Será que todos temos direito a um céu?
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Hieronymus Bosch, detalhe do Jardim das Delícias Terrenas, 1504
Óleo sobre madeira, 220 × 195 cm, Museu do Prado, Madrid
Uma fábula poética e satírica onde o escritor "vem dizer que a guerra é o prolongamento da fome por outros meios, designadamente o da abundância". (Nota dos editores).
A ração do céu
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Tinham-lhe dito que todas as terras tinham de ter um céu, senão não seriam terras, porque as terras sem céu sempre o vento as levou em busca do que lhes faltava e sem o qual caíam num desfiladeiro sem fim, nem fundo. (...)
Tinham lhe dito que esse céu se distinguia do céu porque, quando queria era verde, e que, se o quisessem prender numa rede, se transformava em peixe, que era como uma ave, mas com asas muito pequenas, debaixo dos olhos, junto do bico e toda coberta de unhas sobrepostas e brilhantes.
Artur Portela (filho), A ração do céu, Lisboa: Editorial Notícias, 2001, p.14.
Tinham lhe dito que esse céu se distinguia do céu porque, quando queria era verde, e que, se o quisessem prender numa rede, se transformava em peixe, que era como uma ave, mas com asas muito pequenas, debaixo dos olhos, junto do bico e toda coberta de unhas sobrepostas e brilhantes.
Artur Portela (filho), A ração do céu, Lisboa: Editorial Notícias, 2001, p.14.
Lisa Markley sings and J. Paul Slavens plays piano
Ana,
ResponderEliminarA harmonia do post é notável.
E assim fico, tranquilo, a cogitar ideias soltas que se soltaram da tela e das palavras, enquanto a música vai fluindo...
Obrigado!
Beijo :)
AC,
ResponderEliminarObrigada. O Jardim das Delícias é um triptico maravilhoso e complexo!
O texto foi escolhido por causa de um poste que li no blogue "Sobre o risco" que foca a falta de diálogo entre as religiões e as implicações políticas e económicas que daí advêm.
Beijo :)
Que texto curioso e belo... Acho que ainda outro dia sonhei com o Céu e o Inferno, mas já não me lembro bem.
ResponderEliminarEu por mim interessa-me sempre mais (pelo menos por enquanto) os Céus e os Infernos que o Homem faz na Terra. Bem que poderíamos fazer com que todas as pessoas tivessem direito a um Céu na Terra, i.é, todos tivéssemos direito a sermos felizes, não é?
Margarida,
ResponderEliminarAs suas palavras são lindíssimas e tocou no ponto fulcral do texto.
Vou citá-la. Também eu estou coma a Margarida o que importa são:
"os Céus e os Infernos que o Homem faz na Terra. Bem que poderíamos fazer com que todas as pessoas tivessem direito a um Céu na Terra, i.é, todos tivéssemos direito a sermos felizes..."
Quanto à questão a resposta que gostaria de lhe dar era "É".
Bjs :)
O que posso dizer? Tão belo...
ResponderEliminarDeixei-lhe a fotografia prometida no meu blog. Aliás, deixei-lhe 4. São suas.
beijinhos
M,j
MJ Falcão,
ResponderEliminarMuito obrigada, estou sem palavras e cheia de vontade de as ver.
Mil obrigadas!
Bjs
Ana
Só agora vi que o delicado "pormenor" era do Bosch!
ResponderEliminarSurpresas...
Ana...é o voo....
ResponderEliminarBeijo azul
Blue
Blue,
ResponderEliminarBeijinhos! :))