Maria Barroso, fotografia de Rui Gaudêncio, no Público
Homenagem a Maria Barroso - ver a partir do minuto 28.
Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen na voz de Maria Barroso
Carta aos amigos mortos
Eis que morrestes – agora já não bate
O vosso coração cujo bater
Dava ritmo e esperança ao meu viver
Agora estais perdidos para mim
– O olhar não atravessa esta distância –
Nem irei procurar-vos pois não sou
Orpheu tendo escolhido para mim
Estar presente aqui onde estou viva.
Eu vos desejo a paz nesse caminho
Fora do mundo que respiro e vejo.
Porém aqui eu escolhi viver
Nada me resta senão olhar de frente
Neste país de dor e incerteza.
Aqui eu escolhi permanecer
Onde a visão é dura e mais difícil
Aqui me resta apenas fazer frente
Ao rosto sujo de ódio e de injustiça
A lucidez me serve para ver
A cidade a cair muro por muro
E as faces a morrerem uma a uma
E a morte que me corta ela me ensina
Que o sinal do homem não é uma coluna.
E eu vos peço por este amor cortado
Que vos lembreis de mim lá onde o amor
Já não pode morrer nem ser quebrado.
Que o vosso coração que já não bate
O tempo denso de sangue e de saudade
Mas vive a perfeição da claridade
Se compadeça de mim e de meu pranto
Se compadeça de mim e do meu canto.
Sophia de Mello Breyner Andresen, in Livro Sexto [Cortesia do Google]
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ResponderEliminarUma mulher bem-conceituada e estimada por todos,
um ícone da luta contra a vil opressão e dos primeiros
tempos desta nossa recente democracia.
~~ Que repouse em paz. ~~
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~~~~ Beijinhos. ~~~~~~~~~~~~~~~
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Majo,
EliminarUma mulher maior, sim. Enfrentou tudo e todos e soube conviver com o marido-animal político, primeiro-ministro e presidente. Não deve ter sido fácil: ter vida social cheia de obrigações e vida familiar.
Beijinho. :))
Excelente homenagem a uma grande Senhora !
ResponderEliminarBeijinhos, Ana.
Manuela.
EliminarSem dúvida uma grande Senhora.
Beijinho grato pela visita. :))
Uma boa promotora da poesia
ResponderEliminarUma voz magnífica.
EliminarBom dia. :))
Aninhasamiga
ResponderEliminarTive o privilégio de conhecer a eterna primeira dama. Que diferença da Dona Maria... Não se pode comparar o dia e a noite.
Assim como me aconteceu com a Senhora Dona Sophia de Mello Breyner. Vantagens de ser jornalista; não trocava esta vida que vivi nem por lugar no Céu (em que aliás não acredito, pois fui católico, mas curei-me....)
Qjs do alfacinha.
Hoje estive no velório: O Mário está muito abalado. A Isabel também; o João continua parvo. Cada um, como diz o fado, é pró que nasce...
Amigo Henrique,
EliminarA sua vida é fabulosa.
Estive próxima de Maria Barroso mas não a conhecia pessoalmente, embora tenha família que a conheceu e privou num ou outro acontecimento com ela.
Homenageio-a e tenho consideração por ela.
Se estivesse em Lisboa, só a visitaria depois de tudo ter passado e do recolhimento da família.
Quanto à Sophia a mesma coisa, espero um dia visitá-la no Panteão Nacional.
Beijinho. :))
Partiu uma grande Senhora, ana.
ResponderEliminarQue tenha agora o repouso que merece.
Pedro,
EliminarPenso que ela estava em paz consigo e com o mundo.
Beijinho. :))
ResponderEliminarUma personalidade que a todos toca pela simpatia e inspirador exemplo de vida. Irá decerto para o "panteão" da memória dos portugueses.
Agostinho,
EliminarMaria Barroso, quanto a mm, merecia mais o Panteão, do que o Eusébio, não negando que ele foi um grande jogador e levou Portugal a outros mundos.
O panteão devia ser exclusivo a quem faz modificações na História política e cultural.
Sei que toda a gente me vai cair em cima, mas paciência.
Beijinho. :))
Uma maravilha de poema e de fotografia neste post dedicado a uma Grande Senhora. Paz à sua alma. E bom dia!
ResponderEliminarObrigada, Margarida.
EliminarUm beijinho. :))
Fica a minha homenagem a esta grande senhora.
ResponderEliminarUm beijinho :)
Obrigada, AC.
ResponderEliminarBeijinho. :))