Parabéns, Alexandra!
Votos de um resto de dia feliz e harmonioso.
"O que é ser-rio, e correr?" (Fernando Pessoa)
Parabéns, Alexandra!
Votos de um resto de dia feliz e harmonioso.
Um filme que me comoveu!
O filme A família Bélier, realizado por Eric Lartigau é de 2014. Contudo é intemporal! A história é muito interessante e simples, passada numa família peculiar, pois os pais e o irmão são surdos-mudos e só a filha é que ouve. Mais não digo, aconselho vivamente a ver. Tem um actor que aprecio muito, Éric Elmosino.
O elenco do filme é composto por:
Karin Viard como Gigi BélierCortesia da wikipédia.
Je Vole, Louane Emera, canção de Michel Sardou (cortesia youtube)
Je Vole
Mes chers parents, je parsPara Emilia Matos E Silva,
Muitos parabéns! Desejo um dia muito feliz.
À minha frente tenho uma linda Inês de Castro que pintou. Todos os dias agradeço a sua generosiadade.
É tão verdade este trecho que nos faz pensar nas guerras que hoje sofremos.
Mario Escobar Golderos é formado em História e especializado em História Moderna.
Sinopse da contracapa do livro:
Saint- Malot
Foto: https://www.tourmag.com/Visiter-Saint-Malo-la-bonne-idee-_a115876.html
Beijinho com as palavras de um amigo sobre Veneza. :))
Não posso achar Veneza nem decadente nem triste.Um voto de pesar a Sinead O' Connor, nunca a compreendi muito bem!
Todavia, as canções dela são lindas e a voz uma dádiva.
Penso que quando se nasce numa cultura e se rejeita essa cultura, algo não está bem.
O Homem é resultado do seu passado histórico...
Desejo a todos uma Páscoa feliz!
O que acham deste novo chapéu?
Viva a imaginação!
É difícil encontrar a fonte desta foto de 1953, (siga o link it was taken in 1953)
Um bom dia de Carnaval!
Uma máscara que gostava de ter, se a considerarmos como tal. Acho esta peça de arte uma beleza.
Criss Bellini, Visão desabrochada s.d.
Get down, get down, little Henry Lee
And stay all night with me
You won’t find a girl in this damn world
I can’t get down and I won’t get down
And stay all night with thee
For the girl I have in that merry green land
I love far better than thee
And the wind did howl and the wind did blow
La la la la la
La la la la lee
A little bird lit down on Henry Lee
She leaned herself against a fence
Just for a kiss or two
And with a little pen-knife held in her hand
She plugged him through and through
And the wind did roar and the wind did moan
La la la la la
La la la la lee
A little bird lit down on Henry Lee
Come take him by his lilly-white hands
Come take him by his feet
And throw him in this deep deep well
Which is more than one hundred feet
And the wind did howl and the wind did blow
La la la la la
La la la la lee
A little bird lit down on Henry Lee
Lie there, lie there, little Henry Lee
Till the flesh drops from your bones
For the girl you have in that merry green land
Can wait forever for you to come home
And the wind did howl and the wind did moan
La la la la la
La la la la lee
A little bird lit down on Henry Lee
O começo da simplificação da nossa vida!
Não tive nenhum. :((
II - O meu olhar é nítido como um girassol.
II
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
- 24.A história nega as coisas certas. Há períodos de ordem em que tudo é vil e períodos de desordem em que tudo é alto. As decadências são férteis em virilidade mental; as épocas de força em fraqueza do espírito. Tudo se mistura e se cruza, e não há verdade senão no supô-la.
Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Vol.II. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982.
- 410.Cortesia do youtube.
Feliz Natal!
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal.
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 127.
Homenagem a Manuel Poppe:
As palavras não dizem nada... quando querem dizer tudo.
A SENHORA DAS TROVOADAS. Como o santoral de 4 de Dezembro evoca Santa Bárbara, que protege as pessoas das trovoadas e é padroeira dos mineiros, dos artilheiros e de quantos trabalham com o fogo, escolho Jan Van Eyck e uma extraordinária 'grisaille' assinada e datada de 1437, sobre tábua de carvalho, que se expõe nos Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica. Aí se vê, em desenho sublime, a santa mártir sentada com a palma e o livro entreaberto. Nascida em 280 em Nicomédia (Turquia), Bárbara abraçou a fé cristã e por isso foi encerrada por seu pai Diáscoro numa torre altaneira, sendo martirizada em 317 d.C. por ordem do prefeito Marciniano. Segundo a ´Lenda Dourada' de Jacopo de Varazze, a cabeça da santa, ao tombar, gerou um relâmpago que fulminou Diáscoro. O grande pintor flamengo representou a Santa mártir diante da sua torre-prisão gótica, e tomou o tema como pretexto para nos mostrar os pormenores de um estaleiro medieval em plena azáfama de operários e alvenéis, sob um céu tempestuoso.
