Carl Gustav Carus ( 1789 – 1869),Room with a View of the Bay of Naples, 1829 or 1830
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Alte Nationalgalerie, Berlin
Não basta abrir a janela
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos, (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p.75.
Alfredo Catalani-La-Wally-Preludi atti 3 e 4
Há tanta gente que abre a janela só para espreitar ... esquecendo-se, talvez por breves momentos, de olhar, observar com todos os seus sentidos, a grandiosidade do horizonte que se lhe depara...
ResponderEliminarQuerida Ana,
ResponderEliminarO poema é lindíssimo e confesso que tenho aprendido a ler Caeiro nos últimos 2 anos, através de amigos aí de Portugal.
As vezes me pego relembrando antigos provérbios do povo rhomani, e um deles me lembra muito este escritor:
Do que adiantam as estrelas se não olhas para o céu.
A muito alguns sabem o quão triste é a rotina, as regras, a monotonia e o mundo pintado de cinza...
5 bjs
Cozinha dos Vurdóns
Uma maravilha de poema e uma pintura muito interessante. Bj!
ResponderEliminarCatarina,
ResponderEliminarTem toda a razão, por vezes, as pessoas não se dão conta da beleza que o horizonte pode proporcionar.
Abrem a janela mecanicamente sem aproveitar a luz que dela emana...
Cozinha dos Vurdóns,
Gostei muito do provérbio Rhomani e se não se importar colocarei porque o acho demasiado belo!
5 bjs
Margarida,
Gostei muito da pintura, é repousante, não é?
Bjs.
:)
Querida Ana, fique a vontade, os povos de boa fé são irmãos de alma.
ResponderEliminarSão três os nossos preferidos:
1. "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza".
2.“Aven putras nevo dromoro”
Avante vamos abrir novos caminhos
3.QUANDO NÃO SE QUER VER, PARA QUE SERVE UMA ESTRELA?" literalmente falando.
5 bj
Olá!!
ResponderEliminarPassando para conhecer e seguindo!!
Abs,
Daniele Barizon
www.neointerativo.com
Obrigada,
ResponderEliminarCozinha dos Vurdóns! Gostei imenso dos provérbios.
:)
Daniele Barizon,
Muito obrigada pelas suas palavras e pela visita!
Ana, não sou, digo-o convictamente, grande apreciadora de poesia. Mas os autores que cita nos seus dois últimos «posts» conseguem fazer-me estremecer naquela convicção. Talvez seja porque me parece que trabalham, nas suas obras, mais razão e menos sentimento, mais lucidez e menos palpitação. Duas magníficas escolhas «poéticas»! ;-D
ResponderEliminarLuísa,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu comentário e pela sua visita que me traz satisfação! :)