O ritmo antigo que há nos pés descal
ços
Esse ritmo das ninfas copiado
Quando sob arvoredos
Batem o som da dança —
Pelas praias às vezes, quando brincam
Ante onde a Apolo se Neptuno alia
As crianças maiores,
Têm semelhanças breves
Com versos já longínquos em que Horácio
Ou mais clássicos gregos aceitavam
A vida por dos deuses
Sem mais preces que a vida.
Por isso à beira deste mar, donzelas,
Conduzi vossa dança ao som de risos
Soberbamente antigas
Pelos pés nus e a dança
Enquanto sobre vós arqueia Apolo
Como um ramo alto o azul e a luz da hora
E há o rito primitivo
Do mar lavando as costas.
9-8-1914
Ricardo Reis, Odes (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor). Lisboa: Ática, 1946.
Ricardo Reis, Odes (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor). Lisboa: Ática, 1946.
Penso que nunca tinha lido esse ritmo do Ricardo Reis.
ResponderEliminarMuito bem elaborado.
Um beijo Ana.
Soube hoje que o espectáculo Riverdance vai ficar uns tempos aqui em Macau no início do ano.
ResponderEliminarBeijinhos
Nesse caso, bom espectáculo.:))
EliminarBeijinho.:))
É uma dança dramática. Desconhecia o poema. Bom Dia
ResponderEliminarBoa noite, Bea.:))
EliminarMais um belo post, com tudo brilhantemente conjugado!
ResponderEliminarbjs
Obrigada, Gracinha.:))
EliminarBeijinho.:))
A última estrofe é divinamente feliz.
ResponderEliminarEste regresso à genuína e primitiva forma de corpos dançando descalços fez-me recordar Sophia.
Bj.
O mar de Sophia, pois é.:))
EliminarBj