Antes de mais, porém, como distinguiremos amizade e amor? A distinção que mais espontâneamente nos ocorre - é que o amor exige relações sexuais ou sempre tende para elas. Portanto implica uma poderosa acção dos sentidos. A amizade, não. Também espontâneamente nos ocorre que o amor é uma afeição mais intensa, mais apaixonada, mais exclusivista. Consequentemente, porventura mais efémera. Ao passo que a amizade é mais serena e persistente, - porventura menos egoísta por isso mesmo mais da ordem intelectual e do moral. Perfeitamente se concebe (e a realidade no-lo faz admitir) que um indivíduo tenha simultâneamente várias amizades. Muito mais difícil nos é aceitarmos que tenha simultâneamente vários amores. (...)
José Régio, Confissão de Um Homem Religioso. Porto: Brasília Editora, 1971, (volume póstumo) p. 159-160.
Uma partilha após o comentário de Bea ao poema Câmara Clara.
Leituras junto ao pelourinho (datado de 1620), Ourém
Pietro Rotari, detalhe, Jovem com livro, (pinterest)
Jaded-mandarin.tumblr.com
https://pt.pinterest.com/pin/398427898262236121/
A química é diferente.
ResponderEliminarMuito mais exigente no amor que na amizade, ana.
Beijinhos
Obrigada, Pedro.
EliminarBeijinho.:))
Gostei muito do texto e gosto muito também desta pintura de Rotari. Beijinhos!
ResponderEliminarObrigada, Margarida.
EliminarO retrato é interessante.
Beijinho.:))
E muitas vezes é uma confusão danada...
ResponderEliminarMas Régio define muito bem o amor e a amizade.
Luís,
EliminarPois é.:))
Régio é muito claro.
Boa noite,
O amor não é a simbiose dos dois sentimentos? Há amor, mas verdadeiro, que não tenha a vertente amizade? Exemplo disso pode ver-se - e tanta vez! - num casal idoso.
ResponderEliminarA amizade não será mais despojada? Que sei eu?!
A visão, de uma e de outro, não difere segundo a perspectiva de cada indivíduo?
Uma certeza: o Jovem e o Livro, obra de Pietro Rotari, encanta, deslumbra sempre.:)
Beijinho, Ana.
Provavelmente é uma simbiose e um pouco mais.
EliminarBeijinho.:))
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÉ na intensidade da dedicação, da dávida, que pode chegar ao pelourinho, que se distinguem as coisas.
ResponderEliminarJá afaguei aquela coluna tão bem trazida para este trabalho.
Bj.
O castelo traz-nos momentos agradáveis pois a paisagem é única.
EliminarBj.:))
Esqueci-me do Régio. Faz uma lúcida distinção dos conceitos. A sua visão manter-se-ia inalterado nos dias de hoje?
ResponderEliminarObrigada.
EliminarBj.:))
A amizade é um amor semelhante ao amor fraternal.
ResponderEliminarExistem várias formas de amor, considero o amor maternal
o mais puro, seguido do amor paternal.
Porém, considero a avaliação de Régio correta.
~~~ Beijinho, Ana. ~~~
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Majo,
EliminarObrigada pelo seu contributo.
Beijinho.:))
Em primeiro lugar: obrigada por ter trazido o texto de Régio. Sim, ele faz a distinção normal, que todos, implicitamente, fazemos, sabemos e sentimos. Mas admito haver casos que fogem do padrão.
ResponderEliminarJulgo que a amizade, aquela que requer e vive da intimidade, é uma forma de amor a que todo o homem aspira mas que a maioria não consegue por sofrer de iliteracia sentimental. E com o amor que envolve o aspecto sexual (há outras formas de amar) acontece quase a mesma coisa. Falta o deep. Não há planta que se aguente sem fundura.
Achei graça à iliteracia sentimental.:))
EliminarBoa noite.
Um belo texto de José Régio que procura explicar um pouco do inexplicável. Gosto imenso da clareza dele e da simplicidade do escrever.
ResponderEliminarTão bonita a tua pintura da menina. E a música também. beijo
É belo sim.
EliminarObrigada.
Um beijinho.:))
O nosso Régio hoje
ResponderEliminardaria um pontapé na bola
:))
EliminarBoa noite. :))
O nosso Régio hoje
ResponderEliminardaria um pontapé na bola
Tudo para meditar...
ResponderEliminarNão será pacífica a última afirmação ;)
beijinhos