Vitor Serrão
https://www.facebook.com/groups/artemuseuspatrimonio/permalink/5646012465434309/
E porque nos aproximamos do Natal: cortesia do youtube
https://www.youtube.com/watch?v=CSiEeFhXsLQ&list=RDCSiEeFhXsLQ&index=2
O ADMIRÁVEL PROFESSOR NOVO DO SÉCULO XXI
Rafael Sanzio, ,A Escola de Atenas, 1509-11, fresco, base 772 cm, Vaticano.
« Há poucas semanas, um governante da área da Educação deu uma palestra numa instituição de formação inicial de professores, a convite de alguém com responsabilidades na instituição. Perante uma audiência que se supõe formada em boa parte por alunos da licenciatura e mestrado em Educação, potenciais futuros professores, o dito governante, pelo menos nos minutos de gravação da sessão a que tive acesso, apresentou a sua tese de que não se deve avaliar a qualidade de um professor ou a sua adequação à função com base na sua média académica ou na graduação profissional (que inclui o tempo de serviço, para além daquela média).
A teoria tem a legitimidade de todas as teorias para ser apresentada, mesmo que esteja errada ou se baseie em
pressupostos enviesados. A questão está no público a que se dirige a mensagem. Neste caso, no essencial, está-se a dizer a alunos da formação inicial de professores que a avaliação do seu esforço, do seu trabalho e do seu desempenho ao longo de cinco anos de formação académica não constitui um critério adequado para considerar a sua qualidade como docentes. No fundo, que ma avaliação dessa formação, feita por professores certificados, num curso certificado a decorrer numa instituição reconhecida e acreditada oficialmente, é secundária em relação a algo como o um vago “perfil de competências”, a definir caso a caso, de acordo com o tipo de “projecto educativo” em desenvolvimento num dado agrupamento ou escola. Que a sua futura contratação ou mesmo vinculação ao quadro de uma “unidade orgânica” deverá depender mais do modo como se apresentar a um comité de composição desconhecida e variável, do que ao trabalho que desenvolveu ao longo de dois ciclos de estudos no Ensino Superior.
Pode parecer um disparate, uma completa falta de respeito pela própria instituição e pela sua oferta educativa, bem como pelos próprios formadores dos futuros professores, mas é realmente este o tipo de ideologia e preconceito que se anda a espalhar pela opinião pública – e pelos vistos, pelos próprios meios académicos – acerca do que deve ser considerado como o professor adequado ao “ensino do século XXI”.
De acordo com esta visão das coisas, um professor – e esclareço desde já que uso o masculino por comodidade da formulação e crescente irritação com o imperativo de uma linguagem neutra em termos de género – não deve ser avaliado pelo seu desempenho académico, pela sua experiência profissional, mas sim pela forma como fique bem na selfie ou entrevista feita para o cargo, como se
Já em Setembro se podia ler, em notícia do Público, que se pretendia “encontrar um modelo que garanta que uma escolha com um perfil de competências seja também objectivo, rigoroso, criterioso”, o que entra em completo divergência com o desejo de total desregulação do concurso de docentes, atomizando-o em concursos locais, municipais ou intermunicipais. Mais grave, pretende-se que a gestão dos recursos docentes das escolas seja feita por uma espécie de conselho (inter)municipal de professores, com poderes para “alocar” os docentes, conforme o tal “perfil de competências”. Não é por acaso que não se esclarece se isso se aplica apenas aos professores que entram no sistema, se também aos que já nele se encontram vinculados.
Este “novo paradigma”, como agora é habitual designar-se qualquer proposta de alteração seja ao que for, corresponde a políticas de matriz neoliberal que é estranho encontrar num governo que se afirma de “esquerda” e defensor de uma Escola Púbica para todos, sendo maior a estranheza por não existir no seu recente programa, aprovado no Parlamento, qualquer referência neste sentido. Ou seja, enquanto no passado se recusaram medidas por não terem sido apresentadas ao eleitorado e à Assembleia da República, agora avança-se com alterações que ninguém sufragou ou validou.
