depth of some divine despair
Rise in the heart, and gather to the eyes,
In looking on the happy autumn-fields,
And thinking of the days that are no more.
Fresh as the first beam glittering on a sail,
That brings our friends up from the underworld,
Sad as the last which reddens over one
That sinks with all we love below the verge;
So sad, so fresh, the days that are no more.
Ah, sad and strange as in dark summer dawns
The earliest pipe of half-awaken'd birds
To dying ears, when unto dying eyes
The casement slowly grows a glimmering square;
So sad, so strange, the days that are no more.
Dear as remembered kisses after death,
And sweet as those by hopeless fancy feign'd
On lips that are for others; deep as love,
Deep as first love, and wild with all regret;
O Death in Life, the days that are no more!
Alfred, Lord Tennyson
Caem os sonhos... a flor perece entre a água.
Caem os sonhos,
quando fecho os olhos
e as cores se perdem.
A flor perece entre a água.
15/09/2010
Quando a vida precocemente se esfuma...
Bocage - uma faceta.
Autobiografia
De cerúleo gabão não bem coberto,
passeia em Santarém chuchado moço,
mantido, às vezes, de sucinto almoço,
de ceia casual, jantar incerto;
dos esbrugados peitos quase aberto,
versos impinge por miúde e grosso;
e do que em frase vil chamam caroço,
se o que, é vox clamantis in deserto;
pede às moças ternura, e dão-lhe motes;
que, tendo um coração como estalage,
vão nele acomodando a mil peixotes.
Sabes, leitor, quem sofre tanto ultraje,
cercado de um tropel de franchinotes?
– É o autor do soneto: – é o Bocage.
Bocage, in 'Rimas' (citador)
Poema: De suspirar em vão já fatigado musicado por Neonírico
14/09/2010
Um naturalista alemão
Ilustração naturalista (científica) Chiranthodendron pentadactylon, criada por Alexander von Humboldt
Notas e imagens retiradas daqui
Holde Lili, warst so lang
Sweetest Lili, for so long
All my joy and all my song!
Ah, now, all my pain, yet you
Are still all my singing too.
Goethe
13/09/2010
Das paixões... de Sócrates e Alcibíades em comunhão com Nick Cave...
STILL IN LOVE
The cops are hanging around the house
The cars outside look like they've got the blues
The moon don't know if it's day or night
Everybody's creeping around with plastic covers on their shoes
You're making coffee for everyone concerned
Someone points to this and someone points to that
Everyone is saying that you should lie down
But you ain't having none of that
And I say to the sleepy summer rain
With a complete absence of pain
You might think I'm crazy
But I'm still in love with you
Hide your eyes, hide your tears,
Hide your face, my love
Hide your ribbons, hide your bows
Hide your coloured cotton gloves
Hide your trinkets, hide your treasures
Hide your neatly scissored locks
Hide your memories, hide them all
Stuff them in a cardboard box
Or throw them into the street below
Leave them to the wind and the rain and the snow
For you might think I'm crazy
But I'm still in love with you
Call me up, baby, and I will answer your call
Call me up but remember I am no use to you at all
Now, you're standing at the top of the stairs
One hand on the banister, a flower in your hair
The other one resting on your hip
Without a solitary care
I fall to sleep in the summer rain
With no single memory of pain
And you might think I'm crazy
But I'm still in love with you
12/09/2010
Em memória de Chabrol!
La Demoiselle d'honneur!
Não digas nada!
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
23-8-1934
Fernando Pessoa, Poesias Inéditas (1930-1935), (Nota prévia de Jorge Nemésio.), Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990). p. 167.
11/09/2010
No côncavo das mãos...
Vinheta 13 - À memória de Dante
Luca Signorelli, Dante Alighieri (detail)
part. affresco della cappella di San Brizio, Duomo, Orvieto
Purgatório
CANTO I
Buscando águas melhores iça as velas
a navicela deste meu engenho
que deixa atrás de si cruéis procelas;
e do segundo reino cantar venho
em que a alma humana purga e se habilite
por digna de ir ao céu no seu empenho.
A morta poesia ressuscite,
ó santas Musas, sendo eu vosso, e então,
já surgindo Calíope, palpite
aquele som seguindo-me a canção,
que fez as Pegas míseras sentir o
golpe a desesperá-las do perdão.
(...)
Dante Alighieri, A Divina Comédia Lisboa: Bertrand, 2006, p. 171
(trad. Vasco Graça Moura e ilustr. de Júlio Pomar)
10/09/2010
Um Diário caído do Céu
Upton House, Warwickshire, Grã-Bretanha
Anna Shelest plays Mozart Sonata in B-flat K 281, Ist movement, Allegro
09/09/2010
De Apolo o carro rodou pra fora. Jethro Tull.
De Apolo o carro rodou pra fora
Da vista. A poeira que levantara
Ficou enchendo de leve névoa
O horizonte;
A flauta calma de Pã, descendo
Seu tom agudo no ar pausado,
Deus mais tristezas ao moribundo
Dia suave.
Cálida e loura, núbil e triste,
Tu, mondadeira dos prados quentes,
Ficas ouvindo, com os teus passos
Mais arrastados,
A flauta antiga do deus durando
Com o ar que cresce pra vento leve,
E sei que pensas na deusa clara
Nada dos mares,
E que vão ondas lá muito adentro
Do que o teu seio sente cansado
Enquanto a flauta sorrindo chora
Palidamente.
