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Haverá quem não partilhe este fascínio pelo facto de alguns terem arriscado a vida para manterem aberta uma escola secreta e uma Biblioteca clandestina em Auschwitz-Birkenau. Haverá quem pense que foi um acto de coragem inútil num campo de extermínio, quando há outras preocupações mais prementes: os livros não curam doenças, nem podem ser usados como armas para derrotar um exército de verdugos, não enchem o estômago nem matam a sede. É verdade: a cultura não é necessária para a sobrevivência do homem, bastam o pão e a água. É verdade que com o pão para comer e a água para beber o homem sobrevive, mas só com isso morre a humanidade inteira. Se o homem não se emociona com a beleza, se não fecha os olhos e põe em marcha os mecanismos da imaginação, se não é capaz de interrogar-se e vislumbrar os limites da sua ignorância, é homem ou é mulher, mas não é pessoa; nada o distingue de um salmão, de uma zebra ou de um boi-almiscarado.
Antonio G. Iturbe, Nota final in A Bibliotecária de Auschwitz. Lisboa: Planeta, 2014, pp. 370-71.
Em nome dos que partiram precocemente e dos que pereceram espoliados do seu ser:
Ne me quitte pas
Silêncios em voz alta
ResponderEliminarBoa noite!:))
EliminarBrel é um must, ana.
ResponderEliminarFENOMENAL!!
Beijinhos, bfds
O meu cantor de eleição de língua francesa.
EliminarBeijinho e bfs.:))
Extraordinário texto, Ana. É o que penso. Bom dia!
ResponderEliminarEstamos em sintonia. :))
EliminarBeijinho.:))
~ Olá, Ana.
ResponderEliminar~ Não conhecia a história da bibliotecária de Aucshwitz.
~ A senhora ainda vive com oitenta e seis anos!
~ Emocionante!
~ Vou gostar de ler o livro.
~ A leitura era muito importante para fugir aos brutais
limites físicos impostos. Os livros podiam ser vitais. ~
~ Um ''post'' melancólico, mas uma excelente partilha.
~ Excelente fim de semana. ~
~ ~ ~ ~ Abraço grato. ~ ~ ~ ~
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O livro é baseado em factos verídicos. No final conta o que aconteceu a alguns dos protagonistas. É um livro que arrasa.
EliminarA bibliotecária é viva e foi entrevistada pelo escritor.
Nunca dou muitos dados do livro para deixar ao leitor a sua descoberta. :))
Vou revelar que a biblioteca era composta por 8 livros.
Além destes, havia pessoas livro que narravam os livros que tinham lido. Oxigénio no meio do deserto doloroso.
Um excelente fim-de-semana.
Abraço. :))
Obrigada, Majo.:))
EliminarÀ terceira será de vez ...
ResponderEliminarO Brel é uma voz autêntica. Ele não era cantor, era intérprete. Emprestava uma intensidade tal nas suas prestações que me comovia. Recordo os meus sentimentos aquando do anúncio da sua morte: tristeza, injustiça... Ne me quite pas.
Quanto ao livro julgo ser bom. Já tinha ouvido uma referência ao mesmo do Carlos Vaz Marques, creio.
É uma voz autêntica, sim, pego nas suas palavras para partilhar essa minha paixão por Brel.
EliminarBoa noite. :))
Quitte.
ResponderEliminar:))
EliminarBoa noite. :))
De todos campos de concentração, destacou-se Theresienstadt, uma pequena vila fortificada na actual República Checa para onde foram deportadas as elites judaicas da Alemanha e Europa central. Apesar de todo o horror, existia uma vida cultural intensa, com uma ópera infantil, Brundibar, com concertos e aulas de desenho para crianças. Em Praga, vi uma exposição com os desenhos dessas crianças, que o professor escondeu antes de ser deportado para Auschwitz e foi das coisas mais arrepiantes que vi na vida.
ResponderEliminarBjos