11/02/2011

"Trata-se apenas de arrumar as nuvens"

Recebi um presente inesperado: o livro de poesia de José Oliveira, Melancolismos. Obrigada! Um dos versos que mais gostei foi o título que dei ao post.
"Arrumar as nuvens" não é o que todos os dias fazemos quando arrumamos os nossos sonhos?, os nossos pensamentos? As nuvens são o tecto que os nossos olhos alcançam. Observar as nuvens que passam pode ser um abismo tão atraente como olhar o mar e mergulhar!
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Andrea Mantegna, Ceiling Oculus, 1471-74


Fresco, diameter: 270 cm, Camera degli Sposi, Ducal Palace, Mantua

Satyaggraha - Philip Glass
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Acto III - Parte 1
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interrompidos os ciclos
restam sombras radiosas - vozes, aluviões.
e os pássaros?
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Acto III - Parte 2
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Não falemos por favor de música.
Trata-se apenas de arrumar as nuvens.
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Acto III - Parte 3
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A Índia cai - difusa - sobre a noite.
Não sei. Talvez um dia lá volte.
Talvez, mãe, em Setembro.
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José Oliveira, Melancolismos, Edições Inapa, 1989, p 175.

Philip Glass - Satyagraha, Paul Barnes, Los Angeles

9 comentários:

  1. Catarina,
    Um sorriso pela sua sensação!
    :)

    Blue,
    Inesperado, achei graça! :)
    Beijo e então, brindemos à beleza.

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  2. ANA

    Vim deixar a noticia...

    Sábado dia 19 De Fevereiro

    Tenho apresentação do meu livro

    Caminhei ...Caminhando
    e a apresentação de Algumas telas...

    a Apresentação Será às 15H 45 Minutos
    na Casa Luso-Angolana

    Associação Lusófona do Porto

    PRAÇA DAS FLORES

    Edifício Fontanário.

    Porto

    Conto contigo e leva amigas(os)


    beijos

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  3. Gosto das nuvens e gosto do «trompe l'oeil». Bom dia!

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  4. Bela escolha, aliás como sempre! Mantegna é um dos grandes e tive a sorte de ver essa pintura mesmo, "in loco". Mântua é uma bela e nobre cidade e Mantegna é o seu grande pintor...
    Beijinhos para o fim de semana e um pouco de música e de "souvenirs": shadows are memories...
    M.J
    http://falcaodejade.blogspot.com/2011/02/boa-musica-para-o-fim-de-semana-lady.html

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  5. Sempre que viajo de avião, estabeleço três patamares:
    1º, o mais sofrido, é aquele minuto em que o avião se empina e abandona o chão -- Terra firme! -- e sobe, sobe, até estabilizar;
    2º, a subida, já sem a anterior acentuação, mas ainda abaixo das nuvens;
    3º, acima das nuvens.
    Quando, pela única vez que fui à cabine de pilotagem, fiquei desiludido ante o imenso azul, sem qualquer referência cartesiana.

    Não foi necessário proceder a qualquer arrumação.
    Está sempre tudo tão plácida e pacatamente arrumada que até aborrece.

    Claro que, no texto que editas há uma menagem de ordenaçlão de emoções a que sou sensível.
    Juntando a isso, as belas imagens dos fresco de Mantua, ainda fico mais deliciado.

    Gostei da música, claro.
    Tão criteriosamente seleccionada, quem a achará menos adequada?

    Bjs,bom fim-de-semana, Ana

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  6. Nadie,
    Muchas gracias!
    Abrazo! :)

    África em Poesia,
    Muito obrigada pela visita e pelo convite!
    Gostaria muito de ir até ao Porto, cidade com uma atmosfera peculiar, mas este fim-de-semana não posso.
    Procurarei o seu livro!
    Felicidades para esse dia especial.

    Margarida,
    Estamos em completa sintonia!
    Bjs e bom fim-de-semana. :)


    MJ Falcão,
    Nunca fui a Mântua, mas hei-de ir. De Mantegna gosto muito e destas nuvens.
    Obrigada pelos Shadows, gosto e é como abrir o baú das memórias.
    Bjs :)

    JPD,
    Gostei muito do seu comentário. Também a descolagem é o momento que me faz mais impressão, mas como sou uma inconsciente nunca me preocupo muito, talvez porque contem a sensação de voar para outras paragens.
    Num breve instante penso na morte mas como é para partir, voar, é por um bom motivo. É claro que sou optimista.
    Obrigada por um comentário tão bonito!
    Bjs, bom fim-de-semana, JPD. :)

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