12-6-1914
Ricardo Reis, Odes, Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994).
p- 21.
Jethro Tull: Ian Anderson 's Flute Solo (07/31/1976)
08/09/2010
O barco avança sem destino
as noites, os dias, o barco avança sem destino.
o oceano é infinito.
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas, Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2007, p. 77
07/09/2010
Lohengrin
Richard Wagner compôs e escreveu o libretto da ópera Lohengrin da qual escolhi o Prelúdio do I Acto porque o acho muito belo.
Hoje já há poucos cavaleiros.
Walter Crane, Lohengrin,1895
Wagner: Lohengrin: Preludio Acto I , Maestro Toscanini
Eva
Fujo e vem comigo o mesmo lume cúmplice
ou sombra daquela árvore interposta a uns olhos
que aguardavam que eu passasse como se me desconhecessem,
e eu era inevitável, tão presente e natural
que hei-de fingir pudor e surpresa: ocultando-me para que não
cessasse
aquela luz que tornava desejáveis meus passos
rumo a um leito feliz de folhas amaciadas.
Auguste Rodin, Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, p 1714 (trad José Bento)
05/09/2010
Queen - Freddie Mercury
Bohemian Rhapsody
A morte não é o fim!
"O sentimento estético".
Solitude...
x
04/09/2010
Pearl Jam - Wishlist
Wishlist
I wish I was a neutron bomb
for once I could go off
I wish I was a sacrifice
but somehow still lived on
I wish I was a sentimental
ornament you hung on
the Christmas tree, I wish I was
the star that went on top
I wish I was the evidence
i wish I was the grounds
for fifty million hands up raised and opened toward the sky
I wish I was a sailor with
someone who waited for me
I wish I was as fortunate
as fortunate as me
I wish I was a messenger
and all the news was good
I wish I was the full moon shining
off a camaro's hood.
I wish I was an alien
at home behind the sun
I wish I was the souvenir
you kept your house key on
I wish I was the pedal break
that you depended on
I wish I was the verb to trust
and never let you down
I wish I was the radio song
the one that you turned up
I wish, I wish, I wish, I wish
I guess it never sto
03/09/2010
Quando a chuva é em forma de poemas...
Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento,
Chega através do dia de névoa alguma coisa do esquecimento,
Vem brandamente com a tarde a oportunidade da perda.
Adormeço sem dormir, ao relento da vida.
É inútil dizer-me que as acções têm consequências.
É inútil eu saber que as acções usam consequências.
É inútil tudo, é inútil tudo, é inútil tudo.
Através do dia de névoa não chega coisa nenhuma.
Tinha agora vontade
De ir esperar ao comboio da Europa o viajante anunciado,
De ir ao cais ver entrar o navio e ter pena de tudo.
Não vem com a tarde oportunidade nenhuma.
21-9-1930
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993), p. 42.
Vinheta 12- Setembro - Hino ao Vinho
Uvas, pão e queijo sabem a beijo!
Galleria degli Uffizi, Firenze
02/09/2010
The Visitation!
no corpo da outra, já mais adiantada.
E as duas mulheres num abraço se encontraram
e nos cabelos e vestes se tocaram.
Quatro versos do poema Visitação de Rainer Maria Rilke, AVida de Maria, Lisboa: Portugália, 2008, p. 47. (tradução Maria Teresa Dias Furtado)
Ave Maria from Verdi's Othello - Anna Netrebko
01/09/2010
"O veado contempla uma flor" ao som de "O vento é selvagem" - David Bowie
CANÇÃO (América do Norte Yaquis)
O veado
Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro, Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, p167
(versão Herberto Helder)
David Bowie-Wild Is The Wind
Arquivo
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2010
(465)
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▼
setembro
(40)
- U2 em Coimbra
- Nem as flores...
- A Janela
- No fundo da arca restam as memórias.
- Panegírico ao mar ...
- A mesa de Domingo!
- Vinheta 15 - Um país que eu gostava de ter
- Fado Malhoa
- Oxigénio
- Nocturno Op. 9 nº 2 - Chopin
- Se deste Outono...
- No país da liberdade!...na cidade da luz...
- Pintar a vida...
- Suspensos...o voo ou a queda?
- Francisco Ribeiro com Mário Cesariny
- Saudade - Ortega y Gasset
- José Gomes Ferreira - porque é que este sonho...
- Vinheta 14 - Outono, John Everett Millais!
- Caem os sonhos... a flor perece entre a água.
- Quando a vida precocemente se esfuma...
- Bocage - uma faceta.
- Um naturalista alemão
- Das paixões... de Sócrates e Alcibíades em comunhã...
- Em memória de Chabrol!
- Não digas nada!
- No côncavo das mãos...
- Vinheta 13 - À memória de Dante
- Um Diário caído do Céu
- De Apolo o carro rodou pra fora. Jethro Tull.
- O barco avança sem destino
- Lohengrin
- Eva
- Queen - Freddie Mercury
- "O sentimento estético".
- Solitude...
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- Quando a chuva é em forma de poemas...
- Vinheta 12- Setembro - Hino ao Vinho
- The Visitation!
- "O veado contempla uma flor" ao som de "O vento é...
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