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21/07/2016

No castelo da vila

Exposição Desenho e Poesia "Confins da Infância" de
Ana Oliveira e de Lains de Ourém.
Galeria da Vila Medieval de Ourém, Museu Municipal de Ourém


Só podia tirar fotografias ao espaço e não aos trabalhos da desenhista Ana Oliveira e à poesia do poeta Lains de Ourém (António Galamba). 
Voltarei ao trabalho desta dupla de artistas com imagens do panfleto publicitário do Museu Municipal de Ourém e da Câmara Municipal de Ourém.



E desta viagem o que fica?


20-7-2016

Não são papoilas, nem malmequeres,
nem o azul ondulante formado pelas flores silvestres, 
são apenas pássaros agrilhoados entre a liberdade possível e a vontade de ficar.

ana


28/06/2012

Manual da Pintura e da Caligrafia

István Orosz

O Manual da Pintura e da Caligrafia de José Saramago é uma interessante abordagem ao jogo de espelhos barroco. A duplicidade entre o "eu" retratado e o "eu" real, ou como o pintor o vê, espanta o leitor. É um belo exercício entre a escrita e a pintura. É uma metáfora entre a realidade intrínseca do eu e o eu como deseja ser visto. A personagem principal chama-se S. O livro é uma viagem ao interior de nós mesmos, usando a linguagem comparativa entre a escrita e a pintura. Está a ser uma boa surpresa ler este livro.


O ilustrador húngaro, István Orosz, na mesma linha de Escher, aborda a realidade ilusória que liga tão bem, a meu ver, com o Manual de Saramago. Ou seja, é a simbiose perfeita entre o "eu interior e o "eu" retratado que se vê da janela.

Tenho dois retratos em dois cavaletes diferentes, cada um em sua sala, aberto o primeiro à naturalidade de quem entra, fechado o segundo no segredo da minha tentativa frustrada, e estas folhas de papel que são outra tentativa, para que vou de mãos nuas, sem tintas, nem pincéis, apenas com esta caligrafia, este fio negro que se enrola e desenrola, que se detém em pontos e vírgulas, que respira dentro de pequenas clareiras brancas e logo avança sinuosa, como se percorresse o labirinto de Creta ou os intestinos de S. (interessante: esta última comparação veio sem que eu a esperasse ou provocasse. Enquanto a primeira não passou de uma banal reminiscência clássica, a segunda, pelo insólito, dá-me algumas esperanças: na verdade, pouco significaria se eu dissesse que tento devassar o espírito, a alma, o coração, o cérebro de S. : as tripas são outra espécie de segredo.) E tal como já disse logo na primeira página, andarei de sala em sala, de cavalete em cavalete, mas sempre virei dar a esta pequena mesa, a esta luz, a esta caligrafia, a este fio que constantemente se parte e ato debaixo da caneta e que, não obstante, é a minha única possibilidade de salvação e de conhecimento.

José Saramago, Manual de Pintura e Caligrafia, Lisboa: Caminho, 2006 (6ª edição), p. 45-46.


22/02/2011

Da janela...

Carl Gustav Carus ( 1789 – 1869),Room with a View of the Bay of Naples, 1829 or 1830
x

Alte Nationalgalerie, Berlin

Não basta abrir a janela

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.


Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos, (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p.75.

Alfredo Catalani-La-Wally-Preludi atti 3 e 4

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