O Museu da Inocência, de Orhan Pamuk , é o livro que ando a ler. A partir da sua escrita nasceu o museu em Istambul. Do livro para a realidade.
Tantos objectos, flores, pedras, fotografias [hoje, nem tanto pois guardam-se em arquivos de imagem] e pequenos nadas que coleccionamos fazem parte do nosso quotidiano e contam uma história. As imagens são retiradas do Google. Escolhi as chaves e o relógio por dois motivos especiais:
- A chave porque ela abre as portas da memória e simboliza a vitória sobre enigmas.
- O relógio indicador das horas porque elas marcam o nosso caminho e não voltam atrás e ainda, porque um dos meus sonhos era ter uma caixinha de música com uma bailarina como se vê na imagem.
- A flor, o cavalinho, o coração... porque são pequenos objectos que colocamos numa caixa.
- O vestido, o leque, o colar... porque há vestidos e adereços que marcam pequenas alegrias
A curiosidade sobre este livro partiu do registo de MR, a quem agradeço.
- A flor, o cavalinho, o coração... porque são pequenos objectos que colocamos numa caixa.
- O vestido, o leque, o colar... porque há vestidos e adereços que marcam pequenas alegrias
A curiosidade sobre este livro partiu do registo de MR, a quem agradeço.
Imagens do Museu da Inocência, Istambul
Se num sonho um homem pudesse atravessar o Paraíso, sendo-lhe oferecida uma flor como garantia de a sua alma ter realmente ali estado, e ao acordar visse a flor na sua mão... Sim? E depois?
dos cadernos de Samuel Tayler Coleridge [poeta, crítico e ensaísta inglês].
Citação no início do livro. Orhan Pamuk, O Museu da Inocência. Lisboa: Editorial Presença. 2010, s/nº p.
Borges pega nesse trecho e com ele constrói uma teoria da literatura, em "La flor de Coleridge":
ResponderEliminar"Esas consideraciones (implícitas, desde luego, en el panteísmo) permitirían un inacabable debate; yo, ahora, las invoco para ejecutar un modesto propósito: la historia de la evolución de una idea, a través de los textos heterogéneos de tres autores. El primer texto es una nota de Coleridge; ignoro si éste la escribió a fines del siglo XVIII, o a principios del XIX. Dice, literalmente:
“Si un hombre atravesara el Paraíso en un sueño, y le dieran una flor como prueba de que había estado allí, y si al despertar encontrara esa flor en su mano… ¿entonces, qué?”.
No sé que opinará mi lector de esa imaginación; yo la juzgo perfecta. Usarla como base de otras invenciones felices, parece previamente imposible; tiene la integridad y la unidad de un terminus ad quem, de una meta. Claro está que lo es; en el orden de la literatura, como en los otros, no hay acto que no sea coronación de una infinita serie de causas y manantial de una infinita serie de efectos. Detrás de la invención de Coleridge está la general y antigua invención de las generaciones de amantes que pidieron como prenda una flor."
Boa noite, ana :)
Também tive uma boa colecção de chaves...mas já não tenho.
ResponderEliminarBela postagem, ANA !
Um beijo.
Xilre,
ResponderEliminarObrigada pelo trecho de Borges.
Tenho a colecção completa das obras de Jorge Luís Borges mas em Português. Não há dúvida que ler na sua língua original tem outro encanto.
Um dia destes trago-o aqui.
Bom dia!:))
João,
Que giro! Guardo apenas uma chave, a da casa do Talasnal (Serra da Lousã). É uma chave gigante e de ferro. Também tinha várias chaves numa gaveta perdidas mas não era uma colecção.
Beijinho e um bom dia!:))
Que maravilha! Gostava de ler o livro. E também gosto de chaves. Bom dia!
ResponderEliminarNão conheço Pamuk... Mas adorei o excerto do poema de Coleridge de que gosto imenso!
ResponderEliminarNão sei se o problema da tradução existe ou não...
"Se num sonho um homem pudesse atravessar o Paraíso, sendo-lhe oferecida uma flor como garantia de a sua alma ter realmente ali estado, e ao acordar visse a flor na sua mão... Sim? E depois? "
Ou:
"Dice, literalmente:
“Si un hombre atravesara el Paraíso en un sueño, y le dieran una flor como prueba de que había estado allí, y si al despertar encontrara esa flor en su mano… ¿entonces, qué?”...
As duas versões são lindas....
beijos
ResponderEliminarDepois... o sonho ter-se-ia tornado realidade.
