03/05/2014

Hino ao entardecer

Nostalgia...
Hino ao entardecer

As coisas nítidas confortam, e as coisas ao sol confortam. As coisas nítidas confortam, e as coisas ao sol confortam. Ver passar a vida sob um dia azul compensa-me de muito. Esqueço indefinidamente, esqueço mais do que podia lembrar. O meu coração translúcido e aéreo penetra-se da suficiência das coisas, e olhar basta-me carinhosamente. Nunca eu fui outra coisa que uma visão incorpórea, despida de toda a alma salvo um vago ar que passou e que via. 
s.d.
Bernardo Soares, Livro do Desassossego. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982, p. 266.


10 comentários:

  1. E a clareza cristalina da voz de Kirkby, como a luz a dançar no rio...

    Boa noite, ana :)

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  2. E vir ao (In)Cultura também conforta!...

    Beijinhos e bom fim-de-semana.:))

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  3. Ao entardecer, quando as sombras se começam a insinuar às coisas nítidas, é quando a magia acontece: por ínfimos momentos, no passar de testemunho, os segredos abrem parte das suas portas, misturando nitidez com intuição.
    Mais um grande post, Ana!

    Beijo :)

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  4. Lindo hino ao entardecer e...à vida! Purcell magnífico e a fotografia tão suave!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Se em 1972, venci um Concurso Ibérico com uma imagem bem neste género, é óbvio que com o meu voto contas !

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  7. Xilre,
    Uma comparação sublime. Obrigada.
    Boa noite.:))

    Obrigada, Cláudia.
    Um domingo feliz.
    Beijinho. :))

    AC,
    Muito obrigada pelas suas palavras.
    Beijinho. :))

    Maria João,
    Obrigada. À vida que tenha brilho.
    Beijinho.:))

    Obrigada, João pelo incentivo.:))
    Beijinho. :))

    Isabel,
    Que bom ver-te por aqui. Obrigada.
    Beijinho. :))

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