Uma das mensagens do livro de Margarida Elias fez-me chegar a esta conclusão: Portugal não é pequeno. A abertura ao mundo, as influências e reciprocidades entre pintores tornaram este país igual entre os seus pares.
O papel de Fantin-Latour, Rembrandt, Zurbarán, Chardin, Goya, Courbet, Henner, Manet, Degas, Palmaroli, Carolus-Duran, Ribot, Deschamps, Carrière, Blanche, Whistler, El Greco, Caravaggio ... na arte de Columbano tornaram-no universal. A influência de alguns destes pintores foi para mim reveladora porque nunca fizera tal associação. Hoje vejo Columbano com outros olhos, com olhos de ver! Obrigada Margarida.
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No final de 1898, Raul Brandão asseverou que " a pintura de Columbano, como certos poentes, como saudades, torna-nos contemplativos: é a sensação de uma beleza grave, harmónica. Os seus quadros têm a cor das velhas catedrais, o tom do granito envelhecido ao Sol..., *p. 71
Columbano Bordalo Pinheiro, Auto-retrato, ca. 1929
Óleo sobre tela, 92 x 69 cm, Museu do Chiado, Lisboa
«... quem via a obra "do grande pintor" tinha a impressão de ver um
"galope furioso através da Vida e do Sonho". »
Raul Brandão, p. 68*
*Margarida Elias, Columbano Bordalo Pinheiro, Pintores Portugueses, Matosinhos: Quidnovi, 2010, p. 68 e 71
Ana, posts como este ajudam a levantar um pouco a auto-estima.
ResponderEliminarContenho-me sempre quando comento questões destas, pois tenho tendência a descrever contextos e acabo por me perder nas intenções. Não vou, portanto, por aí. Mas a nossa "pequenez" já tem raízes profundíssimas...
Beijo :)
Ah, acho a frase de Raúl Brandão, que dá título ao post, um espanto.
ResponderEliminarBeijo :)
Bom Dia, Ana!
ResponderEliminarCada vez estou mais curiosa em relacao ao livro da Margarida!
Concordo! Portugal e grande! Muito grande! E a sua influencia e enorme. Noto isso quando viajo. Nao ha cantinho algum onde nao tenhamos deixado marca.
Na Holanda, ha muitos refugiados do Iraque. Um dia perguntei a um colega iraquiano como se dizia laranja em arabe (para exemplificar a influencia de Portugal no Mundo-era o tema da conversa). A resposta foi Portucale!, claro...
A influencia dos judeus portugueses em Amsterdao no Seculo de Ouro, por exemplo... terei todo o gosto em acompanha-la um dia, ao Museu Judaico...tantos nomes e quadros de Portugueses influentes, e a nossa Sinagoga, tao imponente e magnifica...
No Planetario mais antigo na Europa, em Franeker, na Frisia, a importancia das nossas navegacoes e o contributo para a astronomia ...
E o unico cha produzido na Europa e Portugues...
A qualidade do nosso calcado ou dos nossos talheres ...falta-lhes marketing....acredita que toda a gente me pergunta onde comprei os meus tenis novos e outros sapatos que trouxe dai? coisas simples, mas que dizem muito...
A Holanda e um pais muito pequeno (um terco do territorio Portugues). Mas nao sao os km2 que ditam a sorte de um pais. E o amor pelo pais, a responsabilidade de todos e de cada um, uma cultura civica muito forte...nem calcula as vezes que somos chamados a dar feed-back sobre o que nos afecta directamente...chego a nao ter maos a medir para responder a tanta carta, a tanta participacao efectiva que e solicitada...
Obrigada por este banho de auto-estima numa epoca tao sensivel e delicada para tantos Portugueses!
AC,
ResponderEliminarMuito obrigada pelas suas palavras. Tive receio de ter feito uma abordagem demasiado sensorial porque a obra merece melhor!
BJ :)
Sandra,
ResponderEliminarJá me tinha deliciado com essa expressão Portucale/laranja.
Que bom que os holandeses nos vêem com bons olhos!
É isso, falta amor pelo nosso próprio país. Comovo-me quando ouço o hino, comovo-me quando leio Camões, ou Fernando Pessoa, ou Eugénio de Andrade que ambas gostamos.
Sempre achei que éramos grandes em alma e coração, sempre gostei de partidas e chegadas. Gosto de ser mulher mas às vezes penso e se fosse marinheiro no tempo das descobertas...
O espírito aventureiro à procura de quimeras. É por isso, que tenho um grande amor pelo mar.
Respeito os holandeses pela sua conquista em relação ao mar.
Quando puder irei à Holanda e terei muito gosto de ir com a Sandra ao Museu Judaico e reviver as pinturas e as memórias de portugueses que por aí andaram.
Muito obrigada, Sandra, por esta partilha e por este amor a Portugal!
Beijinhos e vai adorar o livro da Margarida. :)
Olá Ana! Muito obrigada no que me diz respeito.
ResponderEliminarGraças a Columbano fiquei a gostar muito de Raul Brandão. Acho sempre muito bonitas as palavras que ele escreveu sobre Columbano.:)
Margarida,
ResponderEliminarNão tem que agradecer. Eu sim. Porque tenho acumulado mais ideias e mais conhecimentos, o que é frutuosíssimo.
Renovo o que afirmei a AC, que receio ter abordado de uma forma sensorial uma obra que merece mais.
Nunca tinha ligado Raul Brandão a Columbano, o que andei a perder... e antes gostava mais do irmão, do Rafael, o que era um disparate, são modos de estar diferentes.