Obrigada, mais uma vez pela "dica". Vou procurar o livro.
Um beijo
Margarida,
ResponderEliminarÉ um livro interessante e por vezes angustiante.
Vale a pena ler. Trouxe-o da biblioteca. :))
Beijinho.
Maria João,
Este é o segundo livro dele que leio e estou a gostar.
Obrigada pela forma como colocou as duas línguas e a beleza das mesmas. :))
Beijinho.
Lídia,
Julgo que irá gostar é um livro de afectos.
Beijinho. :))
Deve ser um livro interessante, mas a minha lista é infindável...
ResponderEliminarOs objectos são importantes...contam histórias, alguns estão ligados a momentos importantes da vida.
Estive a espreitar na net para ver se percebia; esse museu existe mesmo? Talvez só se perceba mesmo lendo o livro, não é?
Um beijinho :)
Saber da chave foi fundamental para a concretização deste trabalho. Com ela na "mão" abrem-se cantos e recantos na mente e no coração de gente.
ResponderEliminarObrigado.
Isabel,
ResponderEliminarSe clicares no link vês o museu num registo de MR.
Ganhou um prémio.
É um museu diferente do que estamos habituados, é pois um arquivo da história presente, da sociedade turca, de uma elite nos anos 70 (e com memórias anteriores. Digamos que é um museu do quotidiano.
Em Conimbriga tenta-se recriar o quotidiano romano, neste museu o presente (século XX).
Beijinho. :))
Agostinho,
Obrigada (sorrio).
São digamos devaneios sobre um livro. Se reparar eu não transcrevi nada do mesmo a não ser uma citação de um poeta. Temos que entrar no livro para perceber cada objecto.
Bom dia!:))
Ainda bem que está a gostar do livro. Eu sou uma grande fã de Pamuk.
ResponderEliminarGostei do seu post.
Um dia hei de ir ver este museu. :-)
Que interessante! Gostava de visitar este museu. Obrigada pela partilha, Ana. Beijinho!
ResponderEliminarDo Orhan Pamuk li a obra fantástica que escreveu sobre Istambul, e fiquei completamente rendido.
ResponderEliminarEste museu parece ser uma continuação, ainda que a um nível diferente, daquele livro sobre Istambul.
Sei que Pamuk escreveu esta obra, praticamente autobiográfica, quando passava por severas situações de crise na sua vida, e que o livro lhe serviu como forma de o ancorar a uma realidade que, talvez, lhe tenha permitido sobreviver (mas aqui sou eu a imaginar coisas); talvez por isso é tão fantástica e é tão fácil sentirmo-nos próximo do que relata, ainda que num mundo totalmente diferente do nosso.
Manel
MR,
ResponderEliminarObrigada. Estou a gostar muito. Também gostava de visitar este museu.
Boa noite.:))
Obrigada, Sandra.
Havemos de visitar, temos que projectar os nossos sonhos mesmo que sejam adiados.
Beijinho. :))
Manuel,
Este livro é interessante e de certo modo, angustiante. Merece ser lido com toda a nossa atenção.
Boa noite. :))
Olá Ana,
ResponderEliminarConfesso que fiquei muito curioso. Vou ler o livro e depois prometo voltar e deixar a minha opinião.
Abraço
P.S. já conheço este cantinho, costumo passar aqui via o "olhares" da "GL".
Argos,
ResponderEliminarSeja bem-vindo.
Obrigada pelo seu comentário. Aguardarei pela sua impressão.
Um abraço.:))
Boa noite Ana,
ResponderEliminarLá no "Farol" somos três amigos que publicamos mais ou menos à vez.
Um luso-espanhol com coração lisboeta(eu "Argos"), um hispano-francês (Poseidón) e a nossa menina portuguesa Tétis). Desta "mistura" nasceu um blog que navega ao sabor das nossas diferenças e gostos.
outro abraço
Argos,
ResponderEliminarPeço desculpa pois escrevi no registo da sua amiga. Mas o padre António Vieira é para mim especial.
Não tinha reparado que o "Farol" era partilhado.
Obrigada pela sua gentil informação.
Abraço.:))
... a chave, Ana. Imaginação...
ResponderEliminarAgostinho,
ResponderEliminaré um objecto precioso.
Boa noite!:))
E fez muito bem, a "Tétis" é muito especial e tem bom gosto no que escolhe.
ResponderEliminarAbraço