28/02/2011

Flowers and Beauty...

E a flor é apenas flor.
Verso de um poema de Alberto Caeiro, 7-5-1914 *


As flores rompem a paisagem, dançam ao sabor do vento, desafiam o nosso olhar que fica preso à beleza sugerida. Quer as flores campestres, bravias, quer as flores cuidadosamente plantadas maravilham e levam-nos a cortá-las e a guardarmos como se de um tesouro se tratassem.

As pérolas encantam e foram usadas nos toucados ao longo da História por grupos socialmente poderosos, mas as flores também fizeram belos toucados, estes alargados a um leque social mais diversificado.

As flores são perecíveis mas a sua beleza, enquanto dura, é inigualável.

Lembrei-me das minhas magnólias que no fim-de-semana passado estive a observar e a fotografar, desde o entardecer ao anoitecer. Além de as ter colocado no Prosimetron decidi dialogar aqui com as magnólias da Sara, [blogue Etnografia de circunstância (s)].


Magnólias ao entardecer.

A noite aproximou-se, mas o negro da noite realçou a cor da flor que nasce para pouco depois morrer, dando lugar às folhas que têm uma durabilidade maior.




Flores no toucado das indianas.


Memórias de Goa que guardo com carinho, entre muitas, são as flores nos penteados das indianas, poucas eram as que não usavam este adereço. Os homens usam colares de flores ou compram-nos para oferecer às suas mulheres e às divindades.

No mercado, vários vendedores expõem flores multicolores e apresentam-nas como verdadeiros cachos. Nada me maravilhou tão imensamente como este produto, nem a policromia das especiarias me atraiu tanto.

Os cheiros, as cores das flores e o incenso usado criam uma atmosfera diferente.



Na arte os toucados e o vestuário aparecem adornados com flores. O exemplo maior é o de Flora, de Sandro Botticelli. Inúmeros foram os pintores que as usaram, lembro-me de Mário Cesariny, Gauguin, Monet, Renoir, O'Keef, Diego Rivera e tantos outros...

O pintor Balin Zatso nasceu em Budapeste, no link assinalado poderá saber mais sobre o quadro que escolhi.

Balint Zsako , Flowers head

Dame aux Camelias - Opéra de Paris Blue Pas De Deux - Stéphane Bullion & Agnés Letestu



*Alberto Caeiro, “O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro . (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p. 64

11 comentários:

  1. Que beleza, vou pegar emprestado...
    Beijo!

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  2. Regiani Moraes,
    Muito obrigada pelo seu comentário. Fico feliz pela partilha.
    Beijo! :)

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  3. E Klimt, Ana :) Uma idêntica maravilha!

    Boa semana! Que seja colorida como as flores e suave como o seu aroma.
    :)

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  4. Lindíssimas flores, Ana

    Glosando Bill Evans

    «WE MUST BELIEVE IN SPRING»

    Bjs

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  5. R,
    Sim, Klimt usou de uma forma sublime as flores. E flores de variadíssimas cores com uma pincelada singular. Boa semana com o perfume das flores! :)

    JPD,
    "We must believe in Spring"... a época mais bonita de sempre porque a terra acorda do adormecimento do Inverno! Tudo renasce e se revitaliza.
    Então, esperemos pelas andorinhas! :)
    Bjs

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  6. Que lindas as suas magnólias ao entardecer, Ana! Essas e a restante postagem, a abrir caminho à tão almejada Primavera.
    Obrigada por este diálogo, bem como por todos os outros que tem tido a generosidade de ter comigo.

    Boa semana!

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  7. Sara,
    Fico contente por ter gostado deste diálogo, eu fiquei encatada com as suas magnólias brancas.
    As flores têm um poder enorme, não é?
    Boa semana!

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  8. Por cá até os Serra da Estrela gostam da seu encanto
    mesmo quando salpicam o chão de pétalas
    não as pisam
    e não é por acaso que tenho essas flores e estes cães

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  9. ANA: Adorei, por razões variadas, tanto o post como, especialmente, as flores (neste caso de magnólia).

    Concordo em absoluto com a observação de MAR ARÁVEL. Também já observei o fenómeno.

    Viva a Primavera!

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  10. Fernando Reis,
    O seu olhar é diferente pode ser mais profundo. Por isso como agradecimento irei fotgrafar pétalas de Magnólia que, no meu caso, nem os gatos as pisam.
    E junto aos Serra da Estrela de Mar Arável.

    Viva a Primavera!

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