Os Justos não são vencedores mas a sua verdade é !
x
O Memorial do Holocausto é uma belíssima escultura que encontrei em Budapeste. É composta por um salgueiro-chorão onde cada folha tem inscrito um nome. A beleza da peça é maior se pensarmos que o choro representa a desumanidade das políticas anti-semitas e do genocídio praticado.
Imre Varga, Memorial do Holcausto, 1991, Budapeste, Hungria.
A escultura foi criada por Imre Varga em memória dos 600 000 judeus húngaros mortos pelos nazis na II Guerra Mundial. Foi inaugurada em 1991 e foi subsidiada em parte pelo actor Tony Curtis.
A escultura encontra-se no pátio da Grande Sinagoga construída em estilo bizantino-mourisco pelo arquitecto vienense Ludwig Förster, entre 1854-1859.
Os Justos
Um homem que cultiva o seu jardim, como queria Voltaire.
O que agradece que na terra haja música.
O que descobre com prazer uma etimologia.
Dois empregados que num café do Sul jogam um silencioso xadrez.
O ceramista que premedita uma cor e uma forma.
O tipógrafo que compõe bem esta página, que talvez não lhe agrade.
Uma mulher e um homem que lêem os tercetos finais de certo canto.
O que acarinha um animal adormecido.
O que justifica ou quer justificar um mal que lhe fizeram.
O que agradece que na terra haja Stevenson.
O que prefere que os outros tenham razão.
Essas pessoas, que se ignoram, estão a salvar o mundo.
Jorge Luis Borges, in "A Cifra" (1981) Obras Completas III, 1975-1985, Lisboa: Teorema, 1989 (Tradução de Fernando Pinto do Amaral), p.340.
Cada folha, um nome...que monumentp tocante e belo...impressionante tambem...muito bonito este salgueiro-chorao. Desconhecia a sua existencia.
ResponderEliminarBem regressada, Ana ;-)
Olá Presépio no Canal,Obrigada.
ResponderEliminarAdorei este monumento por variadas razões:
- O que simboliza;
- O choro;
- A árvore romântica que é.
Enfim, a beleza, a profundidade, a majestosidade que realça no meio do pátio da Sinagoga, apesar de não ser verde.
Bom Sábado! :))
Oi, Ana.
ResponderEliminarQue belo monumento e que belo poema de Jorge Luis Borges que você escolheu.
Existe aqui na minha região uma árvore que se chama "chorão", é linda e guarda certa semelhança com esta árvore-monumento, igualmente lindo.
Beijo grande,
Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com
Obrigada Ivan,
ResponderEliminarAinda bem que gostou. Esta árvore arrepiou-me pelo simbolismo que acarreta.
Bjs
E Aprendemos
ResponderEliminarApós um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm uma forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Jorge Luis Borges
Viva Carlos,
ResponderEliminarObrigada pela sua visita e pelo belo poema de Jorge Luís Borges. Se não se importar um dia destes coloco-o como agradecimento por esta beleza. :)
Gostei muitíssimo deste post. Quando fui a Budapeste não reparei neste monumento, que é muito belo e com uma mensagem muito importante.
ResponderEliminarBem vinda de volta!
Obrigada Margarida,
ResponderEliminarÉ belo e impressionante.
Que bom vê-la por aqui. :)