08/09/2014

Ilusão

O que é a vida?
É um girar constante de moléculas
que se intersectam.

É a ilusão: dada através de um espelho,
onde cada um vê o que quer.
Mas... será real?

O que é a vida?
É um movimento contínuo,
dado pelos ponteiros artificiais de um
relógio?

Ou será um crescendo de pontos
inscritos numa recta imaginária?
Não, não pode ser
matematicamente contável.

O caos e a ordem suportáveis
não permitem o equilíbrio.
O que é a vida?

É andar no arame com a vara
manejada por alguns com perícia ...
e por outros sem harmonia?

O que é a vida?
Se não perder e ganhar.
Ganhar e perder...

A magia não se compadece:
- Não alimenta o estômago.
- Não termina a mortandade
- Não reconhece a razão.

Ilusão,
Vida
é pura ilusão.


*Praxinoscópio da Filmoteca de Salamanca
Exposição:«Artilugios para fascinar»,
Colecção de Basilio Martín Patino

[Filmoteca de Salamanca] La institución acoge desde 1999 Artilugios para fascinar, una muestra sobre los inventos que otorgaron sensación de movimiento a las imágenes antes de la irrupción del cine, algunos construidos en las postrimerías del siglo XVIII. Las 200 piezas, halladas por Basilio Martín Patino en los lugares más recónditos, poseen nombres impronunciables: praxinoscopio, zoótropo, lampadoscopio, fenaquistiscopio... “Aunque en su tiempo eran un lujo reservado a las familias ricas, el pueblo los veía como una simple diversión de feria. Para contrarrestar ese desprecio cultural”, argumenta Pérez Millán, “los bautizaban con formas griegas".

*O Praxinoscópio foi inventado pelo francês Émile Reynaud (1877). A princípio era uma máquina primitiva, composta por uma caixa de biscoitos e um único espelho, o praxinoscópio foi aperfeiçoado com um sistema complexo de espelhos que permite efeitos de relevo. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projecção possibilitam a realização de truques que dão a ilusão de movimento. 


Cinema Paraíso, um filme que gostei muito.

16 comentários:

  1. Respostas
    1. João,
      Obrigada. :))
      Adorei a exposição na Filmoteca de Salamanca.
      Beijinho.

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  2. O fascínio que nós temos pelas coisas irreais, para as varinhas de condão, para o cinema! Sabendo nós da ilusão dispomos-nos, voluntariamente, a viajar no espaço e no tempo no sonho do faz de conta.
    Fez-me recordar as matinés, ao domingo, era eu um ganapo, a pedincha das moedinhas, com intermediação materna, para o bilhete (não havia mesadas na época - o dinheiro era escasso). Cinema Paradiso é uma fita relativamente recente mas que me faz recordar aquela época.
    Todos nós gostamos de ilusões, Ana.

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    1. Agostinho,
      Pois é. Mas a ilusão cai no chão quando menos queremos. :))
      Achei graça à sua história. Também não tinha mesada, quando precisava pedia aos pais. Hoje é mais educativo se for dada com bom senso. :))
      Boa noite!

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  3. O vídeo que a ana aqui deixou!
    Filme de culto, banda sonora de pura adoração.
    Beijinhos e votos de boa semana

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    1. Pedro,
      Adorei o filme também.
      Boa semana!:))
      Beijinho.

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  4. Gosto muito do "Cinema Paraíso" que já vi várias vezes.

    A vida é feita de altos e baixos, mas tudo acaba por passar.
    Temos que viver bem os bons momentos...

    Beijinhos e uma boa semana de trabalho :)

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    1. Isabel,
      Só vi duas vezes pois não tenho o filme. Adorei [iiiiii] :))
      Sim, nem sempre é como queremos, temos que escolher, não é?
      Beijinho. :))

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  5. Lindas imagens e inesquecível filme "Cinema Paradiso"! Um Phipippe Noiret único, como só ele sabia ser... A ilusão, o cinema, o sonho, a maravilha de viver...
    "O que é a vida?
    É um girar constante de moléculas
    que se intersectam.

    É a ilusão: dada através de um espelho,
    onde cada um vê o que quer.
    Mas... será real?"
    Real ou ilusão, que importa - se vimos tantas belas imagens!!!!
    Um beijo

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    1. Maria João,
      Sim. Importa escolher as boas imagens.
      Beijinho. :))

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  6. Sou um curioso pela ilusão da recriação do movimento e da sua memória, e várias vezes na minha atividade tentei criar praxinoscópios e "flip books", os quais, apesar de não darem resultados fantásticos, formaram e elucidaram sobre a ilusão do movimento e o mecanismo de formação do movimento a partir de imagens estáticas.
    Ainda neste contexto do movimento fiz experiências com os "mobiles" (os "stabile" não me interessaram nunca muito), e aqui sim, consegui que se chegasse a ideias com algum interesse. Derivei depois pela formação de imagens estroboscópicas e estereoscópicas, sendo que estas últimas deram origem a instrumentos fantásticos que foram tão populares nos salões elegantes do século XIX como nos do XX, com os "View Masters", sobretudo para a criançada (bem, os meus pais também gostavam de dar as suas voltas com o meu "View Master"!).
    Enfim experiências que se fazem ao longo da vida dentro do contexto dos nossos interesses.
    Esta reentrada não está a ser nada fácil, oxalá o seja mais para si
    Manel

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    1. Manuel,
      A exposição que vi em Salamanca era muito gira. Fartei-me de brincar com ela.
      Adorei o movimento mágico. Vi peças do século XVIII e XIX. Como gostava de ter algumas peças. :))
      Também vi "View Masters" e tive em pequena. Esta fantasia da imagem encanta.
      Também não está fácil por aqui.
      Desejo que mude e se torne agradável.
      Boa noite!

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  7. Ficção e realidade

    Um casamento sem comunhão de bens

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    1. Puma,
      Obrigada pela sua passagem.
      É infelizmente verdade a sua afirmação.
      Boa noite!:))

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  8. A magia do real...!
    O filme, para ver com a brevidade possível.

    Obrigada

    Lídia

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  9. Lídia,
    Vai gostar do filme.
    Beijinho. :))

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