11/11/2016

O castanheiro

Boa noite de S. Martinho!


Nostalgia
o castanheiro da avó
ficou perdido no bosque
já ninguém o visita.
Debaixo da frondosa copa,
à sombra das suas folhas dançantes,
os livros ficaram perdidos
pousados junto às raízes fortes.
As memórias boas e funestas
são sombras e afectos perdidos.
O canto dos pássaros continua...
a vida continua,  o canto também,
mas os pássaros são outros, ...
O livro aberto está em branco,
a passagem do tempo apagou a escrita,
apagou o nome,
apenas ficou o coração desenhado na árvore.
O castanheiro da avó
permanece inteiro, em direcção ao céu,
no chão ficaram duas ou três castanhas.

ana

Homenagem a um cantor que gosto.

17 comentários:

  1. Excelente a imagem !
    Magnífico o teu poema, Ana !
    E em cada castanha há um coração !

    Quem tem coragem de dizer que Leonard Cohen era o SENHOR DA VOZ ?

    Um beijo muito amigo e com muitas felicitações por tudo que postaste, Ana !

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  2. FALHA GRAVÍSSIMA !

    Era NÃO ERA O SENHOR DA VOZ

    Mil e um perdões.
    O Leonard Cohen não merecia este lapso !!!

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  3. A partida de Leonard Cohen abre mais um vazio na música popular, embora os meus álbuns favoritos sejam os da década de 60/70, ou melhor dizendo todos os que publicou até ao "Recent Songs", sempre adorei a sua poesia e gostei imenso de o ver em Cascais na primeira vez que veio ao nosso país, mas como também todos sabemos a sua música e os seus poemas permanecem bem vivos no coração de todos aqueles que adoram escutá-lo, essa voz rouca e arrastada, mas inconfundivelmente brilhante.
    Bom fim-de-semana!

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    1. Não tenho nenhum livro dele mas tenho discos.
      Sim, também prefiro as músicas dessas décadas. Contudo, ele tem uma voz que canta a poesia e isso encanta.
      Bom fim-de-semana!:))

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  4. Para mim, que nunca o vi, Cohen vai continuar a ser quem era: alguém que gosto de ouvir cantar desde que uma das minhas manas disse, toma lá esta cassete que te gravei, penso que é o teu tipo de música. Acertou. Contudo, reconheço, foi na blogosfera que associei recordações. E ele passou e deixou rasto. Talvez indiferente a tudo isto, ocupado em viver a sua vida de músico e não só.

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    1. Também nunca o vi, por uma questão de preguiça em não me meter em multidões. Agora lamento.
      Boa noite. :))

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  5. Tenho aqui por casa um livro de poemas do LC mas não consigo localizá-lo. Foi um autor que soube grangear muitos admiradores ao longo de décadas. Tenho a percepção que foi nos últimos anos (no retorno à actividade que o sucesso se intensificou.
    Quanto ao castanheiro da avó penso que continuará a merecer um carinho especial da Ana. É esse sentimento que me parece mais presente no poema. Muito bonito.
    Bj.

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    1. Obrigada, Agostinho.
      O castanheiro permanece vivo. Não sei se tem um tempo mas a longevidade é imensa.
      Bj. :))

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  6. O castanheiro é uma árvore bonita. Muitas histórias terá esse para contar.
    Gostei muito do post.

    Beijinhos e um bom domingo:)

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    1. Obrigada, Isabel.
      Tem sim, muitas brincadeiras.
      Beijinhos.:))

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  7. O castanheiro e as recordações que esconde, isso numa sentida e saudosa homenagem à avó.
    Cohen sempre. O Senhor, o Poeta, o Homem da palavra e da música, o Homem multifacetado, o Homem completíssimo. Para mim, e penso que para a maioria de nós, o Homem imortal.

    Bom Domingo.

    Beijinho, Ana.

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  8. Ainda não comi castanhas este ano.
    E ainda estou algo tonto com a morte de Cohen.
    Beijinhos, boa semana

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    1. Pedro,
      Hoje, comi castanhas, sentada na esplanada do Santa Cruz, com um café. Soube-me muito bem.
      Beijinho. :))

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