O que tentam dizer as árvores
No seu silêncio lento e nos seus vagos rumores,
o sentido que têm no lugar onde estão,
a reverência, a ressonância, a transparência,
e os acentos claros e sombrios de uma frase aérea.
E as sombras e as folhas são a inocência de uma ideia
que entre a água e o espaço se tornou uma leve
integridade.
Sob o mágico sopro da luz são barcos transparentes.
Não sei se é o ar se é o sangue que brota dos seus
ramos.
Ouço a espuma finíssima das suas gargantas verdes.
Não estou, nunca estarei longe desta água pura
e destas lâmpadas antigas de obscuras ilhas.
Que pura serenidade da memória, que horizontes
em torno do poço silencioso! É um canto num sono
e o vento e a luz são o hálito de uma criança
que sobre um ramo de árvore abraça o mundo.
António Ramos Rosa, Cada árvore é um ser para ser em nós, 2002
E eu, cultivador de algumas árvores, me rendo à sensibilidade do poeta. Pelo que (pres)sente, pelo que ausculta, pelo que lhe escapa por entre sensações por descortinar...
ResponderEliminarLouvo-lhe a pertinência, Ana!
(A música ouço mais tarde)
Um beijinho :)
AC,
EliminarObrigada. As árvores merecem tudo, não acha?
Beijinho. :))
Os quilómetros e quilómetros de floresta que o poeta levanta em breves palavras.
ResponderEliminarbea,
EliminarÉ verdade, nem parei para pensar nisso.
Obrigada. Boa noite. :))
A foto é lindíssima e o que dizer do poema? O nome do autor diz tudo.
ResponderEliminarGosto da poesia que reinventa a língua sem a esquecer...
beijinhos, Ana!
Obrigada, Graça. Ramos Rosa é especial mas nem toda a gente gosta dele.
EliminarAprecio-o.
Beijinhos. :))
António Ramos Rosa foi um inultrapassável na Poesia e nos desenhos que fez !
ResponderEliminarE tu, Ana, escolheste muito bem este das ÁRVORES para ilustrar essa paisagem que fotografaste ( onde noto uma certa dureza...).
Um beijo amigo.
João,
EliminarObrigada. Gostei desta, mas foi difícil escolher. Tenho andado atrapalhada com trabalho, nem partilho opiniões. :))
Beijinho. :))
E uma canção que define bem a árvore na voz da Dominique Dimey e no coro que representa as folhas.
ResponderEliminarPois é, João.
EliminarFoi isso que achei. :)))))
Beijinho.
~~~
ResponderEliminar~ Que falta me fez esta bela e interessante canção,
quando, com recentes sete aninhos, aproximei-me da professora sentada à secretária
e, lavada em lágrimas, confessei-lhe que não sabia fazer a redação, porque não sabia
escrever absolutamente nada sobre 'a árvore'.
~ Então, ela - com ar piedoso - deu-me uns tópicos: ''dão'' sombra, madeira, frutos...
~ Naquele tempo não se ensinavam a compor textos...
~ Ordenavam que as crianças fizessem uma redação subordinada a um título.
~ O meu sentido desgosto e espanto foram tão grandes que jamais esqueci.
~~~ Um Poema fantástico de Ramos Rosa, um dos nossos melhores.
~~~ Uma foto de rara beleza - um conjunto perfeito!
~~~~~~ Beijinho. ~~~~~~~~~~~~~~~
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Que giro Majo!
EliminarNão me recordo de ter essa angústia. :))
Talvez devido ao tema. Mas também me lembro que havia trabalhos que ficava intimidada, sem saber como começar.
Beijinhos.:))
Comprei hoje o O ARAÍSO SEGUNDO LARS D. !
ResponderEliminarAgora fica na lista de espera...
Mas obrigado pela dica.
Um beijo amigo.
Espero que goste, João.
EliminarEstou a gostar mas não é fácil. :))
Beijinhos. :))
Tão distintas são as árvores
ResponderEliminarque digam os pássaros
Ramos Rosa sempre
:))
EliminarBeijinho.
Belíssima visão da árvore, que guarda a vida em forma de verde e de vida. Bom final de semana, Ana.
ResponderEliminarJane,
EliminarObrigada.Boa semana.
Beijinho. :))
Lindíssimo!! Bom Domingo!
ResponderEliminarObrigada, Margarida. :))
EliminarBeijinho.:))
Belo! Pbs :) bja
ResponderEliminarObrigada, mariam.
EliminarBjs. :))
:) bjs
ResponderEliminarA fotografia denota um certo estado de alma de dúvida, de angústia.
ResponderEliminarÉ assim que as árvores se sentem nesta época em que são despojadas do seu glorioso esplendor de Verão, para além de continuarem a ser, miseravelmente, tratadas pelo homem: decepadas, empedradas, enclausuradas, asfixiadas...
Ramos-Rosa é inigualável. De sentidos agudamente apurados na subversão da anatomia da ordem apresenta-nos aos olhos as entranhas ocultas de ser árvore.
A música ficará para servir ao deitar.
Ó(p)tima semana.
Obrigada, Agostinho.
EliminarA música foi escolhida para as árvores.
Espero que goste. A semana já vai a meio, quase, mas desejo uma boa semana. :))
Lindo o poema e gostei muito da foto.
ResponderEliminarUm beijinho e continuação de boa semana:)
Obrigada, Isabel.
EliminarBoa semana para ti. Esta tem sido terrível em trabalho e vai continuar. :))
Beijinhos. :))