O que está em causa verdadeiramente é o desejo de fragmentar por completo a profissão docente, beneficiando da saída de grande parte dos professores mais antigos e do desânimo de muitos outros que só esperam pela hora de saírem. Com a ajuda de um corpo de directores que, numa boa quantidade, podemos considerar de 2ª geração e que chegaram ao cargo, não na sequência de um trajecto anterior à legislação em vigor de modelo único de gestão escolar unipessoal, mas já de acordo com esse modelo com que, no essencial, se identificam. E todo querem corpos docentes domesticados nas suas escolas e sem capacidade de união e solidariedade em movimentos de contestação colectiva.
Neste objectivo, estão unidos tutela, alguns autarcas e uma proporção indefinida de directores que quando se manifestaram sobre estas mudanças, afirmaram a sua indignação por não terem sido, antes de mais, consultados. E eu não consigo esquecer que há casos que se querem apresentar como “isolados”, mas que são sintomáticos dos perigos deste novo modelo de contratação, vinculação e gestão do pessoal docente, como o daquele director que se apressou a defender um “novo olhar” sobre essa questão, para pouco depois sabermos de que forma no seu agrupamento se “agilizava” a contratação em regime familiar. Garantindo-se o cumprimento da lei, claro, como sempre acontece nestes casos.
Contra este estado de coisas, desenvolvimento a coberto de uma escassez de professores para substituições precárias, há que reconhecer a frontalidade do dirigente da ANDE (Associação Nacional de Dirigentes Escolares) que em declarações ao Público no dia 21 de Novembro apresentou as coisas de modo muito claro, sublinhando que as alterações não se destinam a resolver nenhum problema existente e que “os professores estão desapontados e até zangados [pois] são o único corpo da administração pública a quem não foi contado todo o tempo de serviço prestado no período do descongelamento e os professores do continente são os únicos sujeitos a afunilamentos artificiais na carreira que impedem o seu desenvolvimento profissional e a respectiva retribuição financeira.”
À data que escrevo, talvez por também não terem sido consultadas oficialmente, nenhuma organização parental se pronunciou sobre o assunto. Ficamos sem perceber se também esperam apenas por ter assento num qualquer organismo (inter)municipal destinado à definição do “perfil de competências” dos professores a contratar e vincular. Em especial dos “novos professores” para quem falou o governante que referi mais acima, cujo perfil deve obedecer às exigências dos novos tempos, de submissão hierárquica, flexibilidade laboral e desvalorização do seu saber académico.
Deseja-se que esses admiráveis professores novos, estejam imbuídos de uma formação para o século XXI que deve conter um conjunto de características que já se tornou fácil adivinhar.
O admirável professor novo do século XXI deve ser alguém desprovido de memória, para que não se lembre de tempos em que a independência profissional era algo com alguma substância e em que o espírito crítico não era um chavão demagógico para consumidores de “perfis”.
O admirável professor novo do século XXI deve ser flexível, para que se possa adequar a tudo o que lhe seja exigido, sem pretensões de resistência aos desmandos que lhe sejam impostos e sem qualquer capacidade de contestação dos dogmas que a “boa cartilha” de uma educação falsamente inclusiva lhe apresenta como a única possível.
O admirável professor novo do século XXI deve ter competências transversais, sendo desnecessário e menos contraproducente um saber disciplinar específico, porque isso é desnecessário num tempo em que é mero orientador de aprendizagens mínimas, sem qualquer tipo de avaliação externa consequente.
O admirável professor novo do século XXI deve ser um utilizador entusiasmado das ferramentas digitais, mas numa óptica da utilização pacífica e passiva para pesquisa ou preenchimento de formulários, e não da sua apropriação como um meio de emancipação e muito menos como recurso para reduzir o controle burocrático da sua actividade.
O admirável professor novo do século XXI deve ser adepto das teorias críticas e da visão emancipatória da Educação, mas apenas na perspectiva dos alunos, porque no seu caso deve, antes de mais, ser dócil, colaborativo e submeter-se, sem especial estremecimento de indignação, a tudo aquilo que lhes apresentam como inovação, mesmo se é teoria com cheiro a mofo, laca e muita memória de patchouly.»
Paulo Guinote