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Pintor holandês, século XVII, Vanitas Still life with Terrestrial Globe
Museu de Belas Artes, Budapeste, HungriaOs Meus Livros
Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.
Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda" (1981) Obras Completas III, 1975-1985, Lisboa: Teorema, 1989 (Tradução de Fernando Pinto do Amaral), p.113.
Astor Piazzolla y su Quinteto Tango Nuevo - Adios Nonino
Borges é um autor maior. Gigante. Aprecie-se, ou não, é consensualmente uma referência quando se pensa em obras-primas da literatura. Subscrevo inteiramente esta escolha, Ana.
ResponderEliminarGosto muito de Borges. Gostei também muito do poema e da pintura que colocou no Prosimetron.
ResponderEliminarConcordo inteiramente: não há dúvida de que os "nossos" livros (não pela autoria formal, mas pela apropriação emocional) são uma parte integrante da nossa identidade.
ResponderEliminarObrigada pelas palavras,
ResponderEliminarR,
Ele é um Gigante. :)
Margarida,
A pintura é de facto,muito bonita. :)
Sara,
Os livros são a nossa identidade, as nossas escolhas, os nossos livros.
Obrigada a todas! :)))