Quem me dera que o tempo parasse! Que o relógio no farol batesse só as horas nocturnas. Um espaço cénico é o que vejo nesta tela, onde um sino toca e os pêndulos freneticamente se balançam.
Sergei Aparin, Betwen-time II
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Sergei Aparin, é um pintor russo. Vive em Belgrado. A sua pintura é descrita como enigmática, metafísica, fantástica, surreal, mágica, mística ou como um sonho.
Se houvesse degraus na terra...
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Herberto Helder
Ora aqui está um dos aspectos bons da blogosfera: a partilha. É que não conhecia Sergei Aparin. Obrigado, Ana!
ResponderEliminarbeijo :)
Muito interessante e enigmático! Bom dia!
ResponderEliminarAC,
ResponderEliminarO seu pensamento é partilhado pelo meu. Tenho absorvido mais-valias com o que descubro na blogosfera. Um dos exemplos é o seus textos criativos e imaginativos.
Abraço! :)
Margarida,
ResponderEliminarBom dia. Hoje mesmo vou fazer-lhe uma surpresa! :)
Ainda bem que gostou. Também o acho enigmático e não consigo apreender toda a mensagem que transmite... isto é, vai dar-me luta.:)