Uma pequena roseira, uma porta verde, um candeeiro, um arranjo nada tradicional. Contudo, teve o condão de me tocar quando passeava pelas ruelas do castelo de Ourém. Parei, contemplei. A pequena roseira levou-me até ao livro que ando a ler. O livro é um relato de viagens, uma viagem à Ásia realizada por Maugham. Nele, o escritor foca uma personagem que regressa a sua casa em Inglaterra, a um jardim com rosas.
O meu pequeno passeio nada tem a ver com a viagem ao Oriente mas é também uma viagem; a coincidência entre a viagem à paisagem circundante e ao interior de nós próprios é um acaso feliz.
A vida acaba por ser isto um conjunto de acasos, coincidências, desvios, caminhos percorridos, uns felizes, outros menos felizes...
«Muito havia para dizer a mim mesmo sobre a arte e a vida, mas as minhas ideias estavam todas misturadas, como os objectos de uma velha loja de quinquilharias, e nunca sabia onde encontrá-las quando precisava delas. Estavam nos recantos da minha cabeça como bugigangas arrumadas no fundo das gavetas de uma cómoda, e eu sabia apenas que elas lá se encontravam. (...) Seria agradável limpar o pó, arrumar tudo em prateleiras, ordenado e catalogado de modo que eu soubesse em que consistiam as minhas existências. Decidi que, enquanto percorria aquela região, faria uma limpeza profunda de todas as minhas ideias.»
Somerset Maugham, Um Gentleman na Ásia, Relato de uma Viagem de Rangum a Haiphong [editado. 1930], (trad. Raquel Mouta). Lisboa: Tinta da China, 2013, p. 64-65.
A todos agradeço o afecto que deixaram nesta quadra Natalícia.
Gosto de Maugham. E da voz fabulosa de Streisand.
ResponderEliminarFeliz Ano Novo, Ana!
Bjos
Obrigada, Catarina.
EliminarUm feliz Ano Novo para si!:))
Beijinho.
Boas Festas. Maugham é um escritor que aprecio.
ResponderEliminarBea,
EliminarObrigada. Já não lia nada dele há muito tempo. Gostei de voltar a lê-lo.
Boa noite. :))
Bonito recanto, que a tua sensibilidade captou em Ourém!
ResponderEliminarGosto muito da voz de Streisand.
Ainda não li nada deste autor, mas gostei do trecho que publicaste.
Beijinhos e Bom Domingo! :-)
Obrigada, Sandra.
EliminarGostei desta casinha renovada. Gostei da roseira frágil mas resistente.
"O Fio Da Navalha" é uma das obras mais conhecidas do autor e transpostas para o cinema.
Beijinho. :))
A foto é linda e gostei das palavras e da música.
ResponderEliminarMemórias, que tragam alguma saudade, mas que não impeçam de continuar a viver, porque a vida é sempre em frente.
Um beijinho e continuação de dias bons e tranquilos.
Isabel,
EliminarObrigada. Tens razão; a vida é sempre para a frente, mas o passado/memórias encontram sempre maneira de se fazer presente. Vejamos o seu aspecto positivo.
Beijinhos. :))
Gostei muito do texto - e da fotografia também. Bom Domingo! :-)
ResponderEliminarObrigada, Margarida.
EliminarUma boa semana. :))
Beijinho.
~~~
ResponderEliminarDois textos
muito interessantes e associados com perícia.
A foto está encantadora na sua beleza depurada.
~ Barbra com o seu estilo e timbre fascinantes...
~~~ Beijinho grato por momentos tão belos. ~~~
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Obrigada, Majo.
EliminarNão consigo dissociar as minhas experiências com as leituras que faço. Uma pequena observação pode levar-me até elas.
A Barbra tem uma voz magnífica. :))
Beijinho.:))
Ana, aparentemente as coisas mais simples, são as que captam
ResponderEliminarmais a nossa atenção e as que achamos mais belas!
Um beijinho amigo.:))
Cláudia,
EliminarQue bom vê-la por aqui. Sim, gostei desta porta, desta roseira, embora a preservação do edifício não salvaguarde os cânones habituais.
Beijinho amigo. :))
Maughman foi dos primeiros autores que li. ( Salvo erro, os ENCONTROS DE ACASO, terá sido o 1º livro e delirei ! ).
ResponderEliminarFomos contemporâneos, naturalmente.
E quanto à Barbra que posso acrescentar ao que a MAJO disse ?
Tudo em total consonância, Ana.
Não sei como este título me escapou...
Lá terei que ir em busca dele...
Um beijo e parabéns pelo teu frutuoso passeio pelas ruelas de Ourém !
João,
EliminarEste livro foi editado em 2013 pela Tinta da China. Gosto muito deste escritor e só fiquei a saber recentemente que morreu em Nice.
Beijinho. :))
Ana:
ResponderEliminarComo sempre, adorei o teu texto e acho a foto maravilhosa. O belo descontrai e acalma...as tuas reflexões põem-me sempre a refletir e fazem-me dar sempre mais um passo em frente...esta música da Barbra Streisand é uma música que cantava com frequência na adolescência...divina como divinas são certas palavras...
beijinhos e até muito breve
Gracinha,
EliminarQue bom que gostas das minhas "escrevinhices". :))
Uma vez disse-te que não gosto de fazer recensões de livros, ou apresentações de livros. Pois, esta é a minha forma de apresentar um livro que gosto.
Na minha perspectiva cada pessoa deve absorver o livro à sua maneira. Julgo que as livrarias é que têm que se preocupar em fazer resumos de livros. Claro, mas esta é uma observação muito pessoal e criticável.
Beijinhos. :))
Esqueci-me de referir que foi muito bem selecionado o excerto do livro que andas a ler...
ResponderEliminarbeijinho
Obrigada. Em cada livro que leio há passagens que me tocam. Neste livro tenho algumas assinaladas mas esta é a mais importante para mim, neste momento.
EliminarBeijinhos. :))
Boa semana, ana.
ResponderEliminarBeijinhos
Pedro,
EliminarObrigada. Uma boa semana.
Beijinhos. :))
Olhares depurados em beleza, em simplicidade...
ResponderEliminarMais um belo post, Ana.
Um beijinho :)
Obrigada, AC.
EliminarUm beijinho. :))
Sempre um prazer viajar pelos seus belos apeadeiros
ResponderEliminarTudo pelo melhor
Obrigada, Mar Arável.
EliminarTudo pelo melhor. :))
Bj.
Belíssima fotografia a dar mais sentido à expressão de uma ideia que nos perturba a existência.
ResponderEliminarEstranhamente,a chegar
a Janeiro
e as folhas permanecem
agarradas nas garras
- ideias
A roseira preguiçosa
no engodo de quentes dias.
Bom Ano, Ana.
Bom Ano, Agostinho.:))
ResponderEliminarQue tenha sido um Bom Natal, Ana!E agora desejo-te um Bom Ano 2016! Pior do que o anterior não pode ser, quanto a mim...
ResponderEliminarMuitas imagens belas e pensamentos sérios e ilusões, mesmo que se derretam. No fundo, nada dura para sempre, como dizia Ian Fleming e o seu "007": "Só os diamantes são eternos". Não derretem!
beijinhos