O poema é um cubo de granito,
Mal talhado, rugoso, devorante.
Roço com ele a pele e o negro da pupila,
E sei que por diante
Tenho um rasto de sangue à minha espera
No caminho dos cães
Em vez da primavera.
José Saramago, Provavelmente Alegria, Lisboa: Caminho, 1985.
Uma caixinha de música sempre me fez lembrar um cubo mágico
daí o trocadilho: Flauta Mágica, ouça-se e veja-se Papagena, Papageno.
È lindo este poema de Saramago!Gosto da associação do "rasto de sangue" ao poema, porque é assim que sinto também, o poema é um cubo de multifacetados sentires, no meu caso, mais tristes que alegres...
ResponderEliminarObrigada também pela partilha deste excerto da belíssima ópera-bailado!
beijinhos
Graça,
EliminarEste poema é acutilante. Compreendo o que dizes.:))
Esta foi a primeira ópera que ouvi e que me iniciou neste mundo musical. Papagena e Papageno eram as minhas personagens preferidas, talvez por serem pássaros.
Beijinhos.:))
GOSTO do teu CUBO, ANA !
ResponderEliminarVeremos, não é ?
Um beijo.
Obrigada, João.
EliminarVamos ver.:))
Beijinho.:))
Done, Ana.
EliminarPrefiro o cubo da foto ao do poema.
ResponderEliminarBea,
EliminarObrigada. O granito não é transparente talvez seja por isso.:))
Bom dia.:))
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ResponderEliminarAprecio mais a poesia delicada,
como sugere o lindo cubo fotografado.
Quem não gosta de caixinhas de música?
Papageno e Papagena estão impecáveis!
~~~ Beijinhos amigos. ~~~~~~~~~~~~
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Obrigada, Majo.:))
EliminarPois é.
Ainda não arranjei a dos meus sonhos de infância. Todavia, tenho uma que me ofereceram pela qual tenho apreço e é com esta ópera.
Beijinho amigo:))
Musica e poema ambos pássaros
ResponderEliminarNunca se deve introduzir um objecto estranho na pupila.
ResponderEliminarNem que seja um poema.
E se for de granito então nem pensar !
Ahaaaa:))
EliminarTem razão.:))
Beijinho.
Ah!Ah!Ah! O João Menéres tem toda a razão! Achei piada ao seu comentário:)
ResponderEliminarGosto da música e da foto.
Gosto de caixinhas de música e a da ópera é linda. Oxalá consigas a dos teus sonhos:)
Um beijinho e um bom domingo:)
Isabel,
EliminarSabes, fiquei desde pequena com uma ideia na cabeça, não sei se a vou encontrar. Talvez um dia.
Beijinho.:))
Gostei da fotografia e Mozart é sempre um prazer. Beijinhos Ana!
ResponderEliminarTambém foi por Mozart que iniciei o meu percurso na ópera. A maior parte das pessoas que conheço iniciaram-se com os italianos do XIX ou Bizet (sobretudo a Carmen), mas aos primeiros sentia que lhes faltava algo para me sentir apanhado e Bizet ... apareceu depois.
ResponderEliminarMas Mozart, e estranhamente Purcell, fizeram-me companhia desde jovem, por isso não foi de estranhar que o primeiro fosse decisivo.
Os cubos podem ser mágicos e desconcertantes, podem dar impressão de força e poder, outras vezes de leveza, transparência e apresentam as várias facetas por que podem ser vistos os problemas ... são uma surpresa.
Uma boa semana, que já vai fazendo aproximar outras datas mais tranquilas (pelo menos para mim que não tenho crianças, pois se as tivesse andaria numa "roda viva")
Manel
Manuel,
EliminarMozart foi também por onde comecei. Purcell conheci mais tarde, mas é muito bonito. Agora ouço muitas vezes, até mais do que Mozart, curiosamente.
Apesar de não haver crianças há por aqui uma roda viva. :))
Boa noite. :))
Gostei da fotografia, Ana. O poema de Saramago, então, tem imensa substância. Pena o seu nome continuar a suscitar rejeições, muitas vezes apenas porque sim, mas talvez isso seja sinal da sua importância.
ResponderEliminarUm beijinho :)
Obrigada, AC.
EliminarPor vezes, ele não é fácil de se ler.
Beijinho.:))